A maré

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Todos sairam às pressas.
A professora nos levou para fora da escola e logo um homem passou correndo e gritando:
- Maré alta demais! Maré alta demais, afastem-se do mar, se possível até da vila!
Era minha chance, eu não aguentava mais a minha vida pacata. Antes que percebessem Sai a caminho da praia, onde ficava o mar Moon.
Cheguei.
Nossa, as ondas pareciam raivosas, subi então na Ponte que são aquelas nas quais vão até uma parte do mar, que você sobe nela e vai até o fim para ficar olhando o mar, em cima dele, sem precisar tocar seus pés na água, sabe?
Fui então até o fim da Ponte e sentei-me deixando meus pés encostarem a água.
A maré subiu, a água já estava em meus joelhos, quase cobrindo a Ponte.
Uma onda alta me molhou inteiro, o céu ficou cinza e nuvens negras e cheias começaram a surgir.
Outra onda.
E agora a terceira.
Esta última me arrastou para longe. Quando percebi já estava dentro do mar. Começou a chover, não uma chuvinha boba, mas uma tempestade! Era minha hora, adeus vida! Adeus vila terrível!
Desmaiei.
Pela primeira vez tive um sonho bom no qual eu chegava no Paraíso e vivia feliz.
Meus olhos tremeluziram.
Acordei.
Estou no céu?
Um vulto surgiu a minha frente.
Cabelos grandes e castanhos.
Uma garota?
Vi uma cauda.
O que?

O destino que nos guie /Contos Extraordinários/Livro: 01Onde histórias criam vida. Descubra agora