Acalento

139 15 1
                                    

  Rey ligou o som e colocou numa rádio animada deixando a música fluir no carro tentando abafar o clima pesado e esse sentimento opressor.  Sua boca numa linha rígida, olhando em frente e Aika vendo as coisas passarem do seu lado. Se escondendo entre uma camada de cabelo e um rosto virado.

  Aika fechou a porta do carro e foi para seu apartamento em silêncio, com sua sombra atrás.

  - Aika.       -    Sim?   - disse ela se virando para ele já em casa.

  - Você vai encher a cara hoje?

  - Eu trabalho amanhã. Claro que não.

  Rey pensou na noite de domingo mas não disse nada. Ele se aproximou de Aika e sorriu maliciosamente.

  - Quer um abraço? Eu vou embalá-la e cantarei até que durma se te fizer sentir melhor.

  - De jeito nenhum.

  Aika foi em direção a seu quarto e Rey a segurou pela mão firmemente.

  - O que foi?

  - Venha aqui. - ele colocou um braço em sua cintura, a puxando para perto e com a outra mão acariciava seu cabelo dizendo "tudo bem". Aika logo deixou de resistir e ficou parada com sua cabeça encostada no peito de Rey enquanto ele a confortava.

  - Nada de mão boba. - Ela disse ao sentir sua outra mão descendo. Rey riu baixinho e continuou dizendo 'tudo bem'.

  Aika não se moveu, se lágrimas desceram por seu rosto já haviam secado. Seus olhos agora estavam pouco vermelhos.

  - E então, melhor ou tenho que completar o serviço no quarto?

  - Não sonha.  - ela deu um sorriso cansado mas seu semblante já estava mais suave. Seu corpo foi  pressionado mais contra o dele e ela arfou.

  - Você quem sabe.

  - Não vou arriscar. Vai que você canta mal.

  Rey relaxou seu aperto e ela saiu de seu abraço, correndo. Ele suspirou e foi tomar banho. A porta de Aika continuou fechada. Trancada ou não?

--------------------//---------------------

Aika fechou sua porta e se jogou na cama. Inspirando e expirando para se acalmar. Ela se sentia como uma jovem virgem sendo tentada ao pecado. E Rey era um mau muito gostoso sempre lhe dando chances e não indo frente sem que ela aceitasse.  Queria ela que ele passasse da linha ou não? Ela enfiou-se debaixo do traveseiro. Num instante ele conseguiu tirar sua atenção de seus problemas e nem sequer perguntou o quê. Ela estava grata por isso. Rey era um cara legal mas ela não se permitiria abrir tão facilmente para alguém que acabara de conhecer e que estava numa relação superficial. Logo ele se cansaria, logo não haveria mais brincadeiras, ele iria embora. Até longas relações acabam. Se ela cedesse ela não conseguiria manter sem levar a sério, ela sabia. Ela realmente não conseguia parar de pensar agora naqueles lábios quase tocando seu ouvido, naquele calor, naquelas mãos grandes e no conteúdo embaixo pressionando seu corpo, a desejando.


PropostasOnde histórias criam vida. Descubra agora