28 - Um porquinho

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"Sabendo do meu passado, quis ser meu futuro. "

                                                                                      - Nicole Sans

- Por que fez isso? Por que falou assim com ela? - Perguntou Lucas, correndo atrás de mim.

- Porque eu quis, Lucas! - bufei estressada.

- Não é porque você quis... - me puxou. - Eu sei que ela te irrita mas você tem que aguentar firme! - segurou meu braço.

- Lucas, por que a gente é assim? - Perguntei, finalmente parando de andar.

- Por que você é única. - sorriu. - E eu também. - fingiu estar jogando os cabelos.

- Haha, você é muito engraçado, Lucas. - rolei os olhos e ironizei.

  Quando ele ia responder, ouvi um barulho de freio de carro, muito alto. Era como se alguém estivesse apertando o freio pra não bater ou atropelar ninguém.
  E eu estava certa.
  Era um porquinho. Ele estava agachado na rua, enquanto o carro tentava, inutilmente, freiar.
  Soltei-me dos braços do Lucas e corri, puxando o pequeno porco e o levando a calçada a salvo.

 Sim, eu salvei um porquinho.

- Oh bebê, não faz isso com a tia, não. - acariciei o porco assustado.

-  Bebê? Tia? - Lucas perguntou confuso, andando até mim.

- Nãão...  Irmã. - ironizei, ainda acariciando o porquinho.

 Lucas revirou os olhos me fazendo rir e decidimos dar uma banho no porquinho, pra deixá-lo lindo e cheiroso.

- Não entendi porque ainda quer dar banho no porco. - Lucas falou correndo atrás de mim.

-  Não é um porco, é o Billy. - abri o portão da casa dele, me dirigindo a área de serviço.

(...)

- Que bebê cheiroso da mamãe - abracei o Billy.

- Oh porquinho do papai. - Lucas riu acariciando Billy. Olhei pra ele, com vontade de rir descontroladamente, porém eu ia passar  vergonha. Ah, esquece.

 Comecei a rir descontroladamente, chamando a atenção de umas 5 pessoas que passavam pela rua. Minha barriga voltou a doer mas, eu não conseguia parar de rir. A forma escrota que Lucas falou com o porquinho foi tão engraçado.

- Você.Daria.um.ótimo.pai - digo ainda rindo.

 Olhou-me com um sorriso irônico no rosto e pegou o Billy do meu colo.

- Hey! Ele é meu! - tentei o puxar de volta mas, o Lucas saiu correndo pelo jardim, parecendo uma criança que acabou de aprontar. O que me lembrava a infância. - Volta aqui! - gritei correndo atrás dele.

Ficamos correndo como crianças e o Billy, tadinho, ficou assustado tentando correr dos braços de Lucas. Realmente o Lucas iria dar um ótimo pai. Pra assustar bebês.

 Comecei a rir sozinha, depois de termos sentados na grama. Lucas estava conversando com o porco como se fosse um bebê, e que estivesse entendendo oque ele diz.

- É, a mamãe é muito má. Sim. - Lucas brincava com o porco, falando com uma voz de bebê e brincando com o focinho dele.

- Ah vai cagar Lucas! - rolei os olhos. - Além de falar mal de mim pro Billy, você está louco. Está falando com um porco! - gritei rindo.

- Eu te amo, mamãe. - Imitou um bebê mexendo as patinhas do porquinho. - Vou tirar uma foto do Billy. - Lucas pegou o celular da minha mão (que por sinal estava rachado, por causa da birra de Lucas, dias atrás).

Hey A Marrenta Ta Na Área! (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora