LEONINA
Enfim eu tinha chegado a essa cidade enorme. Alê tinha endereço certo aqui, e eu ia ficar em seu apartamento até arrumar um pra mim. Mas ele disse que não tinha problema de eu ficar mais tempo. Dividir apartamento comigo iria ser ótimo. A gente já aprontou muito nas noites em Fortaleza. Sempre que ele está por lá. Mas agora eu só quero ficar no trabalho. E não me meter mais com ninguém, nem para sexo. Estou fechada.
Ele acabou vindo comigo. Pois achou que não deveria deixar eu vir sozinha. Eu aceitei pelo fato de precisar de um ombro amigo.
Eu olhava para cada cômodo e eu sentia meu estômago revirar, como se fosse um soco bem na "boca" dele. Me faltava algo. Ela não estaria ali. Ela nunca estaria ali.
Passei a repetir essa frase como um mantra cruel. E me doía cada vez. O dia já estava chegando novamente e somavam duas noites que eu não dormia. Eu estava cansada, mas não sentia sono. Ou mesmo fome.
LIBRIANA
Eu enfim cheguei a cidade. Minha primeira vez ali e eu novamente em uma aglomeração de pessoas que eu não conhecia. Mas dessa vez eu tinha certeza do que queria.
Consegui o endereço com Fernanda, que me passou por SMS. Dessa vez eu não iria ficar esperando. Me dirijo ao primeiro taxista que vejo. E lhe dou o endereço. A viagem ficaria um pouco cara, mas eu não me importava. Apenas passei mais uma vez o cartão.
Cheguei no prédio, dei o nome do Alê e o porteiro gentilmente me deixou entrar. Apertei o 12° e esperei. Meu coração estava a mil. Saltando da caixa torácica. Ela deveria estar em casa ainda, era bem cedo, né?
Finalmente a porta se abre. E eu corro até o número do apartamento. Respiro fundo... E se ela não me aceitasse mais? Eu deveria ter pensado nisso antes. E se o seu orgulho Leonino tivesse voltado com toda a força? Droga! Eu e minha mania de não me decidir e quando decido a impulsividade toma conta. Mas eu já estava ali e só precisa de um toque nessa campainha.
Aperto uma vez, um segundo depois aperto novamente. Quando dei por mim estava apertando freneticamente.
- Já vai! - escuto a voz de Alê bastante incomodado. A porta se abre, mas não era ele.
Ela me olhava incrédula. Esfregou os olhos umas 5 vezes. Pulei em seus braços e quase caímos juntas porta a dentro.
- Eu aceito! - eu disse separando nosso beijo.
- Você teve que vir até aqui para se decidir?
- Eu decidi no momento que você saiu correndo. Mas eu não te alcancei a tempo. E você esqueceu essa droga de celular na minha casa. - entreguei o seu celular.
- Mas agora eu já estou aqui...
- Por mim... Seria uma ótimo lugar para recomeçar. Eu posso tentar transferir meu curso pra cá. E a gente vai dando um jeito. Eu só não quero ter que te perder de novo. - falei sincera.
- Eu te amo tanto... - ela volta a me beijar
- Eu também te amo. - falei separando nossos lábios. Ainda com as festas coladas. Ela sorri em resposta e me beija intensamente.
Eu teria uma vida para me declarar. Eu teria uma vida para falar da felicidade que sentir. Mas nesse momento, eu só queria calar qualquer declaração, calar com um beijo puro, doce e carregado de todos os sentimentos que turbilhavam em mim. E era ela. Por ela. Minha Leonina. Sentir Bianca em meus braços após tanto tempo sentindo uma saudade sufocante, era como sentir o sangue quente voltando a caminhar em minha veias. E eu que nunca gostei de romances Hollywoodianos, carregados de clichês, descobri que não viveria sem isso, desde que fosse com ela. Que seja bobo, que seja fofo, que seja intenso, que seja meloso, que seja em São Paulo, mas que seja com ela. Só com ela. Bianca é minha esperança de final feliz, mas um final sem final. Por mais contraditório que possa parecer.
FIM
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Guerra dos signos - [ Romance lésbico ]
FanfictionEsse conto é para todas aquelas que amam o mundo dos zodíacos. Trata-se de um conto que vai explorar as características mais marcantes de cada signo com leveza e humor. :3