▶17° capítulo

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Remond coloca a canoa na margem do rio de cabeça pra baixo, pega em minha mão enquanto caminhamos de volta pra tribo, onde já se pode ver o fogo de uma fogueira; mas estão silenciosos de mais. O vento bate e sinto um cheiro conhecido, desespero me pega de surpresa e eu travo no lugar, quando penso e ir correndo pra tribo Remond já está sumindo na minha frente transformado na sua forma lupina.

Começo a correr na direção da tribo escutando os passos dos outros índios atrás de mim, corro mais rápido começando a me cansar mas então ouço um grito alto e estridente, aperto o passo e entro na tribo. Tem varios homens correndo de um lado para o outro em desespero e gritando ordens.

Começo a correr por entre as cabanas desviando de algumas pessoas, vejo uma cabana grande a minha frente e corro mais rápido entrando de rompante nela. Vou até as caminhas e me acalmo ao ver os meus filhos ali,  dormindo serenos. Suspiro e ouço mais gritos, pego um dos meus meninos o colocando em um pano que as índias usam pra carregar seus filhos, amarro o pano colado ao meu corpo e logo repito o processo com o outro menino. Pego a minha menina no colo mesmo e saio cautelosa da tenda, olho pros lados e vou andando devagar até a tenda de um dos amigos de Remond, entro nela e vejo a mulher dele, ela vem até mim e pega a Sophi junto com o Naveen.

Pego Rafael no colo e me encolho junto com a índia no canto da barraca me assustando com cada grito e rosnado feroz. Logo isso tudo para e meu coração gela ao escutar passos se aproximando da tenda. O pano que serve de porta se abre mostrando o amigo de Remond,  ele nos ve e pega Naveen do colo da mulher.

--Temos que sair daqui agora, Remond está lutando contra uma besta demoníaca e eles estão se aproximando daqui_ Fala e eu concordo o seguindo pra fora da tenda. Nós andamos em fila reta com o indio na frente nos guiando pelos corredores de cabanas e pessoas, sinto meu coração palpitar e aperto Rafael contra meu peito.

--Esta vindo!-- Ouço um grito e congelo no lugar quando vejo um lican pular na frente de vários índios que empunham lanças e arco e flecha. Para liso ao notar que não é Remond, e sim Rick.

Meu corpo treme e eu me encolho ficando ao lado da Índia que carrega Sophi. Ela me encara com os olhos arregalados ao ver que o lican se aproxima com facilidade com o olhar preso em meus filhos e em mim. Algo cresce dentro de mim quando ele rosna pro guerreiro que tenta proteger nós duas e segura Naveen com um braço só. Sem pensar duas vezes eu dou Rafael para a Índia e passo na frente do amigo de Remond abrindo os braços e chamando a atenção de Rick pra mim. Ele rorna fazendo seu bafo vir em meu rosto, o enorme animal maior que eu me encara com superioridade e faz algo que parece uma risada. Outra lufada de ar e meus cabelos voam nas minhas costas, seu olhar vai, friamente,  pras pessoas atrás de mim.

Cass: Ele quer nossos filhos.

Eu: Nem por cima do meu cadáver!

Sinto meus olhos mudarem de cor ao rosnar baixo ainda encarando o Rick nos olhos.

--Leve meus filhos pra perto do Remond,  por favor-- Peço e com um pouco de hesitação sou obedecida. Rick ruge e me pula indo correndo atrás dos meus filhos com os meus amigos,  me viro rápida e raivosa.

Me transformo ainda correndo e pulo nas costas do Rick antes dele alcançar o casal. Nós rolamos pela terra e destruímos algumas cabanas enquanto eu lhe mordo o ombro e patas. Nos levantamos do chão nos encarando e mesmo em minha forma lupina ele é maior que eu, rosno mostrando os dentes e me colocando em posição de ataque. Sinto o mundo parar quando ele me ataca pulando em cima de mim, me coloco em pé nas patas de trás e abro a boca o máximo que consigo ao me lançar em sua direção.

Nos chocamos no ar e caímos no chão,  ele por cima, ele tenta meu morder o pescoço e me morde o rosto enquanto eu lhe mordo as patas e focinho, o arranho com minhas garras e o jogo pra longe de mim, me levanto do chão e pulo em suas costas tentando acertar sua coluna com meus dentes.

O Alfa e a Ômega ( Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora