Cápítulo 8

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Paola

Cheguei ao meu apartamento cerca de vinte minutos depois, a viagem de taxi foi rápida, visto que quase não havia trânsito no domingo. Passei por James o porteiro e o cumprimentei, todos ali desconfiavam do que eu fazia, mas ninguém tinha certeza, os vizinhos me olhavam com interesse e algumas mulheres tratavam-me com desdém, mas ninguém tinha certeza. Só eram educados e corteses quanto eu estava com Enzo.

Subi os quatro andares até meu apartamento, um belo flat, espaçoso e confortável que eu havia comprado cerca de um ano antes e que fora fruto da venda de todas as joias que eu trouxera comigo quando partira da Itália, se eu tivesse adivinhado o quanto aquele dinheiro faria falta, jamais o teria gasto, mas agora, com tudo que havia acontecido eu não poderia privar Enzo daquele conforto.

Assim que passei pela porta um cheiro delicioso invadiu minhas narinas, Leonor estava na cozinha preparando o almoço e quando ouviu o barulho na fechadura veio imediatamente me receber.

— Bom dia querida. — Ela passeia o olhar por todo meu corpo. Sempre fazia isso depois que eu voltava para casa. Era uma busca silenciosa por alguma coisa fora do comum, mas depois que verificava que eu estava bem sorria e respirava aliviada.

— Bom dia Leo. — Respondo já me livrando dos sapatos.

— Pela sua carinha a noite foi difícil não é meu bem. — Ela comentou voltando para a cozinha enquanto eu a seguia. — Está com fome?

— Não. Tomei café, vou esperar para almoçar com vocês.

— Que maravilha. Enzo vai adorar.

— Como ele passou a noite? — Indaguei preocupada sentando-me em um banco alto em frente ao balcão.

— Teve um pouco de febre, mas de resto ficou bem. Porque não vai tomar um banho e descansar enquanto termino o almoço? — Ela diz com um sorriso e eu penso no quanto tenho sorte por tê-la.

— Está bem. Ele está acordado? — Levanto-me e já sigo em direção ao corredor.

— Sim. Acordou cedo e parece muito bem disposto. Está no quarto agora — Responde animada, lavando algo na pia.

— Ótimo. Amanhã ele tem consulta com o Dr. Alberto ele vai ficar feliz se a troca da medicação tiver tido algum progresso esta semana.

Leo enxuga as mãos em um guardanapo e vem até mim. Acaricia meu rosto como uma mãe faria e depois me abraça. Nós duas estávamos na mesma luta a dois anos. Desde que fugíramos da Itália.

— Vai dar tudo certo querida, você vai ver. — Sorriu e mais uma vez eu agradeci por poder contar com ela.

— Eu sei Leo. Obrigada por tudo.

— Sabe que faria qualquer coisa por você e Enzo não é?

— Sim. Já me provou isso quando largou tudo em Siracusa e veio para cá comigo e Enzo e eu agradeço todos os dias por ter você conosco. — Digo emocionada.

Salve-meOnde histórias criam vida. Descubra agora