IV - O Garoto

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– EU VOU ACABAR COM VOCÊ – um homem enorme de quase dois metros de altura gritou.

– Tenta a sorte – Yuri gritou de volta zombando – Pede ajuda a seu amiguinho.

Yuri saiu de uma avenida chamada São Caetano no município de Betim, cidade metropolitana de Belo Horizonte e, em seguida, entrou numa ruela abandonada.

O outro homem, com características parecidas ao do primeiro, corria atrás de Yuri e arfando, visivelmente cansado, mas fez um movimento com a cabeça e um pedaço enorme de asfalto desprendeu-se do chão e voou na direção do garoto.

Yuri parou de correr e jogou suas mãos para a esquerda desesperadamente, o bloco de pedra saiu de seu curso e estraçalhou um carro que estava estacionando. O primeiro homem apareceu correndo no campo de visão de Yuri e se posicionou a esquerda daquele que lançou a pedra.

O bruxo voltou a correr, virando em vielas, entrando em becos e vez ou outra lançando o olhar por cima de um dos ombros para verificar a distância em que estava de seus perseguidores. O homem da esquerda desapareceu usando a transmutação e quase agarrou o garoto pelo pescoço.

– Precisa se esforçar mais – Yuri zombou, tentou correr e em sua frente estava o segundo homem, estava encurralado. – Desculpe incomodar, mas eu preciso passar.

Os grandalhões se aproximavam cada vez mais, então ele respirou fundo e correu na direção do que estava bloqueando o caminho, próximo de se chocar, Yuri impulsionou as mãos para baixo e levitou no ar. Subiu um, dois, três metros e, junto de uma cambalhota, passou por cima grandão.

O garoto pousou um pouco desajeitado, porém no mesmo instante voltou a correr. Ele dava gargalhadas com o que havia acontecido, ele treinou muito tempo para conseguir aquilo. Virou para trás para zombar dos homens, mas apenas um estava vindo. No momento em que ele voltou a atenção uma mão acertou seu rosto em cheio. Yuri rolou e parou quando bateu em uma parede, sua boca e seu nariz sangravam bastante. Os homens se aproximaram e o pegaram pelo pescoço.

– Belo soco – Yuri disse cuspindo sangue – Parabéns.

– Até com a boca arrebentada ele faz piada – o da esquerda comentou e jogou que bateu com as costas na parede com um baque.

– Vocês são bem grandes e fortes para quem tem apenas 17 anos – Yuri, com a voz falhada, abusava com o sarcasmo – E vocês vieram lá do Villa em Belo Horizonte até Betim atrás de mim? Sinto-me lisonjeado. – Yuri sorriu – Poderia saber o nome de vocês dois?

O da direita hesitou um momento, mas logo cedeu.

– Eu sou Antônio e esse... – apontou para o da esquerda – É o Aloid.

– E vamos matar você. – Aloid disse furioso.

– Vocês sabem que um bruxo matar outro é proibido, né? – Yuri disse enquanto pensava em um plano.

– Sabemos – Antônio respondeu – Mas você vive rodando pelo país, não tem vínculos e não frequenta uma escola. Acha mesmo que alguém vai perceber que você sumiu?

– Você é um bruxo poderoso, seus poderes são bem fortes. – Aloid disse olhando firme para Yuri – O Villa ofereceu abrigo, mas você recusou. Então se tornou um problema. Quer dizer... Era um problema.

Aloid e Antônio se entreolharam e viram os olhos na direção de Yuri. O garoto começou a sentir um ardor em sua pele que a cada segundo evoluía em uma escala de dor. Em um certo momento o ardor se transformou na sensação de queimadura, ele suava e arfava de dor. Os irmãos estavam gostando de ver o desespero estampado no rosto de Yuri, estavam até se divertindo.

The Sects Battle (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora