kumbaya (come by here) | kyungwon ♡ minkyung

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O tempo estava frio naquela sexta-feira chuvosa. Os céus estavam completamente pintados de cinza, e o barulho do vento batendo contra a janela era de arrepiar. Kyungwon buscava conforto na quentura de seu moletom e do chocolate quente que estava tomando, enquanto ao mesmo tempo observava a menina que estava deitada confortavelmente em sua própria cama.

Kyungwon sabia que Minkyung odiava ficar sozinha em casa quando seus pais estavam viajando, principalmente em dias como esse, então ela decidiu passar a noite com a mais velha. Mesmo sabendo que as chances de se arrepender da sua decisão eram grandes.

As duas são melhores amigas basicamente desde que se conheceram três anos atrás, quando tinham apenas dezesseis anos e estavam cursando o primeiro ano do ensino médio. As duas eram inseparáveis, estavam sempre se abraçando e andando de mãos dadas, fazendo muitas pessoas começarem a dizer que elas eram como um casal. E realmente pareciam.

Não demorou muito para que Kyungwon percebesse que estava completamente apaixonada por sua melhor amiga, essa que parecia retribuir seus sentimentos e a enchia de esperança com suas palavras doces. Mas diferentemente da mais nova, Minkyung ainda era imatura. Uma adolescente cheia de medos e inseguranças que queria sonhava em ser amada e aceita por todos, e aquilo a cegava.

A Kang teve que ver sua melhor amiga, que antes sentava ao seu lado nas cadeiras do fundo, rapidamente começar a se enturmar e fazer amizade com as crianças legais que se sentavam na frente, do lado oposto de onde costumavam ficar. Kyungwon também precisou lanchar diversas vezes sozinha enquanto observava Minkyung de longe, exatamente como estava fazendo agora. Mas a Kyungwon de dezessete anos conseguia lidar com aquilo. Tudo ainda estava bem, Minkyung ainda ia pra casa ao seu lado e elas ainda tomavam sorvete juntas todas as noites.

As coisas começaram a se complicar quando os sentimentos da Kang foram aumentando, e por outro lado Minkyung foi mudando. Ela não saia mais com Kyungwon, só a chamava quando era de seu interesse. Como no aniversário de dezoito anos da mais nova, onde a Kim disse que queria passar o dia com ela, e é claro que a Kang aceitou. Além do mais, ela ainda era apaixonada pela menina. E muito.

Naquele dia as duas conversaram, riram, e até mesmo beberam um pouco do vinho dois pais da morena. Tudo parecia ter voltado ao normal na amizade das duas, até que Minkyung largou sua taça de vidro na mesa e beijou Kyungwon sem nenhum tipo de aviso prévio.

Aquilo se tornou um mal hábito. Minkyung beijava Kyungwon quando queria, onde queria e como queria, para depois agir como se simplesmente nada tivesse acontecido. Chegaram ao ponto ir para a cama depois de tomar alguns drinks, mas Kyungwon sempre acordava sozinha no dia seguinte, sendo deixara para trás apenas com um bilhete colado na geladeira que geralmente dizia que ela for sair com algum menino qualquer.

Minkyung chamava Kyungwon quando estava carente ou cansada da vida que estava levando. Uma vida de mentiras e aparências, completamente vazia, sem graça. Ela gostava da atenção que a mais nova a dava, de seus beijos, de seus abraços e de suas palavras. Mas ela odiava o fato de ser uma covarde, odiava o fato de que ela estava machucando uma das pessoas mais importantes que já passou por sua vida, odiava o fato de estar literalmente a usando.

Perdeu a conta de quantas vezes chorou pensando na mais nova e no desastre de pessoa que havia se tornado. Se não fosse tão fraca e pueril nada disso estaria acontecendo, e Kyungwon não estaria sofrendo no meio dessa confusão. Nem mesmo ela. Mas Minkyung simplesmente não conseguia parar, ela era viciada no gosto dos lábios da outra mesmo sendo incapaz de admitir aquilo para si mesma.

Foi com esses pensamentos na cabeça que Minkyung levantou da cama e caminhou até a varanda onde Kyungwon estava, sua caneca já vazia e completamente esquecida em cima da pequena mesa de madeira ao lado da cadeira. A mais nova, por outro lado, sentiu um nó se formar na sua garganta ao sentir o queixo da Kim no seu ombro, seu corpo magro se espremendo cada vez mais ao seu. Ela sabia o que aquilo significava, e ela não queria. Estava cansada de se machucar.

girl group | drabblesWhere stories live. Discover now