III

4.5K 586 188
                                    

Helene estava de castigo por ter se comportado de maneira errada perante a Corte, segundo disse sua mãe. Estava proibida de sair, e principalmente de falar com Karl, a não ser que fosse realmente necessário. Mas ela não ia se deter com ordens tolas e sem fundamentos da baronesa.

Suas damas haviam sido avisadas que ela estava de castigo. Anne estava do seu lado para burlar as regras, ao contrário de Alice. Contou o que pretendia fazer com o arquiduque para Anne em segredo, que a apoiou e faria alguma coisa para distrair Alice pela manhã. Helene conseguiria se vestir sozinha, o único problema seria pentear o cabelo, mas daria qualquer jeito.

Levantou-se cedo, horário que Alice nunca chegaria em seu quarto, pois ela não costumava acordar naquele horário. Foi até seu banheiro e encontrou a banheira preparada, como Anne havia dito que iria fazer, sentiu-se agradecida pela fidelidade daquela mulher. Entrou na água morna e tomou seu banho rapidamente. Sua roupa de cavalgar estava debaixo da cama, havia colocado pela noite quando ninguém pudesse a ver.

Vestiu-se da melhor forma que pôde, mas quando chegou a parte do seu cabelo, passou algumas vezes a escova e o deixou solto. Começou a colocar sua luva quando ouviu uma batida leve na porta. Andou até a porta e abriu.

Karl estava vestido com uma bela roupa de montaria. Seu rosto estava abatido e continha olheiras debaixo dos olhos.

— Bom dia Vossa Alteza. — sorriu finalmente.

Helene encostou-se na porta.

— Parece infeliz.

Os olhos dele se fecharam com força e abriram devagar.

— Existem coisas que não podemos controlar ou impedir. — balançou a cabeça. — Mas não falemos disso, vamos cavalgar. Os cavalos já estão prontos para montarmos.

Helene fechou a porta atrás de si.

— Podemos ir logo?

— Está com pressa?

— Minha mãe proibiu-me de falar com você. Oh, também estou de castigo pelo comportamento de ontem.

— Interessante, não sou bem visto pela baronesa. — riu. — Bom, não esperaria por menos. Deve ser igual a minha mãe. Na verdade, todas as mulheres daqui são assim.

— Em outros países também não? — arqueou a sobrancelha.

— Também, porém, aqui consegue ser ainda pior.

— Por onde vamos cavalgar? — Helene mudou de assunto.

— Todos os lugares possíveis. Quero rever tudo por aqui, faz muito tempo que não venho para essas terras.

— Podemos ir ao lago onde nos conhecemos.

— Claro que iríamos para lá.

— Não leio sua mente, Alteza. — debochou.

— Claro que não.

Andaram em silêncio por um longo tempo até chegar no local onde estavam os cavalos. Um senhor estava segurando as rédeas dos animais, enquanto um menino dava uma cenoura para o cavalo preto.

— Vossa Alteza. — o homem fez uma reverência. — Senhorita.

— Tudo certo com Sol e Lua? — perguntou Karl para o menino.

— Sim, Karl. Sol está comendo muitas cenouras ultimamente.

— Lua come bem mais.

— Ela não está grávida? — Helene tirou a luva e colocou a mão sobre a égua com carinho.

HeleneOnde histórias criam vida. Descubra agora