Acordei com o barulho irritante do meu despertador. É hoje. O dia em que eu iria à minha primeira entrevista de emprego. Levantei-me da minha cama animada e amarrei meu cabelo para tomar um banho, ouvi gritos lá de baixo e então parei na porta do banheiro para ouvir do que se tratava, apesar de eu já saber.
-Você não faz idéia do quanto eu odeio você! - disse minha mãe lá de baixo.
Minha casa é enorme, então é difícil ouvir ruídos e sons dentro do meu quarto, mas quando se tratava de uma briga dos meus pais eles acabavam acordando a vizinhança toda. Suspirei. Era a mesma coisa todo santo dia. Minha mãe via uma mensagem da amante do meu pai e eles brigavam. Era cansativo.
No começo das brigas eu sofria, eu pedia ao meu pai para parar ou para ir embora, mas isso nunca acontecia. Minha mãe estava cada dia mais triste, mais acabada mentalmente e fisicamente. Isso estava a destruindo, nos destruindo. E é por isso que preciso desse emprego. Quero sair de casa, e levar minha mãe junto.
Soltei novamente outro suspiro e entrei no banheiro. Tomei uma ducha rápida e logo saí do banho encontrando meu cachorro deitado na minha cama
-Folgado - Dei língua para ele e depois beijei sua cabeça. Fui até meu closet e peguei uma cruzeta com todo meu look separado.
Passei hidratante, uma coisa que geralmente não faço, e vesti-me. Dei uma boa olhada no espelho e depois sentei na minha penteadeira, usei uma maquiagem leve e um batom nude. Soltei meu cabelo. Dei uma olhada no castanho escuro e nas ondas que eu mesma fiz na noite passada. Eu estava bem, aceitável até. A pior parte de tudo era o salto que eu usaria. Não que fosse um salto de quinze centímetros, mas era um salto e nunca fui boa em usá-los. Ao contrário da minha melhor amiga, eu não duvidaria se ela dissesse que usou um salto de trinta centímetros.
Calcei o salto e me virei para me olhar no espelho, eu estava bem formal com a minha saia lápis azul escuro e uma blusa com mangas e botões de pano passado. A meia calça era cor de pele, bem discreta e o salto era preto, básico.
Peguei minha bolsa e saí pela porta do meu quarto. Não ouvi mais nada, nem um pio. Desci as escadas e entrei na cozinha luxuosa da minha mãe, que era a melhor parte da casa. Eu a encontrei sentada no balcão, os olhos cheios de lágrimas, seu rosto estava vermelho e ela segurava algo que estava em seu dedo, possivelmente a aliança.
-Mãe? - Chamei-a. Ela levou um susto e enxugou as lágrimas rapidamente e como se eu não tivesse visto seu estado ela sorriu.
-Você está tão linda, minha bebê! - Ela veio até mim e beijou minha bochecha agarrando meu rosto bem forte.
-Ai mãe, assim não sobra nada de mim para a entrevista. - Falei sorrindo.
-Tem razão, eu não posso amassar você. - Ela disse alisando minha blusa. - Filha, você está tão... Fechada, não acha?
Olhei para mim mesma.
-Não, eu acho que estou bem. - Ela colocou a mão no queixo e me examinou, dois segundos depois ela ergueu um dedo, sinônimo de que tinha tido uma idéia.
Ela desabotoou dois botões da minha blusa.
-Agora sim! - Ela disse.
-Mãe! - reclamei - Pelo amor. - Falei corando, minha mãe às vezes passava dos limites. Fechei os botões novamente.
-Tem razão. Seus peitos são muito pequenos. - Ela disse e fiquei mais vermelha ainda, mas acabei por rir. - Você já merendou?
Ela sabia que não, mas sempre perguntava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Powerless - Impotente
عاطفيةObs: Essa história é de minha autoria. Plágio é crime meu povo, lembrem-se disso. Após terminar o colegial Lucinda Singer é chamada para fazer uma entrevista de emprego. Mas em meio aos problemas de Lucinda surge um atraente e misterioso homem...