Embora já estivesse, aos poucos, acostumando-se a ouvir cochichos diante de sua presença, Frisk percebeu que o burburinho que se seguiu jamais teve quaisquer precedentes.
O choque era evidente em todos os espectadores.
– Lufa-Lufa. Ela foi pra Lufa-Lufa!
– É mesmo a Frisk! Estou vendo!
Viu o coração no ombro?
Sentindo sua antipatia aumentar, Frisk também ouviu Sans rir ao longe.
– Típico. Uma perdedora... caindo na Casa dos perdedores.
Estava sentindo seu coração saltar no peito. Undyne lhe retirou o Chapéu da cabeça, sem dizer nada,
Ainda em forte torpor, desceu da banqueta, ouvindo, por fim, algumas palmas isoladas lhe ovacionando.
Um pequeno grupo na Grifinória, incluindo Asriel. Chara, na mesa da Sonserina. E alguns rostos familiares na Corvinal.
Como que para compensar o silêncio das outras mesas, a da Lufa-Lufa fez um escarcéu, acolhendo alegremente seu mais novo membro em sua mesa.
– PEGAMOS FRISK! PEGAMOS FRISK! - bradaram os alunos da Lufa-Lufa em sintonia.
Gerson ergueu a própria varinha, num pedido mudo de silêncio. Os aplausos morreram aos poucos, até desaparecerem completamente do Salão Principal.
- Muito bem, novos alunos! Esperam que se sintam em seus lares. Suas Casas serão suas famílias aqui na escola. Façam com que seus colegas se orgulhem de tê-los entre eles. E ajudem nosso povo a estender esse legado para as gerações futuras – declarou, sorrindo – porém, devem estar cansados de ouvir o falatório dessa velha tartaruga. Jantar... e depois, podem retirar-se para os dormitórios.
Gerson bateu palmas entusiasmadamente.
Para choque de Frisk, os partos – antes vazios – se encheram de uma variedade absurda de alimentos, brotando magicamente em tinas, terrinas e bacias de prata. Vendo os demais se servirem sem cerimônia, também os acompanhou. Não havia percebido o quanto estava com fome.
Fitou um colega ao lado lhe lançar um grande sorriso, por cima de uma imensa torre de hambúrgueres cor-de-rosa, curiosamente brilhantes. Tinha as feições de um cachorro de orelhas pontudas, de cor acinzentada, bem mais escura na faixa de pelos dos olhos.
- Frisk, não é? - falou o pequeno monstro canino, apertando sua mão – Doggo. Bem-vinda á Lufa-Lufa!
– Obrigada – agradeceu, sorrindo – você é um dos alunos mais velhos, não é?
- Sim – fungou – segundo ano. Vocês vão começar esse ano, certo? - Doggo apanhou uma coxinha, mordiscando-a levemente – você vai gostar daqui – baixou as orelhas – embora muitos digam que essa é a Casa dos que sobram – o garoto resmungou – sabe? Se não tem coragem como um grifano... se não é inteligente como um corvino... nem astuto como um sonserino... segundo eles, é quase certeza que cai na Lufa-Lufa. Mas isso não é verdade.
Embora julgasse que o comentário do lufano não tivesse sido muito animador, Frisk decidiu que, apesar de tudo, Doggo tivera a melhor das intenções. Então, limitou-se a sorrir.
Olhou ao longo da mesa dos professores, observando-os mais detalhadamente.
Ficou algum tempo encarando uma monstra amarelada, que muito se parecia com um dinossauro, trajando uma bonita veste branca, conversando animadamente com Undyne. Pelo que a garota podia deduzir, a tal professora parecia radiante de estar ao lado da monstra marinha.
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Pottertale - O Encontro de Dois Mundos (AU de Undertale)
Fiksi PenggemarFrisk tem a maior surpresa de sua vida. Em seu aniversário de onze anos, descobre que não é uma simples humana. Ela é parte monstra - e, como os monstros, possui magia em seu sangue. Após descobrir que pertence a um mundo bem diferente do qual vive...