XIII

3K 427 48
                                    

Quando acordou, deparou-se com Helene olhando para ele de maneira afetuosa. Parecia uma miragem ter ela tão perto dele. Por tanto tempo desejou aquela mulher, apesar de ter se casado com outra e ter desejado esquecê-la. Mas depois daquela noite ao lado de Helene, não lhe restava mais dúvidas, o amor ainda existia. O amor tinha sido tomado das mãos deles por pura maldade e egoísmo.

Era engraçado, mesmo que gostasse muito de Bárbara, e ela o fizesse feliz, sentia que faltava algo. Tinha sido esse sentimento de falta que ficava entre eles o tempo todo.

Não saberia dizer quantas noites ficou sem dormir pensando em tudo que eles poderiam ter sido se Albert não tivesse interferido da maneira mais sórdida possível.

— Tive medo de acordar e ser um sonho. — sorriu para ela.

— Também tive esse medo. — deslizou a mão pelo rosto dele devagar. — Quero sentir o seu rosto, sentir que está aqui comigo. Depois de tantos anos estamos juntos novamente.

— Tive medo de que o que tínhamos tivesse desaparecido.

— Ouvi em algum lugar que quando um amor é reprimido, impedido de ser vivido, quando se reencontra ninguém consegue separar, de tão forte que é.

— Acho que isso se encaixa perfeitamente com a gente. — a puxou para um beijo.

Seus lábios se encaixaram perfeitamente. Como era bom beijá-la suavemente, sentir aqueles lábios macios.

Helene o interrompeu com um selinho.

— Preciso lhe comunicar que Albert chegará em pouco tempo aqui.

— Como?

— Deve vir me infernizar, sempre é assim.

— Não consigo acreditar que ele não tenha anulado o casamento de vocês.

— Oh, seria uma coisa muito improvável dele realizar. Ele me quer presa a ele, mesmo que não tenhamos nada. — Helene respirou fundo, deitando sobre o corpo dele. — Muitas vezes eu gostaria de ter dito não na frente de todos. Ter humilhado ele teria sido maravilhoso. Mas, não, acatei todas as ordens, sendo uma boa garota.

— Eu também deveria ter tomado alguma atitude sobre isso. — desceu a mão pela perna dela.

— Ele mentiu ter uma doença, Karl. Uma doença! Está vivo e saudável até hoje.

— Tenho vontade de matá-lo.

— Precisamos nos arrumar, não sei quando ele chegará.

— Eu não queria ir embora.

— Não precisa, apenas se recomponha. Pedirei para preparem um banho para você. Anne trouxe comida para nós.

— Estou sem fome.

— Não pode ficar sem se alimentar. — brincou com os dedos no peitoral dele.

— Raramente como esse horário. — virou ela de lado. — Bem, precisamos ir.

— Que inferno, Albert existe apenas para atrapalhar as coisas. Meu plano era permanecer esses dias ao seu lado. Todos os dias. — deu um sorriso malicioso. — Tentar compensar todos esses anos.

— Acho que poucos dias não seriam necessários. — a puxou novamente. — Meu Deus, deixa-me louco. Quero tanto tê-la agora mesmo.

— Por favor, não fique falando essas coisas, meu desejo aumenta ainda mais.

Karl tomou os lábios dela novamente.

— Eu a amo tanto, meu amor.

— Eu o amo também. Amo nosso beijo mais inocente até o mais ardente. Amo o seu doce carinho, as carícias obscenas. E eu agradeço a Deus por ter colocado você em meu caminho. — pegou a mão dele e colocou sobre o coração dela. — Toda batida que meu coração der, ele estará batendo por você. E se eu morresse amanhã, eu morreria com um sorriso em meus lábios, porque eu finalmente tive você em meus braços, mesmo que apenas em uma noite.

HeleneOnde histórias criam vida. Descubra agora