Capítulo VI : A Sombra do Passado

27 7 10
                                    

" E pela primeira vez
Senti cair sobre mim
Seu olhar mortal...
Um olhar que espelhava a
própria Morte... "


28 - 08 - 2002
Quarta-feira 01h02min

Aquela noite a lua possuía uma cor diferente, um vermelho sangue tão forte que se podia ver seu reflexo nos lagos mais escuros, as nuvens ocultava as estrelas e os raios desciam incansavelmente sobre alguns cantos do mundo, a chuva descia sobre o chão como lágrimas de uma pessoa em luto e a cada barulho estrondoso que as nuvens chuvosas emitiam as poucas crianças que as observava corria rapidamente para baixo das mesas ou camas com um certo pavor.

Em uma casa não muito distante morava uma jovem com seus pai e sua madrasta. Seu nome era Mellane, uma bela garota com incríveis cabelos castanhos avermelhado dotada de uma pele branca e olhos verdes, sempre vestia roupas escuras estilo gótica, seu quarto sombrio possuía vários objetos satânicos, e adorava, sentia-se bem com aquilo.

Naquela mesma noite seu pai havia chegado encharcado, o cheiro do álcool dava para sentir de longe. Gritos e muitas discurções ecoaram por toda a casa, Mellane já havia se acostumado com aquilo pois dês de que sua mãe a abandonou seu pai nunca mais foi o mesmo. Os passos pesados se aproximara na porta e numa pancada violenta a porta foi aberta, Mellane havia levado um susto, e talvez ainda estivesse, seu pai estava mais alterado, mais agressivo.

  - FALEI PARA NÃO MEXER EM MINHAS COISAS!

Bravejou o pai da garota.

  - Precisei para fazer trabalho da escola...

Tentou explicar mas já era tarde, com um pedaço de madeira na mão começa a espancar a garota a deixando cheio de marcas e hematomas pelo corpo, Mellane queria chorar, pensou em chorar mas não o fez, assim que o pai saiu de seu quarto perdeu-se nos próprios pensamentos, do quanto a vida perdera o sentido, do quanto sua vida não prestava.

Sua sanidade estava morrendo, se talvez já não estivesse morto. Pegando algumas velas sobre a segunda gaveta de seu guarda-roupa e um punhal caminha sobre a escuridão silenciosamente até o quarto onde seu pai e sua madrasta dormira, ao abrir a porta e ao adentrar no quarto segura levemente sobre a boca do pai e com movimento preciso corta a garganta do homem o fazendo se afogar no próprio sangue que escorreu sobre a cama.

Andréia, a madrasta de Mellane sentiu algo humido sobre a cama, acendeu o abaju para ver o que era e o que vira a deixou tão apavorada que seus gritos se perdera. Diante dela havia um corpo com um corte profundo na garganta, a pele embranquecida e totalmente gelada, ao lado do corpo viu Mellane, parte de seu rosto estava melado de sangue como se ela estivesse degustado o sangue do próprio pai, um pequeno riso se encontrava sobre o rosto da garota, um sorriso psicótico que mostrava o prazer que sentia em matar.

Andréia tentou correr, e com este feito conseguiu sair do quarto. Pegando o telefone sobre a mesa da cozinha digita desesperadamente o número da emergência, colocando o telefone sobre o ouvido nada escuta, apenas o barulho do vento, ao perceber o motivo de não ter chamado nota-se que o fio estava cortado, num momento de raiva lança-lhe o telefone contra a parede o fazendo se partir, pegando uma faca a segura no cabo com as duas mãos e caminha pelo corredor até a sala.

Chegando lá depara-se com a cena ainda pior que a anterior, algo macabro e horrendo, um símbolo satânico feito com sangue encontrava-se no meio da sala, e não era apenas isso, havia cinco corpos de adolescentes ali para um tipo de ritual, todos os cinco estavam mortos, nada mais podia-se fazer.

  - Achou minha obra de arte.

Andréia se assustou com a voz de Mellane que emergiu da escuridão.

  - Por que está fazendo isso? Você não é assim, nunca foi...

  - Você está errada, sou o monstro que se esconde em baixo das camas, o monstro que vive nos pesadelos... não passo de uma sombra psicótica que só se sente bem com o sofrimento dos outros.

  - Mais Mellane...

  - NÃO ME VENHA COM MAIS! AS PESSOAS FIZERAM DO MUNDO UM INFERNO E EU NÃO PASSO DE UM DEMÔNIO QUERENDO PUNIR OS PECADORES.

  - O que você pretende fazer?

Mellane deixou um sorriso escapar, colocou a lâmina da faca sobre a pele e num rápido movimento causou-lhe um arranhão, com os olhos fechados e respirando profundamente começou a citar uma linguagem estranha, parecia citar algum tipo de poema, ao terminar um vento forte soprou sobre a sala apagando as velas acesas, tudo havia ficado quieto, Mellane havia ficado com dúvida se o que fizera havia dado certo.

Uma sombra as encarava, seus olhos embranquecidos era a única coisa que destacava na mais obscura noite...

A Bruxa da Casa ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora