Aquela era uma pacata cidade portuária. Tirando as entregas mensais, nada de especial acontecia lá. Até que um dia...
Você era a filha mais nova de uma importante família da região. Vocês, seu pai e seu irmão, tinham status, mas isso não fazia de vocês metidos ou arrogantes, pelo contrário, vocês ficavam cada vez mais prestativos e adorados pelas pessoas.Sua mãe havia morrido já a algum tempo e seu pai nunca pensou em casar novamente. Seu irmão estava noivo de uma bela dama de respeito, oque tornava você a solteira mais cobiçada da cidade, mais nenhum daqueles jovens sequer chamava sua atenção. Seu pai havia te levado para uma viagem pelas terras ao norte para achar um pretendente, mas nada.
-Acho que não existe ninguém para mim nesse mundo Maria – você comentou um dia para sua empregada e amiga mais íntima.
-Não fale isso senhorita, você só ainda não olhou do jeito certo – ela disse calmamente.
-E tem essa coisa de jeito certo? – você diz em deboche.
-Claro que tem senhorita. A primeira impressão as vezes não é assim tão boa, mas isso não significa que a pessoa seja má ou que ela não serve para a senhorita. – Maria podia ser muito sabia quando queria, mas isso não te impedia de discordar. Você acreditava em amor a primeira vista, sem segundas chances.
Era uma rotina pacata aquela, até que um dia os abastecimentos mensais não vieram.-Estranho, não papa – disse seu irmão uma noite na mesa de jantar -O carregamento nunca falha.
-Deve ter acontecido alguma coisa no mar – disse seu pai sem aparentar preocupação – Você sabe como o mar é imprevisível.
Seu pai não aparentava, mas ele estava preocupado, assim como o resto dos cidadãos. Boatos haviam se espalhando de piratas saqueando no mar e isso perturbava a todos.
Algumas semanas depois e nada do abastecimento chegar. Ate que em um fim de tarde quente de verão, enquanto os jovens conversavam, os casais flertavam e as crianças brincavam ao longe no mar pode-se ver as tão temidas bandeiras pretas. O sino na igreja badalou avisando do perigo e nenhuma alma viva permaneceu na rua.Você entra ofegante em casa.
-Oque houve menina? – pergunta seu pai aparecendo na entrada sendo seguido pelo seu irmão.
-Bandeira negra – você diz com dificuldades.
-Piratas! – exclamou seu irmão.
-Tranquem todas as portas, todas as janelas, todas as entradas possíveis. Hoje ninguém entra, nem sai. – ordenou seu pai – Minha filha, pegue Maria e vá para seu quarto, tanque a porta só abra para mim ou seu irmão intendido.
-Sim senhor – Você concorda um pouco assustada.
-Vá – ele diz e você sobe a escada em disparada.
Você estava trancada em seu quarto com Maria. A noite estava silenciosa, mas uma tensão pairava no ar, o medo de um ataque. Até que um baque faz você pular da cama. Outra baque faz você se aproximar da porta. Você pode ouvir murmúrios e passos apressados no andar de baixo.-Eles estão tentando invadir – sussurrou Maria.
No segundo seguinte um baque mais forte e logo depois o som de espadas indo de encontro uma com as outras.
-Eles entraram – Você diz em choque.
-Senhorita se esconda no guarda roupa – disse Maria
-Como?
-Se esconda no guarda roupa. – insistiu ela – Antes eu do que a senhorita.
Você foi praticamente empurrada para o guarda roupa e viu Maria fechando o mesmo e deitando na sua cama.
O som de espadas foram ficando menos intensos a medida que se ouvia passos pesados na escada. Não precisou de duas tentativas para que a porta fosse arrombada revelando três piratas um tanto quanto sujos e mau vestidos.
Um ficou perto da porta, ele alto e tinha os cabelos loiros. Outro se dirigiu para a frente da cama e tinha um dente semelhante ao de coelho. Outro ficou rondando o quarto, ele era o mais alto e tinha a pele morena.
-Você é a s/n? – perguntou um de forma bruta o dentes de coelho.
-S-sim -gaguejou Maria-Não acho que você seja – disse ele – Não contra você. Mas você não parece, não fala e não age como uma senhora rica.
-Acho que achei uma ovelhinha perdida. – disse oque estava rondando o quarto parando enfrente ao guarda roupa.
Foi tudo tão rápido que você não teve tempo de processar as coisas direitos. Num instante você estava fora do guarda roupa, Maria gritava, o homem que rondou o quarto segurava firme o seu braço com um olhar perverso no rosto.
-Ela tem que ser entregue sem danos – disse oque estava na porta.
-Cala boca – disse o coelho disferindo um tapa na cara de Maria que a fez cair inconsciente. – Vamos logo. Não vejo a hora de sair dessa cidadezinha.
-Mil desculpas senhora -disse o cara perto da porta se aproximando e te vendando com um saco.
Você deve ter perdido a consciência por um momento, pois quando tomou ciência você estava em um barco. Como você sabia disso? O balançar do mar de alertou.-E o capitão? – você ouviu uma voz.
-Deve ainda estar na cidade em algum bordel – disse outra voz.
-Um absurdo ele lá se divertindo e nós aqui.
-Mas se bem que temos um belo pescado aqui. – falou uma voz passando a mão pelo seu braço te causando arrepios.
-O capitão disse sem dano – você reconheceu a voz que estava no seu quarto, o loiro.
-Mas isso não seria dano – insistiu a voz – Seria um prazer.
Vários começaram a rir.
-Intocável – disse a voz do coelho.
-Haaaa qual é, um pouco de ação nunca matou ninguém.
Você sentiu seu braço ser puxado e varias mãos percorrem seu corpo, ate que o som de... o som de uma melancia sendo partida foi ouvido e os toques cessaram.
-Parece que agora mata. – disse uma voz silenciando o barco. – Mas alguém tem alguma ideia brilhante? – silêncio – Levem-la para a minha cabine.
-Nós também queremos nos divertir Capitão – disse uma voz e novamente o som de melancia quebrando
– Mas alguém? – Silencio – Leve-a para a minha cabine Jin.
-Ay Capitão.
Você foi empurrada, mas sem brutalidade e levada para algum lugar, a cabine provavelmente.
-Desculpe por tudo - disse o loiro que era chamado de Jin tirando o saco de sua cabeça – Fique a vontade. Você estará segura aqui.
E ele saiu da cabine te deixando sozinha.

VOCÊ ESTÁ LENDO
We Meet In The Ocean (Taehyung Long Story)
FantasyAquela era uma pacata cidade portuária. Tirando as entregas mensais, nada de especial acontecia lá. Até que um dia...