Eu te amo tanto - Fanfic Mauro Nakada

capítulo 3 - Quem é ele?

Após a visita perturbadora á minha antiga casa, decidi que já era mais que à hora de arranjar um emprego, sempre tive vontade de trabalhar com algo sério, importante, que fizesse parte da vida das pessoas diariamente, como o jornalismo. Mas é claro que eu quero ser fotógrafa e fiz uma decisão, por que não unir as duas coisas? Por isso, finalmente, decidi que iria entrar para o ramo de fotojornalismo, é fascinante! Vou trabalhar com as duas coisas que mais amo na vida!
Levantei cedo para poder ter mais tempo na rua, vou começar com as empresas pequenas, e quem sabe uma ou outra maior. Estou sentada tomando café com o Chris, a Bianca saiu para a faculdade, eu e ele, sozinhos, isso é realmente desconfortável.
-vai mesmo trabalhar em um jornal? – Ele me pergunta dando uma mordida em seu pão.
-sim, é o que eu gosto. –Alguém me ajuda! Não sei como puxar papo.
Eu nunca fui a mais carismática do grupo... Muito pelo contrario, sempre fui a mais quieta, responsável e estranha, não teria sobrevivido se não tivesse minha prima, e claro, a Duda. Essa sempre foi a mais extrovertida e brincalhona, sempre soube puxar papo e até mesmo paquerar os meninos. É isso! Tenho que pensar e agir como ela, isso se eu quiser ter uma amizade legal com o dono do apartamento onde estou vivendo!
-acho super legal você gravar vídeos pro youtube, sério, deve ser divertido. – Eu dou um sorriso tímido enquanto engulo de uma vez meu pão de queijo.
-e é mesmo, trabalho com o que eu gosto e posso ser eu mesmo.
-às vezes eu acho que deve haver algum preconceito, tipo, pra algumas pessoas não deve ser muito normal isso ser considerado um trabalho. – Lá vai o meu senso de jornalismo!
-é verdade, já vi vários pais de inscritos meus, ou de qualquer outro youtuber, falar algo do tipo. – Ele da uma pausa e continua. – Mas nós temos que lidar com isso, assim como aprendemos a lidar com as pessoas que zoam com a gente.
-entendo... Vi uns vídeos seus ontem e já sou sua fã! – Eu dou risada.
-sério? Espero que não ache que sou um babaca... Mentira pode achar!
-você que manda!
Nós damos risadas e terminamos nosso café com um clima muito amigável, ele realmente é legal, seu bom humor é o mesmo que nos vídeos. Bom, agora estou caminhando na Avenida Paulista, aqui tem tantas opções de trabalho, o grande problema é que eu ainda nem tenho uma faculdade! Isso me lembra que tenho que correr e me matricular, infelizmente não vou fazer ás provas para as publicas, já que perdi á época de provas... Terei que fazer particular, mas isso não é problema, vou dar tudo de mim. Horas de caminhada, estou exausta! Passei em pelo menos nove jornais, deixei meus currículos sem muita esperança. O toque do meu telefone me deixa mais animada, nada que uma boa musica para relaxar. Dou uma olha no identificador de chamadas, é a Duda!
-Du?
-oi Beca! Onde você esta amore?
-estou saindo da paulista.
-venha dormir aqui em casa, vou fazer um belo jantar para a gente.
-espera... O Lucas não vai estar ai né? Não quero ficar segurando vela.
-claro que não, o T3ddy esta visitando os pais, venha.
-ok... Eu vou adorar conhecer seu apartamento.
-sim, ele esta ficando lindo, que pena que você chegou bem na reforma dele, poderia vir morar aqui comigo. Assim que a obra acabar você esta intimida á vir.
-haha! Vou adorar morar ai contigo.
-ah... Beca me faz um favor?
-claro, qual?
-pode passar no mercado e pegar massa de lasanha? Esqueci totalmente e os molhos estão no fogo, não posso sair.
-claro.
-eu te dou o dinheiro quando chegar.
-relaxa, você já vai cozinhar pra mim, tem algo para beber ai?
-suco de maracujá fresquinho e um bom e velho refrigerante.
-ótimo! Chego ai logo.
-ta, não demora.
Desligo e corro para o ponto, entro no ônibus e me sento ofegante... Preciso de um carro! Urgentemente! Mas, não quero pedir aos meus pais. Sem chance. Desço dois pontos antes da casa da Duda para passar no mercado, eu passo pela grande entrada, chique e luminosa, só pelo mercado da para ver que o bairro deve ser muito bom. Lá dentro as pessoas passam calmamente, sem gritaria ou correria, bem vestidas e cheirosas... Isso me lembra um pouco o bairro onde morava no Canadá, sinto falta. Vou em direção as massas, o corredor é realmente muito grande, observo atentamente para não deixar escapar. Ali esta! Eu pego a massa e vou em direção aos produtos higiênicos, pego uma escova e um sabonete, depois vou para as partes das guloseimas! Pego uma torta de chocolate, sei que a Duda vai adorar. Finalmente, vou em direção aos caixas, estão um pouco cheios, ando até a fila menor e fico esperando á minha vez, na minha frente á um senhor com uma cestinha na mão e uma mãe com seus dois filhos segurando um carrinho de compras. Olho meu celular enquanto espero, para três pessoas no caixa esta demorando demais. Recebo uma mensagem, é o Mike, meu colega do Canadá, ele era realmente um grande amigo pra mim.
(Eles conversam em inglês)
• Eai Beca! Quanto tempo! Como esta á vida no Brasil?
• Oi Mike! Esta indo muito bem, reencontrei alguns amigos e minha família. E você? Como vai a sua irmãzinha, Laila?
• Ela vai muito bem, sente sua falta, tem que vir nos visitar o mais rápido possível.
• Vou assim que puder, mas tenho que resolver umas coisas como a faculdade e meu emprego.
• Entendo, falando nisso, vai mesmo fazer fotojornalismo?
• Claro! E você? Continua com a engenharia?
• Sim, quase terminando, ainda bem!
• Haha!
• Não esqueça! Só volte quando for uma grande fotografa!
• Haha! E você só fale comigo quando for um grande engenheiro!
Ele sempre foi muito engraçado, carinhoso e super gentil, eu até gostava dele... Na verdade ainda gosto.
-AI!
Saio dos meus pensamentos com algo batendo com força na minha coxa...
-o que?!
Eu passo a mão massageando o lugar, quem foi o idiota? Eu respiro um pouco, não quero ser grossa, mas isso doeu.
-me desculpe sério, foi sem querer... Doeu muito?
Eu paro de massagear e olho para a tal pessoa... Um garoto de cabelos negros cacheados e olhos puxados me olha com preocupação, ele parece realmente preocupado.
-toma cuidado por onde anda!
-desculpe, eu não te vi ai.
-eu não sou transparente...
-olha, eu já pedi desculpas.
Ele parece irritado... Coitado, eu o tratei meio mal... Odeio quando me irrito assim.
-desculpe... É que eu to aqui mal tempão! Só tem um senhor na minha frente e não anda. – Eu dou um sorriso meio tímido e fico olhando para o chão, por alguma razão seu olhar me incomoda.
-tudo bem, eu que peço desculpas, deveria ter prestado mais atenção. – Ele da um sorriso encantador...
Ficamos por alguns instantes nos encarando... O olhar dele fica cada vez mais intenso sobre mim, é como se ele ficasse cada vez maior e eu menor.
-próximo!
Eu levo um pequeno susto com o chamado da caixa, eu coloco minhas coisas sem jeito e passo o cartão, ela me da à nota e eu pego minhas coisas.
-tchau e mais uma vez desculpa. – Ele sorri enquanto coloca as coisas no caixa.
-tudo bem, tchau.
Eu ando sem olhar para trás, meu estomago fica cheio de borboletas... O que esta acontecendo comigo?