06/07/2010
23:07{Mike}
Enquanto todos focavam em Alice, Catherine faz algo surpreendente, puxa rapidamente o colar da mão de Dimy, que se encontrava distraído, e tenta puxar o livro mas só consegue jogar ele ao chão a sua frente.
- Calma, ninguém precisa sair ferido, calma! - falo olhando para todos no local.
O demônio alto a minha frente segura fortemente o pescoço de Alice, impedindo que a mesma consiga respirar direito. Olho para toda a situação e não vejo saída, a única possível é pegar o livro e o colar e acabar com tudo isso mas com um grande risco daquele demônio matar Alice a minha frente.
- O que vocês querem? Por favor falem! - falo.
Antes que me respondam o demônio com Alice vai recuando da porta, deixando espaço para que alguém passe.
Logo uma sombra se aproxima, e posso perceber que é Johnny, e logo atrás dele Lucky, os dois melhores amigos quando vivos e agora dois demônios perigosos que quanto a sua amizade fico a questionar.
Os dois entram lentamente me olhando, ambos com os olhos vermelhos penetrantes. Catherine vem para o meu lado devagar, dando espaço para que eles fiquem de frente para nós. Aquele quarto já está ficando pequeno para a quantidade de seres que chegam a todo momento.
Olho para a porta novamente e me surpreendo quando vejo Sophie a atravessar, seus olhos baixos e manchados de rímel, um semblante cansado e com passos turvos vai até até a frente de Lucky e Johnny e fica ali parada nos encarando.
- Acabou... - Sophie fala botando um leve sorriso no rosto.
- O que acabou Sophie? - Catherine fala no mesmo tom de pena que quase sempre lhe dirigia quando algo estava errado.
- Tudo, eu vou com eles, também vou ser um demônio, e isso tudo vai acabar para vocês! - responde.
Sophie só pode estar ficando louca, ou talvez alucinada, mas mesmo sem querer que a mesma fizesse tal coisa, era uma outra possível saída, só precisava decidir se preferia que ela ou Alice morresse.
Me abaixo rapidamente na intenção de pegar o livro, mas quando penso em estar agarrado a ele sinto meu corpo travar, não consigo me mexer e fico intacto naquela posição não muito agradável.
- Não tente isto, não vai dar em nada! Sophie já fez sua escolha! - Johnny fala com uma voz robótica.
Sinto meu corpo ganhando forças novamente devagar e vou recuando lentamente, olho para a frente e Lucky e Johnny estão dos dois lados de Sophie, cada um apontando uma arma para sua cabeça.
- Eu amo vocês! Depois que eu for, feche esse livro, e faça o que quiser com o resto... - Sophie fala olhando em meus olhos.
Seus olhos cansados se fecham e lágrimas gélidas escorregam pelas suas bochechas, logo em seguida dois tiros estrondantes ecoam nos meus ouvidos, abro os olhos e vejo Sophie inconsciente jogada ao chão, com o rosto irreconhecível.
Não havia tempo para lastimas nem dor, apenas pego o livro rapidamente que estava jogado ao chão, abro em sua camada falsa de páginas e aponto para Catherine, ela encaixa o colar de rubi rapidamente e em seguida o fecho.
Sombras macabras nos rodeiam e gritos agudos e aterrorizantes são ouvidos, todos os demônios que ali estavam começam a perder forma, e alguns longos segundos depois tudo some, Dimy olha para toda a situação sorridente, Alice agora está sozinha na porta do quarto e quando percebo já estou abraçando fortemente Catherine.
- E agora? O que vamos fazer? - Catherine fala me encarando.
Apenas segurei nas mãos dela e fui seguindo pelo corredor, logo depois pela escada, e logo depois pela estradinha de terra. Alice e Dimy nos seguiam logo atrás.
Chegando na garagem deixo que meus olhos se acostumam na escuridão cegante, e começo a procurar por entre as caixas e móveis por litros de gasolina, e finalmente os acho embrulhados por tecidos em um dos cantos.
Dou dois litros para cada um deles do líquido inflamável a minha frente e juntos vamos voltando até o sítio.
Subo até o segundo andar e vou até no quarto proibido, pego o livro macabro a minha frente e agora ele, que pertencia a este sítio macabro, pertence a mim.
Olho para o quarto, Sophie caída ao chão irreconhecível, uma vela sobre a mesa, o símbolo Enoquiano jogado ao chão, até a teia de aranha do teto me chama atenção. O que vivemos neste local foi a pior de todas as experiências da minha vida, só preciso me livrar de tudo isso, e tudo isso se livrar de mim.
Começo a espalhar gasolina por todo o local enquanto lágrimas geladas são derramadas do meu rosto, peço para que Alice e Dimy desçam e façam o mesmo com o andar de baixo, eu e Catherine faríamos com o de cima.
Depois de longos minutos me preparando para um grande tormento do futuro, desço as escadas e vou até a cozinha, tiro todas as gavetas brutalmente e logo acho um esqueiro de metal.
Em uma de minhas mãos está o livro que causou tudo de pior da minha vida, e na outra o que vai me ajudar a superar todos esses desastres.
Saímos do sítio e fico o encarando por alguns segundos, quando penso em acender o esqueiro e o jogar sobre o rastro de gasolina que havia deixado Catherine me impede com palavras.
- E o celeiro, tem pessoas mortas nele... - Catherine fala.
Penso e realmente antes de acabar com o casarão tínhamos que acabar com toda e qualquer suspeita de algum assassinato.
Vou em direção do celeiro e sou seguido por todos, quando chegamos peço ajuda de Dimy e juntos vamos tirando toda a elevação dos túmulos, logo batendo a terra para que ficasse plana novamente.
Agora aquele era somente mais um celeiro antigo e abandonado com um chão frio e sem rastro de que qualquer pessoa possa ter sido enterrada ali.
Pego o livro e o esqueiro que estavam jogados ao chão e voltamos em direção do casarão novamente.
Chegando a frente do maior cenário de filme de terror da minha vida pego novamente o esqueiro e levo até a altura dos meus olhos, o acendendo.
Logo a pequena chama corre por todo o rastro de gasolina a minha frente se transformando em um grande foco de luz e calor.
Fico observando o fogo tomando conta de todo o casarão e de certa forma sinto um alívio. Mesmo que quisesse, o que é algo fora de consenso, não poderia mais viver novamente tudo o que vivi aqui.
Derramo a última lágrima, pego na mão de Catherine e viro as costas para aquele sítio macabro, logo indo até a estradinha de terra a minha frente, Alice vem logo atrás de mim tirando fotos e Dimy ao seu lado.
- Guarde todas estas fotos para você Alice, assim como tudo o que vivemos aqui, e isso serve para todos. - falo, recebendo apenas olhares como resposta.
Agora éramos somente quatro sobreviventes de um grande incêndio, causado por um descuido meu ao deixar uma vela acesa na sala de estar e ir dormir, nada mais.
Fim
------------------------------------------------E este foi o final, tão demorado, mas chegou de "O Sítio Macabro", e espero muito que tenham gostado leitores que tanto amoooo s2
Me ajudem na divulgação para chegarmos logo as 10 mil leituras!
E até qualquer dia com alguma notícia boa sobre o livro (eu espero mesmo sksksk)
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O Sítio Macabro
HorrorDentre todas as possíveis questões sem resposta lógica que passavam pela cabeça de qualquer ser saudável, a que mais me deixava cismada desde minha solene e atormentada infância era quanto a existência do sobrenatural, e da pior maneira descobri que...