III - A Lua do Terror - Parte Final

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Os homens entraram em confronto com elas, mas foi em vão. Todas as equipes, aos poucos, iam sendo consumidas pelas criaturas. Vendo que corriam o risco de perder aquela batalha, Fox avisou as bases avançadas de Marte sobre o que estava acontecendo em Enceladus. Só que, infelizmente, não havia tempo para enviarem ajuda.

Um soldado conseguiu separar parte do líquido que atacavam as pessoas, que havia no chão do corredor para analisarem, mas uma das criaturas menores o atacou. Enquanto a criatura entrou em sua boca, devorando toda a sua garganta, ele deixou o frasco deslizar pelo chão. Outro soldado, que acabou pegando o invólucro, saiu correndo em retirada para não ser devorado.

Rapidamente, levou a amostra para os cientistas analisarem o que era aquilo e como se defenderem. Aquela era uma das principais armas do invasor, uma substância que deixava a vítima com alucinações, tornando-a incapaz de reagir enquanto era devorada.

Os biomédicos estudaram a substância e descobriram que ela, uma vez absorvida pela pele, chegava rapidamente à corrente sanguínea, atacando o sistema nervoso. A presa ficava paralisada e, sem reação, tinha alucinações que a fragilizavam mais ainda para ser abatida pelo seu algoz. Eles tinham de pensar em um antídoto para aquilo, assim como um modo de abater as criaturas... Mas o tempo estava cada vez mais curto.

- Senhor, eu tenho uma ideia - disse um dos biólogos presentes. - Uma arma congelante ou uma que utilizasse altas doses de calor poderia liquidá-los, alterando o seu estado natural.

O capitão Henry assentiu e ordenou aos seus oficiais:

- Peguem tudo o que temos de armamento que possa ser congelante e inflamável. Balas, granadas e raios laser não surtirão efeito. Vamos acabar com essas criaturas!

Os soldados começaram a atirar nos seres com armas congelantes, mas eles não pareciam sentir nada, apenas ficavam alguns minutos paralisadas. Depois, a equipe de assalto usou energia térmica com altas temperaturas e os monstros pareciam se adaptar às condições extremas. As criaturas pareciam trabalhar em conjunto, como se compartilhassem um só cérebro. Assim, elas foram devorando os humanos que estavam à sua frente e acabaram por alcançar os dutos de água que supriam a base, permitindo que os monstros tivessem acesso a todos os lugares. Derrotados, os oficiais sobreviventes só puderam avisar o capitão Henry Fox, que ordenou:

- Fechem todas as saídas de água, imediatamente. Todos correm perigo agora.

Agora só restava uma alternativa: fugir. Não tinham mais como deter aqueles seres; precisavam manter o maior número de habitantes vivos, principalmente, as crianças. Triste, o capitão deu a ordem de evacuação. As sirenes começaram a soar.

- Atenção, todos os membros da colônia Enceladus. Preparem-se para a evacuação imediata, isto é uma ordem. Ouçam bem... Isto não é um exercício. Estamos sob ataque.

Começou a correria. As naves do protocolo de fuga foram preparadas e as pessoas foram se acomodando, como haviam treinado inúmeras vezes para acidentes ou ocorrências dessa circunstância.

Enquanto isso, as criaturas, que se tornaram grandes após serem bem alimentadas, chegaram ao corredor de acesso à área de cargas. Lá estavam os tenentes Cordon e Sarah, que correram do café no restaurante; todos os planos amorosos e esperanças sendo adiados. Cordon estava com uma arma congelante e atirou nas criaturas assim que as avistou. Eles congelaram, por um momento, para logo se esticarem em formas humanoides, que passaram a perseguir o casal.

- Corra, Sarah! Vamos para a Transport III. Tenho uma ideia.

Eles corriam do monstro, tropeçando nas coisas pelo caminho, desesperando-se. Sarah acabou caindo no chão e Cordon já estava longe quando deu por sua falta. O oficial voltou-se rapidamente e a segurou pelo braço, levantando-a.

A Lua da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora