XIII - Minha Pequena

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*as coisas vão ficar meio esquisitas e pesadas nesse capítulo. Pra quem não curtir muita violência eu sugiro que pule as partes em negrito.*

Joel se sentiu um pouco perdido quando acordou de repente. Esteve inconsciente por muito tempo, não sabia ao certo onde estava ou o que havia acontecido. Tentou se levantar mas sentiu uma dor muito forte vindo da ferida que agora voltava à suas lembranças. Foi quando, de pouco em pouco, começou a se lembrar. A universidade, os caçadores, a queda... Ellie. Lembrava de tudo o que Ellie havia dito, em todos esses dias. Ele conseguia ouvir.

- Ellie... - ele disse se levantando com dificuldade.

Caiu de joelhos algumas vezes antes de conseguir se aguentar em pé.

- Ellie?! - ele chamava ainda mais alto.

Pegou sua mochila jogada no chão e colocou nas costas. Precisava encontrá-la. Não conseguia andar direito e o frio dificultava tudo. Mesmo assim, ele saiu da cabana em procura de Ellie. Gritava seu nome o tempo todo, e a cada vez torcia para que ouvisse sua voz. Mas não ouvia nada. Passou entre algumas cabanas e continuou chamando, quando um homem o agarrou pelas costas.

- Te peguei, imbecil! - o homem disse. - Vai, acaba com ele!

Um outro homem com uma faca se aproximou e Joel esqueceu toda sua fraqueza naquele momento. Não aceitaria morrer por um caçador, muito menos depois de ter sobrevivido à uma queda de dois andares e uma perfuração do tamanho de uma bola de sinuca na barriga. Ele conseguiu chutar o homem da faca com força o suficiente para fazê-lo cair, e usou o cotovelo para afastar o que o segurava.

- Filho da puta! - Joel gritou.

Ele apagou os dois e conseguiu arrastá-los para uma das cabanas. Amarrou um deles em um cano na parede e o outro em uma cadeira. Encarou o da parede por alguns instantes antes de passar bons minutos socando seu rosto.

- Espera aqui. - Joel disse se afastando ensinado em direção ao homem amarrado na cadeira. - Agora, a garota. Está viva?

Joel estava sentado na sua frente e o homem tremia.

- Que garota? Eu não conheço nenhuma garota. - ele respondeu quase chorando.

Joel enfiou sua faca acima do joelho do caçador, que gritou.

- Presta atenção. Se concentra aqui, bem aqui. - ele disse segurando o rosto do homem. - Agora eu vou arrancar a porra do seu joelho. A garota.
- Ela tá viva. - o homem disse - É a nova mascote do David.
- Onde? - Joel perguntou enquanto virava sua faca, ainda enfiada na perna do caçador.
- Na cidade, na cidade.

Joel tirou sua faca do joelho do rapaz e posicionou na boca dele, fazendo com que segurasse com os dentes. Pegou seu mapa dentro da mochila e colocou na frente do homem.

- Agora você vai marcar ela no mapa. E é melhor que seja no mesmo lugar que seu amigo apontar. - ele ordenou e o rapaz marcou um X na cidade indicada, usando seu próprio sangue como tinta.
- É bem ali! Pode verificar, pergunte pra ele. Ele vai te falar. Eu não tô mentindo, não tô mentindo.

Joel rodeou a cadeira na qual o caçador estava amarrado, até ficar bem atrás. Passou seu braço ao redor do pescoço e pressionou, até ouvir um estalo. Estava morto.

- Vai se foder, cara. - o outro homem disse - Ele disse o que você queria. Não vou te falar nada!

O desespero na sua voz incomodou Joel. Não gostava de fazer o que estava fazendo, mas Ellie era mais importante. A protegeria com a sua vida e faria o que fosse preciso para mantê-la viva.

The Last Of Us - Os Últimos De NósOnde histórias criam vida. Descubra agora