Salve-me

Capítulo 3

Depois que a coloquei sobre os lençóis, caminhei até uma poltrona no canto do quarto e me sentei. Passei as mãos pelos cabelos e fiquei observando aquela intrigante mulher.

Passei longos minutos olhando para ela, até não aguentar mais de cansaço e sono. Levantei-me, tirei a roupa e os tênis e deitei-me ao lado dela apenas de boxer preta, ignorando até mesmo a fome que sentia. Pensei que demoraria a dormir, levando em consideração a bela ereção que tinha se formado desde que a vira no sofá e que se recusava a me deixar, ainda mais depois de deitar ao lado dela e respirar aquele perfume.

Acordei com o sol esquentando minha pele através da janela. Imediatamente lembrei-me dela e me virei na cama a sua procura. Vazia. Levantei-me de um salto e apurei os ouvidos tentando capturar qualquer som que denunciasse que ela estava no banheiro ou no andar de baixo. Nada.

Saltei da cama e passei a procura-la pelo apartamento. Um turbilhão de pensamentos me assolava. Ela poderia ser uma ladra. Naquele momento percebi o quanto fui estúpido. Desci as escadas correndo, analisando tudo ao redor tentando sentir falta de algum objeto. Mas tudo parecia no lugar. Fui até o sofá onde ela adormecera na noite anterior e percebi que seus sapatos não estavam. Sim, ela tinha ido embora.

Um estranho sentimento me acometeu, senti-me mais idiota do que nunca. Depois de ter entrado numa briga para defende-la, tê-la trazido para meu apartamento e cuidado dela, a maldita simplesmente tinha ido embora, sem nem se despedir. Apoiei as mãos do encosto do sofá e uma raiva incontrolável se abateu sobre mim. Dei um soco no sofá. Estava muito irritado.

Não queria fazer, a final ela não era ninguém. Mas acabei pegando o telefone e discando para a portaria. No segundo toque, Jason o porteiro atendeu.

— Jason, é Diego. Por acaso viu uma moça muito bonita, usando um vestido preto e saltos altos sair do prédio agora pela manhã? ­— Descrevi como Paola estava vestida, pois ninguém havia me visto chegar com ela.

— Sim senhor. Esta senhorita saiu pela portaria mais ou menos ha meia hora.

— E viu para onde ela foi? — Pergunto mais ríspido do que gostaria, deixando Jason um pouco nervoso.

— Éeee..., bem ela passou por mim muito apressada e pegou um taxi bem em frente a entrada senhor.

­Passei as mãos pelo cabelo, estava nervoso, não sabia nada dela, nem mesmo o sobrenome.

— Está bem Jason. Obrigado.

— De nada senhor.

Desliguei o telefone muito puto. E agora o que eu faria? Onde iria encontra-la. Esse pensamento me deixou ainda mais nervoso. Ela não era ninguém, só mais uma louca que eu trouxera pra casa e que dessa vez não comera.

— Inferno! — Praguejei alto.

Voltei para o quarto e tomei um banho. Tinha que tirar aquela maldita ingrata da cabeça.

O sábado foi longo, depois de acordar e ver que ela tinha sumido me arrumei e fui para a mansão, tinha que ver Helena e saber de Anabel.