|3| Games

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– Não mexe. - repreendo Louis antes que o mesmo pegasse o porta retrato que tinha na estante ao lado das bebidas. Ele se assusta, e finge que iria limpar as mãos na calça jeans.

– Não ia mexer. - Mente, olhando-me descer as escadas. Sorri irônica e resolvi deixar isso para outro momento.

Eu tinha ido tirar todo o podre do inferno do meu corpo, infelizmente aquele lugar está gravado na minha alma, na minha memória, mas conseguir deixar minha aparência um pouco melhor.

Eu nem pensei que cabelos cresceriam tanto em 4 anos, mas deu pra recuperar tudo que perdi durante meu último castigo, onde meu pai, se posso chamá-lo assim, havia o cortado bem junto do pescoço. Por conta do excesso de pancadaria que tinha naquele lugar, eu acabei criando massa muscular, ou era isso ou eu morria espancada, e isso dificultou um pouco as coisas já que todas as minhas roupas estavam ficando bem justas.

– Pronto ? - Chamo a sua atenção quando fico em frente à ele, e vejo que o mesmo está olhando para meu corpo. Babacas.

– Onde vamos ? - Acorda do seu transe e pisca algumas vezes olhando para o outro lado. Observo a bebida que deixei para ele em cima da mesa central e depois para o garoto que parecia um pouco alterado, revirei os olhos e suspirei.

– Primeiro, você vai em casa, veste a roupa que deixei em cima da sua cama, e segue para o endereço que acabou de chegar no seu celular..- Olho para seu bolso, que no mesmo instante notifica a mensagem. Louis me olha assustado. – Segundo, é um aviso, sempre que estiver comigo, não esteja muito alterado de bebida alcoólica, ou eu estouro seus neurônios com 2 balas de uma 32.

– Ok. - Engole em seco, e eu assinto permitindo que ele saísse. O mesmo pega suas chaves e apenas sai. Respiro fundo para me acalmar e logo me encaminho para o estacionamento.

Pego um GTR cinza, eu precisava de velocidade, e para isso ele seria uma perfeição. Assim que liguei e senti o motor ronronar, tremi inteira. A adrenalina corria solta por minhas veias, eu gostava disso. Eu gostava de tantas coisas que não podia ter.

Acelerei para sair dali e logo estava com ele nas ruas, parecíamos voar e sermos um só, mas era só a sensação de estar livre. Eu tive sorte, muita sorte em ser descoberta em apenas um assassinato, a minha maior sorte foi que meu pai pagou alguns anos de fiança para que eu não apodrecesse mais, e melhor ainda foi meu comportamento. Alguns policiais adoravam me ver bater em certas garotas, o que foi um lucro.

Liguei o GPS e segui o caminho que eu tinha que seguir, meu corpo estava muito cansado, parecia ter juntado todo o cansaço dos anos, para um dia só, mas eu não iria adiar uma das minhas brincadeiras mais favoritas.

Eu adorava jogar.

Certo que o último que joguei não foi atrativo, me ferrou, além do mais me deixou fraca, tudo por culpa de um jogador imbecil, mas eu gostava de jogar.

Estávamos sendo a melhor dupla, construindo algo tão raro que valia muito, mas então voltamos à estaca zero e não quisemos reconstruir o legado.

Azar pra ele, agora eu ia brincar, e agora minhas bonecas seriam pessoas que passaram por sua vida.

Estacionei devagar na boate em que rolava a festa, as pessoas que estavam ao lado de foram encararam meu carro e eu não me importava, me sentia assim também sempre que via algo que queria. Maravilhada.

Desci do carro devagar, não queria ter pressa, a melhor solução para comer bem, é mastigar bem. Encarei algumas pessoas da fila, que me olhavam sem pudor, e me andei direto para o segurança. Olhei para Bill e logo ele me reconheceu, abrindo passagem.

Time True |zm| 3 DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora