Crise ou oportunidade?

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CRISE OU OPORTUNIDADE

Observe o contexto a sua volta. Um ambiente repleto de novas variáveis, com uma relação nada cartesiana entre causa e efeito, onde não há espaço para soluções do tipo receita de bolo. O nível de exigência é alto, a expectativa é de nada menos do que o "sucesso continuado". A competitividade, de tão acirrada, se descola, infelizmente, dos parâmetros éticos e morais comumente aceitos.

Quando atuamos nestas condições é mais proveitoso forjar uma atitude mental que, uma vez fundida ao nosso perfil de liderança, nos impulsionará através de quaisquer caminhos. A mente preparada transforma cada momento de crise em uma nova oportunidade para os negócios, para a consolidação de objetivos, para o exercício da liderança e, também, para o auto-desenvolvimento.

Uma circunstância de crise tende a se aprofundar se as pessoas responsáveis por sua administração não exercitam, permanentemente, a atitude de fortalecimento de seu sistema de liderança. O líder despreparado embarca no aparente conforto da rotina, deixando de lado o senso crítico, o esforço pela melhoria contínua ou a simples observação do ambiente em que atua. Esta atitude abala o sistema de liderança, contamina a equipe, reduz o nível de comprometimento dos colaboradores, esvanece a visão de longo prazo, além de criar brechas estruturais facilmente percebidas e aproveitadas pelos agentes externos.

Estar permanentemente inteirado das dinâmicas do ambiente é fundamental para o líder. Esta atitude precisa ser exercitada com a mesma naturalidade e constância do movimento respiratório. Seu relaxamento, normalmente, dispara o comportamento chamado de "piloto automático". Com o piloto automático ligado a qualidade da comunicação fica prejudicada, os sentidos são minimizados e a ação do líder torna-se burocrática. Nestas condições, a falta de comprometimento, a resistência passiva, as críticas veladas e reclamações de corredor ganham espaço. Em contrapartida, os elogios sinceros, a autocrítica e a sinergia desaparecem.

Estou chamando a sua atenção para um fato simples: o de que o desconhecimento do ambiente, por si só, comporta um nível de alienação inaceitável para o exercício de uma liderança plena. Entenda que é impossível perceber oportunidades, antecipar circunstâncias potencialmente difíceis ou mesmo transformar as crises em oportunidades se você está alheado, desatento.

Dentre muitos outros fatores, igualmente importantes, que interagem no ambiente em que você e sua liderança estão inseridos vamos destacar o fator humano. Motivar mentes e corações é uma atividade que depende, em grande parte, da habilidade de reunir e utilizar a favor de uma visão as centenas de milhares de pistas sutilmente enviadas pelas pessoas todos os dias nos mais diversos ambientes freqüentados por você. Será que um líder consegue fazer o melhor aproveitamento possível do fator humano, visando a consecução do sucesso, sem o exercício cotidiano de um nível apurado de percepção? Ou "ligar as antenas" apenas durante a crise seria o suficiente? Nos dois casos a resposta é não! Durante uma crise é comum o aumento de ruído na comunicação interna o que pode concorrer para leituras equivocadas. Fazer o melhor aproveitamento do fator humano ou de qualquer outro recurso impõe ao líder o esforço para desenvolvimento de uma cultura de atenção ao ambiente.

Para desenvolver esta cultura, em alguns casos, é necessário repensar a forma como o tempo vem sendo utilizado. Quanto do seu tempo é empregado para perceber o contexto, escutar os envolvidos, conhecer suas necessidades e meditar a respeito das informações recebidas? Você consegue intuir sobre as decisões a serem tomadas? Ou a sua voz interior está abafada pelo turbilhão de números, relatórios, cobranças, telefonemas e reuniões? Talvez seja o momento para se conhecer melhor antes de poder conhecer o ambiente a sua volta.


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