Capítulo 3

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Era uma bela quarta-feira e estava saindo do trabalho, passei no supermercado e cheguei em casa 2 horas depois. Larguei minha bolsa no sofá e fui organizar as compras. Fico impressionado como alguém pode viver de cerveja e miojo, pelo amor da paciência.
Depois de quase 30 minutos, terminei a cozinha, peguei a bolsa e fui correndo pro quarto. Liguei o notebook e deixei aberto no email. Tomei um banho relaxante e depois sentei na frente do notebook e respondi uns e-mails antigos pendentes. Organizei a caixa de entrada e desliguei o mesmo. Ouvi meu celular tocar dentro da bolsa e peguei.
"Richard"
- Será que você pode pedir para o porteiro me deixar subir? Ele insiste em dizer que não posso.
Arregalei os olhos — Como ele sabia onde morava?
- Você vai me autorizar subir ou vai ficar aí calada?
- Passa para o João. — Senti o telefone se movimentar e um suspiro pesado — Pode deixar ele subir.
Desliguei o telefone e fui para cozinha. Coloquei a água para ferver e a campainha tocou.
- E aí querida. — O Richard entrou me dando um beijo na testa e se jogando no sofá.
- Oi querido! Como você sabe onde eu moro? — Disse passando por ele e indo direto para cozinha.
- O gato da recepção me disse.
- Que recepção?
- O da faculdade, lerda. Você é loira mas não é burra, meu amor.
Dei risada e peguei o que precisava para fazer o molho do macarrão.
- O que você vai fazer aí? Tô com fome mesmo.
- Você é muito cara de pau.
- Pau? Adoro!
O olhei assustada e em seguida gargalhei. Ele gargalhou também.
- Idiota. Vou fazer macarrão.
- Puro? Quem come macarrão puro?
- Você! Porque eu não vou te dar meus nougets.
Ele colocou a mão no peito fingindo está ofendido.
- Pensei que pudéssemos ser amigos!
- Amigos, amigos. Comida à parte.
- Você não vale nada!
- Nunca disse que valia. — Disse dando de ombros.
Ele murmurou algo e ignorei. Terminei de fazer e servi. Quando coloquei o prato próximo a ele, o celular dele tocou. Olhei de relance e pude ver que era um gato. Ele atendeu e trocou apenas algumas palavras.
- Algum problema?
- Nenhum. — Disse revirando os olhos.
- Me conta. Quem era o gato? Seu boy?
Ele deu risada
- Ele é hetero. Mas podia ser gay, adoraria. — Dei risada — Você tá interessada? Que safada!
- Eu não sou cega! — Disse me fingindo de ofendida — Ele é gato.
Ele gargalhou.
- A garota ja chega no Brasil atrás de macho!
- Não estava atrás de macho, ele apareceu. E cala a boca que eu quero comer.
Nos calamos e comemos em paz. Quando deu 20h30, o Richard foi embora. Estranhei a Milena não ter chegado ainda. Ela sempre saia antes de mim e chegava normalmente uma hora depois, quando o meu horário era 18h30. Afastei meus pensamentos e dei uma geral na casa. Tomei um banho e vesti um pijama. Liguei o notebook e abri meu email, era uma rotina. Tinha um e-mail do cliente da campanha da segunda-feira. Abri receosa e me surpreendi com a resposta.
"Olá,
Parabéns Anne e Anna. Vocês fizeram um ótimo trabalho! A campanha ficou melhor do que desejava. Amanhã entro em contato com a empresa de vocês e acertamos os detalhes.
Boa noite!
     Francisco Hortz. "'
Gritei de felicidade. Aquela campanha é de extrema importância para agência e para o meu supervisor, que me observava a todo tempo.
Peguei meu celular e mandei uma mensagem pra Anna.

[21h15]: Conseguimos! ❤ — Eu
[21h20]: Está falando sério?? — Anna
[21h20]: Vou ver meu e-mail. — Anna
[21h30]: Caramba. Fizemos um ótimo trabalho. ❤ — Anna
Conversamos mais um pouco e eu me despedi. Mandei mensagem pra Liza e ela me xingou dos pés a cabeça por mandar mensagem naquele horário. Conversamos um pouco e depois disse eu ia dormir. Coloquei o celular para carregar e escovei os dentes. Ajeitei a cama e logo adormeci.
[...]
Acordei sentindo um incômodo horrível. Olhei o relógio da mesinha. 01h40
Rolei de um lado para o outro e não consegui dormir. As horas não passavam. Levantei e bebi água. Perambulei por toda a casa e nada. Peguei meu celular e fiquei jogando. Quando cansei, fiquei vendo fotos e histórias no insta. Quando dei por mim eram 06h15 e o despertador tocou. Revirei os olhos e me arrastei até o banheiro. Tomei um banho morno e me arrumei. O dia estava friozinho e ameaçava chover. Arrumei minha bolsa e me olhei no espelho.
Desvantagens de ser cor de papel quando não dorme:
1. Suas olheiras ficavam bastante marcadas.
2. Seus olhos entregam que você passou a noite em claro.
Fiz uma maquiagem pra tentar amenizar o estado das minhas olheiras e deu um pouco certo. Peguei meu celular e fui pra cozinha. Preparei um café forte e umas torradas. Enquanto tomava café, li minhas últimas mensagens e tinha uma do meu chefe.
[06h23]: Bom dia, Anne. O cliente da campanha entrou em contato comigo e adorou o seu trabalho em parceria com a Anna. Em questão disso, aproveite o seu dia de folga. Nos vemos amanhã. Beijo! — Marcos
Me engasgei com o café de tanta felicidade. Respondi agradecendo e terminei de tomar café. Lavei a louça e desci para mais um dia de sofrimento. Fui pensando até chegar ao térreo, Milena não havia dado as caras. Desde que cheguei, ela sempre chegava no mesmo horário. E no final de semana, ela nunca sumia assim.  Me afastei dos pensamentos quando entrei no cheguei no ponto vendo a fila de pessoas que esperavam sua vez para adentrar no mesmo ônibus que eu.
- Bom dia! — Disse sorridente ao Luan.

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