Capítulo 6

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            O quarto estava escuro e o frio percorria cada centímetro do seu corpo ao encarar as grades invadindo o lugar. Os olhos se arregalaram percebendo que estava completamente sem saída, foi então que começou a gritar desesperada até sentir uma mão forte e quente a confortá-la.

— Está tudo bem, Sara! Foi só um pesadelo – uma voz gentil se aproximou dos seus ouvidos.

Ela fitou a profundidade dos olhos verdes que a encaravam preocupados. Sentiu a respiração voltar ao normal e aos poucos vagou com os olhos pelo quarto. As cenas das últimas horas preencheram a lacuna da memória que até então estava desnorteada. Deu um suspiro com o medo que começara a se instalar.

— Está tudo bem, você está segura, Sara! - a voz mansa continuava a acalmá-la – ela o fitou novamente deixando que uma lágrima rolasse. Bruno se aproximou a enxugando e passando os dedos delicadamente sobre a sua face reconfortando-a novamente, e dessa vez com a ternura que exalava de seus olhos.

Sara deu um meio sorriso e com a mão trêmula colocou a sua mão sobre a dele, instintivamente os dois fecharam os olhos e um sorriso surgiu de seus lábios.


— Sara! Filha! – os dois rapidamente se afastaram ao ouvirem outra voz. Sua mãe não percebeu que havia quebrado o clima entre o casal, sua preocupação estava acima disso. Colocou a bandeja que segurava na escrivaninha e deu um forte demorado em sua filha, emocionada em vê-la viva.

Bruno sorriu com o momento entre mãe e filha e deixou-as sozinhas. Por mais que quisesse ficar por perto sabia que Sara precisava da sua família e muito repouso.

 Por mais que quisesse ficar por perto sabia que Sara precisava da sua família e muito repouso

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***

Os dias se passavam e Sara aos poucos se recuperava daquele momento terrível que vivera. O medo ainda percorria suas veias, assim como os pesadelos insistentes, mas o que mais a deixava preocupada era o fato de ainda não ter visto o seu pai. A voz aos poucos voltava ao normal, e por mais que a mãe lhe dissesse que estava tudo bem, ela sentia que algo estava errado. Se todos realmente estavam bem precisava ver com os próprios olhos. No entanto, todos a tratavam com tanta delicadeza e preocupação que ela simplesmente ficou em silencio deixando que os dias passassem e com ele, a resposta a sua pergunta; o que havia acontecido com o seu pai?

Bruno, Heidy, Carlos e mais alguns amigos vieram visitá-la, no entanto, todos percebiam a tristeza em seus olhos e como estava estranhamente calada.

Na sexta-feira, Sara encontrou seu pai sentado no sofá da sala. Seu semblante estava abatido e podia perceber a tristeza em seus olhos, mas ele estava vivo e era só isso o que importava. Ela correu ao seu encontro o deixando surpreso com o seu abraço.

— Você está vivo, pai! Onde esteve? – as perguntas eram intermináveis, mas se calou ao perceber que talvez precisasse ter um pouco de paciência. Sentiu como ele a apertava fortemente naquele abraço, percebeu o quanto precisava desse gesto.

O começo de um Legado - Degustação ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora