Capítulo 53 - Capítulo Final.

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No outro dia de manhã, acordo um barulho de buzina próximo a minha casa. Eu me levantei com o rosto todo inchado de tanto sono, olho pela janela do meu quarto e vejo Noah em cima de uma moto. – Se arruma aí, vamos para escola. – Disse ele com um sorriso de criança que acabou de ganhar uma moeda de 1 real.

Terminei de me arrumar e desci para me encontrar com Noah.

– Onde você arrumou essa moto, garoto? – Perguntei. – Você não anda roubando as coisas, não é? Você agora é traficante?

– Por que acha que eu roubei? – Disse Noah.

– Porque você não tem dinheiro para comprar uma moto. – Falei.

– Eu não tenho, mas meu pai, sim! Ele comprou, aí eu fiquei chorando na cabeça dele, então ele me deixou pilota-la, mas só aqui no bairro. Então, sobe aqui. – Disse Noah.

– E você sabe pilotar uma moto? – Perguntei.

– Não, ué! – Disse Noah.

– E você quer que eu vá com você? Eu tenho amor à vida, Noah. – Falei.

– Eu estou brincando, eu sei pilotar. Agora sobe aí! – Disse Noah.

– Qual o problema de ir andando? Ou então de pegar um ônibus? – Perguntei.

– Não me venha falar que você tem medo de moto, Max... – Disse Noah.

– Sim, eu tenho medo. – Falei.

– Só sobe aí, eu prometo que vou bem devagarinho. – Falou Noah.

– Você fala que vai devagarinho quando a gente faz amor e você nunca compre, imagina agora. – Falei.

– Hoje eu prometo que vou devagarinho. – Disse Noah rindo.

😧

– Ouvi falar que você veio de moto para escola hoje, Max! – Sussurrou Emma.

– Quem te contou? – Perguntei.

– Eu vi, né? – Falou Emma.

– Para fazer o exercício não precisa usar a boca Emma, somente as mãos. – Disse a professora.

"Depende do exercício." – Pensei.

– Desculpa, professora. Eu fui só pedir o apontador emprestado! – Disse Emma. – Chata. – Disse Emma sussurrando.

Eu já nem prestava mais atenção nas aulas, eu ficava trocando mensagens no celular com a Emma e o Noah a aula toda. O que não faz muito sentido, já que eles estão no meu lado. Se bem que tem cosias que tem que ser conversado pelo celular, vai que alguém escuta nossa conversa, não seria nada legal e sem falar que os professores são muito chatos, não se pode nem mais conversar.

A aula acabou e fomos caminhando até o outro lado da rua onde Noah havia estacionado sua moto. Emma ficou parada encarando a moto de boca aberta. – Então essa moto é sua, Noah? – Perguntou Emma com olhos brilhantes enquanto encarava a moto.

– Não, ela é do meu pai, mas ele deixou eu pilotar hoje. – Disse Noah. – E não encara a moto desse jeito, vai que ela quebra.

– Ai que horror! Só estava olhando. E por que ele deixou você pilotar? Ele não estava bravo com você porque você se assumiu gay? – Perguntou Emma.

– Sim, mas as coisas mudam. – Disse Noah.

– Entendi... Por que minha mãe não deixa eu dirigir o carro dela? Eu queria pais assim, que me deixassem fazer as coisas. – Disse Emma.

Nós, Nós mesmos e o Tempo [1 e 2]Onde histórias criam vida. Descubra agora