Capítulo 25 (Nick)

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A extração da bala no meu ombro não demora muito. Não mais que duas horas. O médico foi razoavelmente rápido já que a minha situação não é tão grave, já a do Robert... mas mesmo assim, sinto como se tivesse ficado o dia todo de molho. Minha Ellen foi levada de mim hoje de manhã e coitado do homem que fez isso quando eu colocar as minhas mãos nele. Sei que foi o Asher – porque francamente quem mais teria motivo pra sequestrá-la? – e isso é apenas mais um incentivo pra mim. Nós temos mesmo alguns assuntos pendentes.

Ainda no quarto, esperando o médico voltar com os analgésicos que eu pedi, os detetives Wilson e Phelps entram e me interrogam a respeito do episódio no aeroporto. Conto a eles como as coisas aconteceram e peço-lhes um relatório do andamento de tudo. Com certa hostilidade, o detetive Wilson diz que não tinham um ponto de partida a não ser os depoimentos de algumas pessoas no local, portanto não têm nada. Phelps, por outro lado, não é hostil, mas não me passa a confiança necessária quando diz que farão o possível. Qual é! Eles já não tiveram mais de duas horas? Como podem ainda não ter nada?

— Nada? Vocês estão brincando comigo?

— Estamos fazendo o nosso melhor, senhor Hoffman. — o detetive Phelps diz.

— Parece que o seu melhor não é suficiente, detetive. — grito pra ele.

— Acredite, estamos focados em achar a senhora Hoffman, mas as coisas não caem magicamente no nosso colo só porque queremos. — Wilson diz com sarcasmo.

Ele claramente se refere ao vídeo que a minha assistente e um dos meus técnicos de TI encontraram e que livra a minha pele. Eu não infligi nenhuma lei pra ter isso e não tenho nada a esconder quanto aos procedimentos usados. Mas se esse patife de merda acha que vai usar sua decepção em não conseguir prender um magnata pra justificar sua incompetência em cumprir seu trabalho, ele está muito enganado. Nem que eu tenha que contratar eu mesmo um detetive particular.

— Faça sua parte. Eu farei a minha.

— Pode ter se livrado da acusação de assassinato, mas se o senhor se envolver nesse caso, eu o prenderei por obstrução.

— Ela é minha mulher. — digo em um rosnado grave — Então a menos que me leve agora mesmo, não vou sentar e esperar.

Wilson chega a dar um passo à frente, mas seu parceiro o segura pelo ombro. Seu rosto tencionado mostra sua luta interna entre me prender e seguir com o seu trabalho. Só gostaria de saber o que eu fiz pra ele demonstrar tamanha raiva de mim.

— Entraremos em contato, senhor Hoffman. — Phelps estende a mão pra mim. Eu a aperto e aceno com a cabeça para os dois enquanto saem.

Cansado de esperar pelo médico, tiro a roupa do hospital e começo a vestir a minha, mesmo suja de sangue. E quando estou quase terminando, a porta do quarto se abre novamente e dessa vez é a minha mãe entra sem ser convidada. Seu rosto é de clara preocupação e na mesma hora eu rolo os meus olhos pra ela.

— Oh, meu menino. Como você está?

Bom, posso dizer que o tom da sua voz sai mais alarmado do que é realmente necessário. Ela exagera às vezes.

— Eu estou bem. — digo sem olhar pra ela — Não é a primeira vez que eu me machuco.

Ela se aproxima devagar e acaricia o meu braço. Meu primeiro reflexo é puxá-lo, mas resisto à tentação. Não é que eu não acredite que ela está preocupada, mas não me sinto mais à vontade pra ser o seu filhinho.

— Meu amor, você está sozinho aqui nesse hospital. Pelo menos deveria ter ligado para alguém vir ficar aqui com você se não queria ligar pra mim.

Redenção (#SR3)Onde histórias criam vida. Descubra agora