Alice

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 Cheguei de viagem e quando entramos em uma zona onde meu celular conseguiu uma rede estável, dezenas de mensagens e notificações de ligações perdidas com chamadas de voz, começara a chegar. Todas vindas das mesmas pessoas, Alex e Julia. Enviei uma mensagem, pedindo para que me encontrassem na casa da Julia. Deixei Arthur em meu apartamento e parti para a casa de minha irmã, não sem antes, ouvir dezenas de conselhos, para que eu tomasse cuidado.

Embora Arthur tenha viajado comigo, sem fazer qualquer pergunta. Durante o caminho, não consegui fugir e tive de contar toda a verdade para ele. Tivemos uma discussão horrível e ele aceitou não contar nada a ninguém, contanto que fossemos a delegacia. Estava indo para a casa da Julia, com o objetivo de tentar convencer elas, mas as coisas ocorreram de modo totalmente diferente.

*******

Ao chegar, Julia abriu a porta e com um sorriso tímido me convidou para entrar. Alex que não tem jeito para falsas cortesias, veio andando igual um furacão em minha direção.

- Onde você esteve? E por que não atendeu as minhas ligações?

- Eu estava na fazenda. Fui visitar ao papai, você sabe que o sinal do celular não pega naquele fim de mundo.

Enquanto falava, andei em direção a cozinha e sentei em uma das cadeiras.

- Isso não importa. Alex conta para ela.

Julia estava com uma expressão diferente no rosto.

- O que aconteceu?

- Acho que pode não ser nada – Alex senta ao meu lado e uma sombra de preocupação passa por seus olhos – Julia recebeu uma caixa com um cartão e parecia que a pessoa que enviou, sabia o que ela fez.

Sento mais à frente na cadeira. Fico assustada, mas como isso seria possível? Estava tarde e tomamos cuidado para que ninguém nos visse, mas teve aquele barulho na floresta, poderia ser alguém.

- O que tinha nesse cartão?

- Aqui.

Alex entrega o cartão e leio o texto em tom avermelhado. Sinto arrepio e o jogo na mesa.

- Que texto estranho.

- Isso é sinistro Alice.

- Isso não tem nada a ver com a gente Julia. Deve ser alguém querendo fazer uma piada com você.

Alex grita e levanta da cadeira enquanto joga os braços para o alto.

- Alex, calma – Tento manter a calma. Ela não tem muita paciência para lidar com Julia e sempre explode.

- Calma? O que te faz pensar que não é ela quem escreveu esse texto? Pode ser mais uma de suas tentativas de chamar atenção.

Abro a boca e solto um gemido, enquanto penso em algum argumento, mas nada forma em minha cabeça. As duas ficam me encarando e sou salva pelo toque dos três celulares que tocam ao mesmo tempo.

- Papai?

Julia se joga em cima do seu celular, Alex afasta um pouco e eu tiro o meu do bolso da calça. Nosso pai adora mandar mensagens no nosso grupo do celular, mas faz semanas que não temos notícias dele, mais um dos motivos de eu ter feito uma visita.

- Que merda é essa?

Alex volta a sentar ao meu lado, olho a mensagem e deixo o aparelho cair na mesa. Pego ele novamente e releio o texto.


Alex, Alice e Julia

Quando contar um segredo. Certifique-se de que ninguém mais está escutando.

 Certifique-se de que ninguém mais está escutando

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P.S.: Conheço seu crime


Passei as mãos no cabelo e olhei mais uma vez a foto que estava anexada. Nela estava Julia, na sala de sua casa, apontado uma arma para o rapaz que enterramos na mata, mas o que mais me intrigou, foi o silenciador que estava nele. Ela não entregou essa parte da arma na noite do crime.

- De onde saiu essa foto? – Digo enquanto levanto da cadeira e encaro Julia.

- De onde saiu esse silenciador? Melhor, onde ele está agora?

Julia recua, diante da investida de Alex em sua direção. Fico entre as duas e encaro minha irmã mais velha, ela está a ponto de fazer alguma bobagem e sei que sou muito mais fraca e não conseguiria a impedir. Ela respira fundo, tentando manter calma, vira as costas e massageia as têmporas.

- Precisamos manter a calma – Alex bufa, mas disse isso mais para me colocar na linha, não era minha intensão convencer qualquer uma das duas.

Sento na cadeira e olho para a foto, pela posição da câmera, só conseguíamos ver as costas do rapaz e Julia estava posicionada exatamente na frente, conseguíamos ver exatamente seu rosto e a expressão de tranquilidade que ele transmitia. Estavam muito distantes do local onde o corpo estava quando havíamos chegado naquela noite. Andei em direção a sala, a fim de ver onde exatamente a câmera poderia estar posicionada. Meu coração acelerou quando identifiquei exatamente de onde a foto havia sido tirada. Olhei no exato ponto onde eu a tinha colocado, prendi a respiração quando vi que nada estava no lugar e que seu esconderijo havia desaparecido.

- Alice? – Alex estava gritando meu nome. Tentei manter a calma, mas ela já tinha notado o desespero em meus olhos – O que aconteceu?

- Nada, só estou pensando.

Ela lança aquele olhar de detetive que sabe exatamente que você está mentindo. Fecho os olhos e percebo exatamente a merda que eu fiz.

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Desculpem a demora em postar mais capítulos, mas fiquei sem tempo devido a faculdade. Prometo que irei me dedicar mais e postarei os capítulos com mais frequência.

P.S.: Conheço seu crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora