O reencontro - capítulo 7

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LIBRIANA

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Quando a vi caminhando em minha direção, perdida entre todas aquelas pessoas estranhas, meu coração bateu descompassado. A expressão dela era seria, fria, enigmática. E eu sabia que talvez fosse por Bianca estar comigo ali. Luce nunca foi insegura ou ciumenta, mas bom, naquela situação era impossível ser indiferente a tudo. 

Bianca e eu permanecemos sentadas enquanto ela se aproximava. Eu queria levantar no momento em que a vi chegar e correr ao seu encontro, mas o pesar das minhas pernas me desobedeceram. E se ela recusasse meu abraço? Eu estava cansada de arriscar... estava cansada de mirar nas surpresas e acertar nas decepções.  

Dando fim ao trajeto, parou diante de nós, e  segurando um olhar frio na expressão, não disse uma só palavra... Quebrei o silêncio com uma apresentação que eu sabia que era extremamente desnecessária: — Bianca, essa aqui é a Luce... Luce, essa é a Bianca, minha amiga. — eu estava perdida e nunca me imaginei apresentando uma ex para a minha namorada, mas diante da situação, a outra melhor alternativa seria sair correndo e fugir para o mais distante que eu conseguisse ir.

LEONINA

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Eu pude ver todo aquele ar de superioridade e razão nela. Como se ela tivesse alguma razão. Ela não parecia ter vindo para recepcionar sua namorada, de forma calorosa. Na verdade, parecia que alguém tinha ligado o ar condicionado no modo inverno infernal. E se a situação não fosse tão tensa, eu iria cantar "Lerigou". Mas acho que seria afronta demais de minha parte. Se bem que... Sou afrontosa.

— Bianca, essa aqui é a Luce. Luce, essa é Bianca, minha amiga. — A geminiana me fuzilava com o olhar.

— Oi. — disse seca. E eu cantarolei a música de tema do filme Frozen.

— Olá, tudo bem? — estendi minha mão para apertar a sua. E pus na cara o meu sorriso leonino de que aquele território era meu. E ai dela se vacilasse! 

Ela me estende a mão de volta.

— Tudo bem...

Gê estava em cólicas. Sua respiração estava pesada. Ela gritava pela geminiana, mesmo em silêncio, mas essa parecia não ouvir. Ou não ligar. — O que ela viu nessa garota? — era somente o que eu conseguia pensar.

Luce trajava um jeans escuro, camiseta regata preta, e tênis. E uma cara de antipática, que por Deus, eu queria socá-la. Queria mesmo dar um jeito naquela arrogância.

— Você me espera enquanto vou conversar com ela? — ela me pede quase suplicando. Eu apenas balanço a cabeça em sinal positivo. — não sai daí, olha minhas coisas.

E novamente estava eu e o Senhor Coelho. Eu e ele vendo a ( não mais minha) libriana indo de encontro ao seu amor, para, quem sabe, fazer as pazes...

Eu pensei em sair dali. Realmente pensei. Meu coração queria sair pela boca. Saber que eu tinha ido até ali, mexendo e afrontando os meus fantasmas do passado e todo aquele amor que eu achava que não existia mais, me revirar novamente. Era como um soco na boca do estômago. Eu precisava de ar...

— Senhor Coelho, quer um conselho? — eu o olho pesarosa. — Não se apaixone. — pego minha bombinha de Aerolin que estava na minha mochila e uso, já que o meu ar, aquela libriana havia tirado.



Guerra dos signos - [ Romance lésbico ]Onde histórias criam vida. Descubra agora