divórcio

20 6 0
                                    

A poesia me escreve
Quando eu sinto o tilintar
Dos gelos, no seu coração
E sinto extrair
Minha face mais gélida

Agora sou quente
Ardente como larva
Lágrima que escorre crescente
E queima o meu rosto
Antes, gelado

E agora, sou uma poesia
Que ferve no quente
E queima no frio
E resulta na ferida
Presente por qualquer extremo

No egoísmo, ou no cinismo
Eu queimo
E a temperatura não é empecilho
Quando se há algo como
Uma dormência no sentir

E eu sinto
O fogo gelado
Queimar congelando minha órbita
Transformando-na em algo reduzido
À quem eu sou, pequeno e dormente.

O Sítio MacabroOnde histórias criam vida. Descubra agora