Quando acordou, deparou-se com Helene olhando para ele de maneira afetuosa. Parecia uma miragem ter ela tão perto dele. Por tanto tempo desejou aquela mulher, apesar de ter se casado com outra e ter desejado esquecê-la. Mas depois daquela noite ao lado de Helene, não lhe restava mais dúvidas, o amor ainda existia. O amor tinha sido tomado das mãos deles por pura maldade e egoísmo.
Era engraçado, mesmo que gostasse muito de Bárbara, e ela o fizesse feliz, sentia que faltava algo. Tinha sido esse sentimento de falta que ficava entre eles o tempo todo.
Não saberia dizer quantas noites ficou sem dormir pensando em tudo que eles poderiam ter sido se Albert não tivesse interferido da maneira mais sórdida possível.
— Tive medo de acordar e ser um sonho. — sorriu para ela.
— Também tive esse medo. — deslizou a mão pelo rosto dele devagar. — Quero sentir o seu rosto, sentir que está aqui comigo. Depois de tantos anos estamos juntos novamente.
— Tive medo de que o que tínhamos tivesse desaparecido.
— Ouvi em algum lugar que quando um amor é reprimido, impedido de ser vivido, quando se reencontra ninguém consegue separar, de tão forte que é.
— Acho que isso se encaixa perfeitamente com a gente. — a puxou para um beijo.
Seus lábios se encaixaram perfeitamente. Como era bom beijá-la suavemente, sentir aqueles lábios macios.
Helene o interrompeu com um selinho.
— Preciso lhe comunicar que Albert chegará em pouco tempo aqui.
— Como?
— Deve vir me infernizar, sempre é assim.
— Não consigo acreditar que ele não tenha anulado o casamento de vocês.
— Oh, seria uma coisa muito improvável dele realizar. Ele me quer presa a ele, mesmo que não tenhamos nada. — Helene respirou fundo, deitando sobre o corpo dele. — Muitas vezes eu gostaria de ter dito não na frente de todos. Ter humilhado ele teria sido maravilhoso. Mas, não, acatei todas as ordens, sendo uma boa garota.
— Eu também deveria ter tomado alguma atitude sobre isso. — desceu a mão pela perna dela.
— Ele mentiu ter uma doença, Karl. Uma doença! Está vivo e saudável até hoje.
— Tenho vontade de matá-lo.
— Precisamos nos arrumar, não sei quando ele chegará.
— Eu não queria ir embora.
— Não precisa, apenas se recomponha. Pedirei para preparem um banho para você. Anne trouxe comida para nós.
— Estou sem fome.
— Não pode ficar sem se alimentar. — brincou com os dedos no peitoral dele.
— Raramente como esse horário. — virou ela de lado. — Bem, precisamos ir.
— Que inferno, Albert existe apenas para atrapalhar as coisas. Meu plano era permanecer esses dias ao seu lado. Todos os dias. — deu um sorriso malicioso. — Tentar compensar todos esses anos.
— Acho que poucos dias não seriam necessários. — a puxou novamente. — Meu Deus, deixa-me louco. Quero tanto tê-la agora mesmo.
— Por favor, não fique falando essas coisas, meu desejo aumenta ainda mais.
Karl tomou os lábios dela novamente.
— Eu a amo tanto, meu amor.
— Eu o amo também. Amo nosso beijo mais inocente até o mais ardente. Amo o seu doce carinho, as carícias obscenas. E eu agradeço a Deus por ter colocado você em meu caminho. — pegou a mão dele e colocou sobre o coração dela. — Toda batida que meu coração der, ele estará batendo por você. E se eu morresse amanhã, eu morreria com um sorriso em meus lábios, porque eu finalmente tive você em meus braços, mesmo que apenas em uma noite.
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Helene
Historical FictionEm um dos seus passeios habituais em Bad Ischl, Helene conheceu Karl. A simpatia entre eles é de imediato, porém eles se separam sem saber quem são. Anos se passam, e certo dia eles se reencontram novamente, para a felicidade de ambos e infelicidad...