Parte 5 -
Aika acordou com uma dor de cabeça imensa e o despertador tocando. A seu lado tinha um homem ainda dormindo. Ela se sentou na cama sem entender antes de olhar debaixo das cobertas para ter confirmação visual e pouco depois o cutucar.
- Hummmm. Que horas são? Ainda está escuro.
- Cinco.
- Deite-se, eu vou te levar pro trabalho de carro mais tarde.
- ... Não é isso. Por que está na minha cama?
- Sabe quem sou eu?
- Rey. Reymond.
- Sim. E sabe o que fez ontem?
- Boa parte e nada que justifique você estar aqui. Na minha cama.
- Estou irritado então fique quieta como desculpa e me deixe dormir.
- Essa não é a questão. Vou pegar um remédio e nesse tempo volte para o seu quarto.
Aika sabia que tinha tomado muito além da conta. E estava embaraçada de ter mostrado esse lado seu para um cara que acabou de conhecer e que estaria convivendo. Graças, eu não fiz merda depois. Ela ainda estava com suas roupas da noite, meio abarrotadas da dormida. Respirando fundo pra clarear a mente, depois de tomar o remédio foi em direção ao quarto.
- Vai sobreviver ao dia?
A voz de Rey vinda ainda de seu quarto ressoava em seus ouvidos. Aika mal mantinha os olhos abertos, sua cabeça latejava. Merda. Ela recostou-se na parede do corredor e logo menos duas mão grandes a envolviam impedindo-a de cair.
- Isso é o que chamamos autodestruição. Não é melhor tirar o dia de folga?
- Não tenho esse luxo.
Aika deixou-se ser guiada até o sofá e sentou-se com a cabeça alta. Rey ligou a luz da sala ainda escura pelo horário. E ela piscando encobriu o rosto com um dos braços.
- Me sinto uma vampira.
- Sem toda a lúxuria com o sexo oposto envolvida?
- Ah. Cale-se Rey. - Ela disse olhando fixamente para ele. Descendo por sua figura.
- ... Quer me dizer algo?
Você deveria por uma roupa, está praticamente pelado na minha frente.
- Na verdade, não.
- Mesmo?
- ... Desculpa?
- Você já disse isso ontem. Não vou pressionar sobre seus...Humm... Hábitos. Mas seria bom tentar se conter um pouco ou conversar sobre o que quer que esteja te incomodando. Se afogar em alcool não vai ajudar.
Argh, não venha me dar sermão. Você não sabe de nada!
- Não é como se eu fizesse isso toda noite, O.K.
- Você paga as nossas despesas da próxima então. Nada de ir sozinha. - Ele disse sério. Depois sugeriu que se trocassem quando finalmente percebeu ou talvez simplesmente tivesse ignorado, propositadamente, estar usando somente a roupa de baixo até agora.
Eles tomaram um café e como prometido Rey deu carona a ela. Aika precisava acordar mais cedo para poder pegar a linha de ônibus pro trabalho e chegar no horário enfrentando um trânsito infeliz. Mesmo no seu estado de resseca isso ainda era absoluto, então ela aceitou o convite do seu colega de apê sem relutância. Melhor um carro com ar condicionado do que um ônibus superlotado e quente.
- Vou te deixar próxima, tenho outras coisas no centro pra resolver e fica ruim pra fazer o retorno, que horas você sai?
- Assim estou me impondo muito, só a carona de agora foi mais que suficiente. Muito obrigada. - Aika sorriu, colocando a mão sobre o peito em demostração de apreço. Rey desviou os olhos dela e mirou o retrovisor antes de responder.
- Vamos ter que ir e voltar do trabalho de qualquer maneira. Não há problema se for nos mesmos hórarios.
- Você trabalha aonde?
- Nos vemos mais tarde, Aika.
Rey parou o carro e ficou observando Aika abrir a porta e sair em direção ao prédio na outra rua, quando Aika não pode ser mais vista ele finalmente voltou a si e deu a partida.
E somente quando ela chegou no local ela percebeu que falhou em perguntar como ele sabia onde ficava.
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RomanceAika não se lembra do dia anterior e tem que lidar com um novo inquilino em seu apartamento que não a leva a sério. Pelo menos isso é o que ela acha.