V - Regressão

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– Você entendeu o que eu quero Lucas? – Mestre Marcelo perguntou após terminar sua fala.

– Sim – Lucas respondeu de cabeça baixa – Ficar de tocaia e observar os hereges.

– Exato.

– Mas porque aquela escola? – Lucas perguntou temeroso.

– Nós já observamos quantas escolas? – Marcelo perguntou.

– Mais de cinco – Lucas respondeu.

– E quantas delas não tinham segurança?

– Apenas uma – ele respondendo entendendo o raciocínio – IEMG.

Marcelo levantou de sua mesa e saiu acompanhado de Lucas. Após ultrapassarem a porta, saíram atrás do altar. Sentados em frente ao púlpito, havia cerca de trinta pessoas de olhos fechados sussurrando uma oração.

– Deus condena esse tipo de pessoa – Marcelo continuou – Essas práticas demoníacas corrompem o nosso planeta, mais do que já está e devemos cortar esse mal pela raiz, antes que se espalhe.

– As bruxas existem há muito tempo, mestre.

– Realmente. As primeiras foram em Salém, mas nossos antepassados se encarregaram de fazer o serviço e quase foi perfeito. Cabe a nós terminar esse trabalho.

Marcelo era um homem enigmático. Consagrou-se pregador com apenas 17 anos. Aos 18 já era casado e tinha uma onda massiva de fiéis. Hoje aos 40 anos de idade é líder da Congregação de Belo Horizonte, ou seja, tem grande influência em várias regiões da cidade.

– Eu luto por isso desde muito novo, Lucas. Houve uma época em que aquela escola, a que não tem segurança, era muita poderosa, não era camuflada. Antigamente seria impossível fazer o que estamos fazendo, mas graças ao meu bom Deus eu tenho o apoio de minha família.

– E quanto a Lorena? – Lucas perguntou se lembrando da filha de Marcelo.

– Lorena é a ovelha negra, a única que não seguiu os caminhos da Igreja – Marcelo dizia com expressão de desgosto – Uma filha minha... Guia turística de um museu meia boca, mas não quero falar sobre ela... Você entendeu o que eu quero?

– Sim.

– Então vá.

Lucas se curvou perante Marcelo, se curvou perante o altar e sumiu porta afora.

Samuel ainda não se conformava com a volta de Yuri, isso deveria ser um sinal que as coisas iriam ficar ruins.

– Eu não gosto do Yuri – Samuel comentou enquanto ele e seu grupo estavam sentados na quadra vendo alguns garotos jogarem basquete.

– Eu gosto – Jean retrucou.

– Ele quase começou um desafio entre você e o Patrick...

– E você ainda ficou preocupado? – Jean zombou – Patrick não aguentaria um minuto comigo.

– O seu problema Jean é que... – Samuel se interrompeu e rolou pelo chão. Um segundo depois a bola de basquete bateu no lugar onde ele estava. – VOCÊ ESTÁ LOUCO? – Samuel gritou furioso ao se levantar.

– Foi sem querer – Yuri disse com aquele tom de sarcasmo natural de sua voz.

Samuel pegou a bola e chutou para longe. Seus olhos estavam puro ódio e sua pele estava cada vez mais vermelha.

– Ei – Jean falou – Acalma aí filho, você está numa quadra... Bolas irão voar.

– E pelo que sei a demonstração também foi com bolas, então... – Yuri comentou.

The Sects Battle (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora