06/07/2010
22:03{Mike}
O plano já começou errado. Sophie olhava fixamente para Alice, que estava curvada com uma de suas mãos agarrada a tábua e a outra se apoiando na grama fria.
Sem pensar, corro até Alice, já há levantando e dando um leve empurrão para que ela vá em direção de Catherine, que estava agarrada aos canos já quase na varanda do quarto.
Sophie muda seu foco, que a alguns segundos atrás era Alice, e agora sou eu. Ela vem rapidamente em minha direção, e então me dou conta de que não havia pegado nem sequer um crucifixo. Os segundos passam como um rápido vulto e quando me vejo já estou com Sophie a minha frente levando o machado enorme que estava em sua mão em direção do meu pescoço.
Na tentativa de não ser mais uma vítima deste sítio, apenas dou um soco forte no peito de Sophie e ela cai logo a minha frente, batendo a cabeça fortemente em uma pedra que estava jogada pela grama.
Corro até o carro, e puxo de dentro do seu porta malas um litro com água benta e um grande crucifixo de um metal brilhante.
Volto até Sophie e rodo a tampa da garrafa, que de imediato derrama sobre seu corpo cansado no chão todo o conteúdo do litro.
Seu corpo se contorceu no chão e gritos apavorantes saiam da boca de Sophie, não com uma voz de menina desesperada, e sim uma voz mecânica e masculina. Apontei o crucifixo para seu corpo e foram mais alguns segundos de horror enquanto seu corpo era liberto do demônio que lhe possuía.
Depois de um grito horripilante que me doeu a alma, senti que ela havia sido libertada do Demônio, agora era apenas uma garota frágil e inconsciente jogada em uma grama gélida.
Olhei para o encanamento da parede e já não via Alice e Catherine, as duas já devem estar a procura de Dimy. Quando voltei minha visão para Sophie percebi que o grande machado de aparência afiada havia sumido, e mais uma vez a dúvida me consumiu, não sei se fico com Sophie até que ela acorde ou vou procurar Dimy naquele grande casarão à minha frente.
{Alice}
Alcancei Catherine com um pouco de dificuldade, pois levava em uma de minhas mãos a tábua com o símbolo Enoquiano a mostra, mas logo que cheguei a varanda fomos a procura de Dimy.
Abri a porta devagar, olhando em todas as direções, quase não consegui ver por conta da escuridão assustadora que predominava naquela casa, mas tudo parecia mais calmo, sem barulhos nem passos.
Atravessei o corredor com a tábua à minha frente e bati na porta do quarto dois, Catherine estava logo atrás de mim entre soluços.
Depois de aguardar alguns longos segundos sem resposta, abri a porta e percebi que não havia ninguém no quarto, fui mais adiante no corredor e abri a porta do quarto três, que também estava vazio, no banheiro o resultado foi o mesmo.
Só faltava o quarto proibido, estava com minha mão a centímetros da maçaneta quando Catherine pede balbuciando para que não o abrisse.
- Não posso, ele pode estar aqui, e além disso o livro não está mais nesse quarto, lembra? - respondo no mesmo tom baixo de voz.
Catherine parece não gostar da idéia mas não tenta me impedir novamente, abro a porta devagar e uma brisa gelada se espalha pelo meu corpo, continuo abrindo a porta que range altamente e vejo Dimy no centro do quarto iluminado por uma vela que carrega na mão direita, mais a sua frente tem uma mesa de madeira pequena, e sobre ela está o livro velho que causou tudo isso, Sophie havia mentido mais uma vez quando disse que o enterrou.
- Dimy, você está bem? - Catherine fala baixo, caminhando até ficar do meu lado.
Ele não há responde, leva sua mão esquerda até um de seus bolsos e tira dele algo embrulhado pelas suas mãos. Logo ele à abre e mostra um lindo colar com uma pedra vermelha como pingente.
- O colar de rubi, está com ele! - Catherine fala dando um passo apressado para frente.
Me dou conta de que foi ele que pegou o colar e me encho de dúvidas. Ele bota a vela sobre a mesa e põe sua mão sobre o livro que ali estava, passa suas páginas até chegar a camada de páginas falsas com o espaço para o colar, logo leva a jóia até alguns centímetros do livro.
- Coloca logo Dimy, isso é a solução pra tudo! - Catherine fala.
Aquela cena não me fez imaginar outra coisa a não ser fotografia, soltei a tábua ao chão e agarrei minha câmera que estava pendurada ao pescoço, posicionando-a para tirar uma foto, mas pela lente pude perceber algo aterrorizante acontecer, duas sombras foram tomando forma enquanto chegavam ao alcance da luz da vela, um senhor idoso e de cabelos brancos do lado direito de Dimy e uma garotinha de vestido preto e ensanguentada a esquerda.
- Dimy, coloca logo isso no livro, os demônios estão aqui! - Catherine fala enquanto corre até ele.
Dimy apenas levanta a cabeça, e empurra a vela sobre o livro velho a minha frente. Tiro a câmera do rosto e posso perceber que os dois demônios que estavam pelos dois lados de Dimy olham apavoradamente para a cena a frente, a vela caída sobre o livro e o que logo aconteceria era a chama se espalhar pelas páginas, se não fosse por Catherine, que puxou a vela rapidamente antes que fizesse algum estrago ao livro.
- O que você está fazendo, me dar esse colar! Agora! - Catherine fala, já perdendo o controle.
Ela leva sua mão em direção do colar e Dimy recua sem deixar que ela o pegasse. Agora eu entendia que a única forma de acabar isso tudo era encaixando o colar no livro, logo o fechando, e mesmo o queimando não adiantaria nada, apenas faria com que esses demônios ficassem sempre a deriva neste sítio.
Me perco em pensamentos por alguns segundos e quando percebo Catherine está intacta, sem reação, encarando fixamente Dimy enquanto ele gargalha, assim como os demônios do seu lado.
- Não ver que esse livro não pode ser queimado? Me impressiona o seu nível de burrice! - Dimy fala, puxando a vela da mão de Catherine brutalmente e passa por entre as folhas do livro.
- Porque você está fazendo isso? Tem dois demônios ao seu lado e você está rindo! - falo.
Antes que ele parasse de gargalhar e me respondesse, pego a tábua com o símbolo Enoquiano que estava jogada ao chão, e quando penso em apontar para algum daqueles demônios ela é puxada para trás, viro rapidamente e me deparo com Mike, já com a tábua na sua mão, ele passa por mim rapidamente e posso perceber que no início do corredor tem a sombra de um homem, alto, robusto, e com um grande machado em sua mão.
Em um piscar de olhos o ser alto estar na minha frente, me encarando com um par de olhos vermelhos, logo me envolve em seu corpo gelado, colocando seu braço em volta do meu pescoço.
Mike percebe a situação e olha para mim rapidamente, abaixando a tábua que está em sua mão quando percebe o machado afiado agarrado a mão deste demônio.
Seu corpo pálido e forte me envolvia brutalmente, sentia que uma morte por demônio poderia ser uma boa história, mas não para ser vivida comigo, apenas me entrego ao medo e deixo que ele me entregue a sensatez.
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O Sítio Macabro
HorrorDentre todas as possíveis questões sem resposta lógica que passavam pela cabeça de qualquer ser saudável, a que mais me deixava cismada desde minha solene e atormentada infância era quanto a existência do sobrenatural, e da pior maneira descobri que...