Serena

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- O que acha de irmos a floresta? Ficamos lá por um tempo, porque ninguém do orfanato gosta de mim...ninguém deixaria você ficar.
- O que é Orfanato?
- É um lugar onde moram as crianças que não tem pais.
- Como você não tem pais?
Andávamos em direção a floresta enquanto conversávamos.
- Eu não sei. Ou eles nos abandonam ou morrem e nos deixam por lá.
- O que é amigos?
- Amigos, São pessoas que gostamos de ficar perto, que nos apoiam em tudo, que conversam conosco, que nos protegem, que nos quer o bem.
- você não os tem?
- Não, ninguém gosta de mim.
- Por que?
- Eu também não sei, acho que porque sou diferente.
- Diferente?
- É para algumas pessoas eu não sou o que elas gostariam que eu fosse.
- Você me parece normal.
- Obrigado
- Não há de que.
Chegamos a floresta e nos encostamos em uma árvore, onde a sentei e ela se encostou no tronco da árvore.
Sentei ao seu lado.
- Onde exatamente você mora?
- No fundo do oceano, numa cidade marinha chamada Aqualar.
- Aqualar? - Eu ri e ela pareceu não entender.
- Qual a graça?
- Nada. Continue por favor, srta.
- Moro numa concha gigante. Como todas as outras sereias.
- Existem sereios?
Ela riu. O riso mais amável.
- Na verdade são tritões.
- Como nunca te vi?
- As sereias não podem ser vistas por humanos, só se quiserem. Vocês podem ver conchas, mas não podem ver as conchas maiores, vocês nem se quer conhecem o mar inteiro. As conchas maiores, por exemplo, existem muito, muito no fundo.
- Então você quis que eu te visse? Por que?
- Foi a primeira vez que eu vi um humano, achei interessante resolvi me aproximar, você estava desacordado, e não parecia perigoso, quando você despertou senti uma enorme vontade que você me visse.
E assim que você me viu, eu ia voltar ao mar, quando isso apareceu...
- suas pernas?
- É, esse negócio estranho.
- Quantos anos você tem?
- Eu tenho 16 anos corais. E você?
- Eu tenho 17 anos de idade.
- Essa não! vai chover! Precisamos de abrigo.
- Espera! Deixe- me sentir uma coisa!
- O quê?
Ela fechou os olhos e começou a suspirar.
- Encontrei abrigo.
- Como?
- Tenho o poder de encontrar o que quero.
- Você consegue encontrar alguém lá?
- Não tem ninguém.
- Onde fica o abrigo?
- Vire a direita, conte umas 5 árvores talvez, tem uma bifurcação, vá a esquerda, ultrapasse 10 árvores.
- Certo.
Passamos por todo esse caminho e chegamos.
- Parece abandonada.
- Vamos entrar- disse Serena animada.

O destino que nos guie /Contos Extraordinários/Livro: 01Onde histórias criam vida. Descubra agora