NAO SE ESQUEÇAM DE COMENTAR POR FAVOR! É MUITO IMPORTANTE <3Por vezes pensamos que certas situações não podem ser mais marcantes que outras, damos por nós a tirar conclusões sobre nós mesmos. Achamos que nos conhecemos a nós mesmos, que temos noção dos nossos limites e que nada nos pode afetar, a menos que assim o permitamos.
Sei disto porque até àquele dia achava, do fundo do meu ser, que ver soldados Ingleses mortos ou perto da morte só me traria prazer. Pensava que ver aqueles trastes afogarem-se no próprio sangue seria das imagens mais bonitas e agradáveis que podia presenciar.
Mas como disse, eu achava isso.
Foi inconsciente quando os meus pés me encaminharam até ao seu lado. Foi irracional quando os meus joelhos perderam a força e eu cai ao seu lado. Foi algo oposto à noção quando os meus braços tocaram no seu corpo gelado e uma lágrima escorreu pelo meu rosto e caiu sobre o seu.
Engoli em seco no pavor de não saber o que fazer. Não tinha ideia se me devia mexer para tentar fazer algo por ele, se devia deixar-me ficar e vê-lo partir.
Não sabia se havia salvação, não sabia realmente se queria que ela existisse.
A sua cara estava totalmente franzida, em plena dor e desespero. Os seus olhos estavam fechados e os seus lábios faziam uma curva para baixo. A sua respiração estava lenta e arrastada, característica de quem está num estado de dor tão profundo que já nem doí. Uma dor tão geral que o corpo não sabe sentir nem combater.
O estado de Styles era algo tão difícil de explicar que eu só me perguntava como era possível ser real.
Foi deitado naquele chão frio. Onde o mesmo tinha dormido nas noites que com ele passei. Que ele viu a sua morte e o seu fim. Ninguém que o visse como eu vi se teria aproximado. Provavelmente alguém ausente de emoções ou talvez até com excesso delas teria entrado em pânico deixado o rapaz entregue à morte certa.
Ali estava ele. Encostado a um canto, rodeado de uma poça de sangue de uma tonalidade tão escura que estava perto de ser considerado preto. Algum parecia sair da sua barriga, outro escorria pelos seus lábios agora arroxeados, que se misturava com o que desceu pelo seu nariz.
O seu rosto estava totalmente negro, numa mistura galáctica de vermelho, preto, roxo, amarelo a sua pele, que antes costumava ter um tom bastante claro estava totalmente pintada em tons de dor e sofrimento.
Em contraste com os hematomas horrendos estava uma ferida aberta e sangrenta que começava no canto direito da sua testa, passava ao lado do seu olho esquerdo em cima do seu nariz e tinha o seu fim perto da orelha esquerda.
No momento em que eu entrei no quarto ele estava com olhos semi abertos no entanto, revirados. Tornando apenas visível a parte branca dos mesmos. Por momentos engasgou-se como se estivesse numa luta interior para continuar a respirar tornando a situação ainda mais sufocante. Tanto para ele, como para mim, que assistia sem saber bem o que fazer.
Entretanto, ainda em choque ao seu lado tomei uma lufada de ar tentando desesperadamente ganhar alguma coragem para tentar fazê-lo viver.
Lentamente larguei o seu rosto e deixei cair a sua cabeça novamente no chão gelado.
Engoli em seco e comecei a desapertar os botões da sua camisa, tentando arranjar alguma força para qualquer que fosse o cenário debaixo da sua veste branca que no momento se encontrava tingida pelo seu sangue.
O rapaz encontrava-se em silêncio total, já ausente de gemidos sôfregos ou engasgos. A sua respiração estava cada vez mais lenta e arrastada. Ele estava praticamente morto. Era inevitável e inegável.
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Soldier Heart. | H.S || A RESCREVER
Romance"Eu devia matá-la mas, ela matou esse lado de mim"