Os dois guerreiros já estavam cansados, o suor lhes escorria pelo corpo inteiro, encharcando suas vestes sujas. Macus era baixo, de cabelos loiros e olhos verdes e empunhava uma espada, Pedo, um pouco mais alto que seu companheiro, trazia em suas mãos uma lança longa.
Apesar do esforço empregado, a fera posta diante deles não parecia nem próxima da possibilidade de ser derrotada. Era um ser monstruoso, tinha o corpo coberto de pelos esbranquiçados, dentes grandes e afiados e uma agilidade assustadora. Saltava de um lado para o outro, com a língua para fora da boca, escorrendo saliva, parecendo lhes insultar.
Os dois entreolharam-se, eram amigos de longa data, entendiam até mesmo os menores gestos um do outro. Pedo correu pela direita, tentando chamar a atenção do monstro para si, enquanto Macus atacava pela retaguarda.
A estratégia não deu certo, a fera derrubou Pedo e conseguiu se virar a tempo de desviar o golpe de Macus, lhe derrubando na sequência. Ela se virou então novamente para Pedo, que havia perdido a espada na queda, devido ao impacto do ataque.
O fim era certo, a jornada estava findada para Pedo.
Apenas alguns metros dali, da janela da cozinha, a mãe assistia enquanto Pedro e Marcos brincavam com Bob, um labrador branco que haviam ganhado de aniversário.
É incrível a capacidade que eles tem de criar histórias, pensou ela, enquanto via Pedro ser lambido, imóvel, pelo cachorro.
Nota do Autor: Um continho bobo, que tava aqui na gaveta há muito tempo, mas que tem um gostinho bom de infância, espero que tenham gostado.
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Pontas Soltas
PoesíaLivro contendo meus devaneios literários, poemas, experimentos, e pontas soltas da alma, aqueles pedaços que não encaixam em lugar nenhum do quebra cabeças.