|10| Em Busca de Uma Prova

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TAEHYUNG (Escritório de Advocacia Kim)

De uma pequena geladeira que existia no escritório retirei um gelado de baunilha que comecei a comer à dentada, provocando uma sensação gelada nos meus dentes.

Sentei-me numa cadeira e peguei no telemóvel, vendo as horas e caso houvesse alguma mensagem dela. "Mas onde é que ela foi?" Resmunguei para o ar.

"Ela não fugiu porque não podia confiar no seu advogado pois não? Tenta ligar-lhe." A minha tia propõe.

"Eu não tenho que lhe ligar." Resmungo. "Isto realmente fere o meu orgulho, eu até desisti do meu rámen! Ofereci-lhe o meu tempo, e o que é que ela faz? Atende uma chamada e decide nunca mais voltar, deixando-me aqui plantado a olhar para o nada." Bufo, mandando o telemóvel para cima da mesa e continuando a comer o gelado, frustrado com o desaparecimento dela.

MIN AH (Ainda no café com Min Ji)

Feita a minha decisão passo-lhe o telemóvel para as mãos. Min Ji pega nele e apaga a cópia do que aconteceu na bomba de gasolina... Ao vê-la a apagar o vídeo senti um aperto no coração, e duvidei da minha escolha, mas a decisão tinha sido feita e a consequência da mesma também.

"Obrigada por tomares uma decisão tão difícil, Min Ah." Min Ji comenta com um sorriso notável, devolvendo-me o telemóvel.

"Não aches que é por eu ter feito isto que é como se tivesse perdoado aquela mulher..." Respondo num tom seco pegando o telemóvel de volta. Min Ji assentiu, e da forma que o fez notava-se que estava muito feliz e aliviada.

"Eu sei. Olha Min Ah, eu estou muito ocupada, então tenho de ir. Vejo-te em casa, okay?" Ela levanta-se na cadeira, pega na sua mala e despede-se de mim, confortando-me com a sua mão no meu ombro. "Até logo."

Eu não digo uma única palavra e apenas fico a pensar no que acabara de acontecer. Pois por algum motivo não parava de pensar que teria feito, talvez, uma das decisões mais estúpidas da minha vida.

Fico sentada naquela cadeira por um tempo e vejo Min Ji pela grande janela de vidro que nos separava, ainda do lado de fora do café, ao telemóvel com alguém.

~Chamada~

"Senhor presidente, o problema já foi resolvido. A funcionaria do posto de gasolina disse que não vai em frente com o processo e que vai agir como se nada tivesse acontecido."

"Isso é verdade? Você tem a certeza disso?"

"Sim."

Parei de olhar para ela e agarrei o telemóvel contra a minha barriga. Respirei fundo e saí do café, querendo ir para um sítio calmo, por isso escolhi ir até um jardim, que ficava junto a um rio.

Tinha uma vasta área de relva, várias árvores espalhadas pela mesma, e alguns bancos onde se viam alguns casais sentados. Sozinha, eu fiquei de pé sobre a relva, apreciando a vista que o rio, atravessado por uma ponte moderna, proporcionava. E ao sentir o vento balançar os fios de cabelo da peruca perguntei-me a mim mesma... Eu fiz o que era mais correto, certo? Não..? Se eu me conter, então tudo vai ficar bem... Eu sou muito boa a conter-me. Assenti para comigo mesma e voltei para casa.

Chegando a casa fui direta até ao 'meu quarto', que todos sabemos estar invadido com os trilhiões de roupa que a minha irmã tem.

Ignorando essa pequena questão, aproximei-me de uma mesinha branca que eu continha a um canto do quarto. Peguei na mala a tiracolo que eu costumava usar e coloquei lá dentro as coisas que iria necessitar para mais uma aula da Italiano.

"Tenho o meu passe de autocarro..." Comentei, revendo se tinha tudo. Guardei a carteira com o passe lá dentro, dentro da mala e reparei que faltava uma coisa. "A campainha da bicicleta... Ela não está aqui..." Murmuro, procurando desesperadamente por ela, vasculhando as coisas dentro da mala.

Inside Out » kthOnde histórias criam vida. Descubra agora