É chegada a hora. Estava no Aeroporto com toda a minha família. Minha mãe chorava como criança e dizia que sentiria saudade e que eu não demorasse a visita-lá — ah, vou sim —. Meu pai me deu um beijo na testa e pediu para que eu me cuidasse e que a precisasse de qualquer coisa, era só ligar — como se eu não soubesse — Elizabeth, a melhor amiga e prima da vida se despediu me dando um abraço caloroso e sussurrou dizendo para que eu aproveitasse os gatinhos brasileiros, o que me fez gargalhar e levar uma bela cotovelada da mesma.
Me despedi de todos antes que eles me impedissem de viajar. Alguém nunca havia viajado para tão longe por tanto tempo na nossa família. Mas eu, como uma boa filha de Carlos e Antonieta, precisava contrariar o tempo máximo: 2 meses.
Ouvi a última chamada do meu vôo pra o Brasil e sai em direção ao portão de embarque. Olhei para trás e mamãe chorava sendo consolada pelo papai. Acenei e me virei. Rumo ao Brasil.
[...]
Cheguei! Assim que pisei no Aeroporto do Rio um sorriso surgiu no meu rosto. Era um sonho se realizando. Sai arrastando o carrinho com as minhas malas e desastrada que sou, logo me esbarrei em alguém.
- Desculpe! Não te vi ai.
O rapaz alto, branco de cabelo negros e uma barba maravilhosa se virou e me encarou.
- Sem problemas.
Apenas sorri e sai dali o mais rápido possível arrastando toda aquela bagagem. Avistei um senhor baixinho e barrigudo com uma plaquinha "Fahir". Fui em sua direção e dei um sorriso.
Trocamos algumas palavras e seguimos para o táxi. Ele sabia exatamente onde era o prédio em que eu ficaria, então, não precisei me preocupar. Me sentei no banco de trás e tirei o casaco que me cobria. Fui durante todo o caminho observando as ruas, o céu, o mar. Como o Rio estava lindo. Como eu tinha saudade desse lugar que tinha visitado à 16 anos atrás. O sol continuava quente quando paramos em frente ao prédio, o senhor sorriu gentil e sinalizou que era esse. Descemos, ele me entregou as chaves do apartamento e o seu cartão me ajudando com as malas. Paguei e adentrei, indo direto para o elevador. Entrei no mesmo e apertei o "6". Não demorou muito a chegar e com um pouco de dificuldade retirei minhas malas as arrastando para a porta do apartamento 603. Coloquei a chave e abri a porta, me deparando com um apartamento totalmente silêncio e organizado. Respirei fundo e entrei, trazendo atrás de mim a minha bagagem e fechando a porta.
- Olá? — Falei na expectativa de ter alguém.
Olhei todos os cômodos e deduzi que o quarto desocupado era o meu. Adentrei e estava tudo limpinho, o bom cheiro exalava por todo local. Suspirei e fui buscar as minhas malas. Como estava tudo tão pesado! Chegando no quarto, percebi que ali tinha um banheiro. Tomei um banho gelado e vesti uma roupa levinha. Arrumei todo o guarda-roupa. Antes de chegar ao Brasil, eles me deram alguns catálogos de móveis e então, pude escolher o que queria. Quando observei, estava tudo mais ou menos no lugar que gostaria. Troquei de lugar o que não queria e meu dia se resumiu a isso. Quando deu 18h senti o cansaço do fuso-horário, liguei para minha mãe e ela esgotou o restinho de paciência que eu ainda tinha. Desliguei uns 5 minutos depois e acabei adormecendo.
Logo senti meu celular começar a tocar loucamente.
- Meu amor. Achei que tinha morrido no avião, garota. Por que você não manda mensagem? Liga? Manda telegrama? Pombo correio?
Gargalhei e ela bufou.
- Liza, por favor. Eu estou viva e inteirinha.
- Graças a Deus! Caso o contrário, seu pai pegaria o primeiro vôo para te buscar.
- Eu já sei, Liza. Pelo amor de Deus!
- Mana, me conta. Já encontrou algum magia por aí?
Gargalhei. Era incrível! A garota só pensava em macho.
- Não! Nem pretendo.
- Sai desse corno que você recebeu. Meu amor, você está no Brasil, na cidade maravilhosa. ACORDA!
Desliguei dizendo que a amava antes que ela me irritasse mais.
Me levantei e olhei para o relógio que estava em cima da mesa ao lado do meu notebook e marcava 21h. Minha barriga roncou e lembrei que não havia comido nada. Ótimo! Sai do quarto prendendo o cabelo em um coque frouxo, pegando meus documentos e minha carteira. Desci de elevador chegando rapidamente ao térreo.
- Boa noite. Ainda tem algum mercado aberto por aqui?
O porteiro me olhou e assentiu.
- Tem um no final da rua. E um aqui no condomínio mesmo. Do lado esquerdo.
Assenti e somente ai me toquei que era um condomínio repleto de prédios enormes e bem feitos. Avistei o mercadinho do condomínio e fui até o mesmo. Comprei algumas coisas e voltei para o prédio, agradecendo mais uma vez ao porteiro. Encontrei a porta do apartamento aberta e entrei com receio mas logo encontrei alguém sentado no chão do corredor. Me aproximei aos poucos e vi uma moça, com os cabelos pretos cacheados cobrindo todo o seu rosto. Ela chorava soluçando e ali me vi a alguns meses atrás.
- Está tudo bem? — Era óbvio que não estava mas não sabia o que dizer.
- Não te interessa.
Ela disse ríspida e levantou dali. Entrando e rapidamente batendo a porta de um dos quartos.
Me levantei e fui até a cozinha, em poucos instantes devorei parte do que havia comprado. Então resolvi ir para sala e assistir algo . Eu estava com sono mas não queria dormir. Procurei até achar "Os Smurfs 2". Me ajeitei e esperei o filme que começaria em 2 minutos.
Algum tempo depois do filme ter começado, eu já estava quase dormindo no sofá. Desliguei a TV e fui para o quarto. Escovei os dentes e tomei um banho morno rápido. Vesti um pijama leve e me deitei novamente. Em seguida, apaguei.
—
Oi meus amoressss ❤ Aí está o primeiro capítulo de 365. Espero que vocês gostem e aproveitem toda a história. Um beijo da mana aqui e até a próxima!
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365
Teen Fiction"Para sempre" é tudo aquilo que fica na sua memória. O para sempre pode durar 30,60, 365. ou uma vida inteira. Isso é você quem escolhe!