Encontro (parte I)

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**Aika**

Não fazia ideia de para onde iríamos, depois de um bom banho e tentar deixar meus cabelos no lugar, parei em frente ao armário com aquela dúvida cruel. Qual roupa usar? Os minutos foram se arrastando com minha indecisão e a leve batida na porta me fez voltar a mim.

  - Sim?!

  - Não demore muito. - ele disse do outro da porta.

  - O que devo usar? Meus jeans bastam?

  - Você consegue algo melhor que isso, Aika.

  Murmurei um o.k, enquanto revirava os olhos. Um mau hábito depois de conhecê-lo. E o ouvi se afastar. Caçei um vestido que a tempos não usava. Um azul rendado. E terminei de me arrumar. Depois de olhar-me no espelho, com direito a uma voltinha, me senti preparada e sai.

  Rey esperava de pé e rodava as chaves do carro. E assoviou ao me ver o que me fez rir sem graça. Ofereceu o braço e saimos.

  Conversamos por todo o caminho e paramos em um restaurante de relativa fama.

  - A comida aqui é boa. Já vim algumas vezes.

  - Preciso apenas conversar com um cliente, ele está com a esposa. Depois vamos ao nosso encontro, o.k?

  - ...

  "Mas que sacana" pensei. E eu preciso entreter a esposa, claro.

  - Espero algo realmente bom depois disso.

  - Sempre.

  O garçom nos levou até a mesa aonde estava um casal de meia-idade. Nos cumprimentamos. E sentamos.   

  Descobri que eles não eram dali e viajavam muito. Rey era bem cordial com os dois e perguntava coisas casuais, conhecidos hmm, e comemos tranquilamente até...

  - Então Reymond, ainda não estão noivos? Achei que me apresentaria sua mulher.

  - Querido, eu não vejo anel.

  Olhei assustada para eles. Noivo? Anel? O que era isso.

  - Tio, tia. O que é isso? Não apressem essas coisas.

  - Acredita que o tio dele me pediu em casamento no dia em que nos conhecemos? Achei uma loucura.

  - No dia? - Eles estavam confundido nossa relação mas minha curiosidade por histórias era maior que tentar esclarecer o erro. Rey que consertasse.

  - Sim. Ele disse que se apaixonou logo que me viu. E sabia que eu era a mulher da vida dele.

  - E você aceitou na hora o pedido?

  - Não - ela disse rindo. - Mas depois de muita insistência me ganhou. De um jeito que só ele mesmo.

  - Foi o que vocês diriam... Um belo de um fora. Mas o resultado de meus encantos está aqui.

  Achei lindo eles levantarem as mãos entrelaçadas mostrando as alianças. Um casamento duradouro. E com o amor ainda ali. Sorri para eles. E olhei para Rey tentando decifrá-lo.

  - Meus tios são ótimos, não?

  - São sim. Mas Rey... E o negócio?

  - Tio, se importa de discutirmos amanhã na empresa o contrato? É um assunto chato para as mulheres.

  - Claro que não. Eu te chamei mais sobre pretexto para conhecer minha sobrinha.

  - Eles são ótimos mesmo. - eu disse rindo.

  Nos despedimos e quando entramos no carro, comentei.

  - Tem algo a me dizer?

  - Você é como tia Eloise.

  - ...E você tenta me ganhar na lábia?

  - Eu não aceito um fora também. Ei, Aika.

  - Sim?

  - Eu quero muito beijá-la agora.

  Ele se inclinou para me beijar e não me afastei. Correspondi aquele beijo. Doce e cada vez mais faminto. Quando desencostamos nossos lábios, eu arfava. E o sacana tinha um sorriso torto no rosto ao dar a partida no carro. Indo para sabe-se lá onde. Eu já havia desistido de fazer qualquer perguntar por enquanto. E nem eu sabia qual era a nossa relação.

 

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