Capítulo Dez

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O retorno de uma guerreia

Segunda parte

A viagem foi um pouco longa como esperado e também bastante cansativa. Horas galopando fizeram com que todo meu corpo ficasse dolorido. Chegamos pela metade da tarde e como estava planejado todos já estavam prontos para seguirmos para a reino. Fiquei surpresa com o tanto de armas que eles tinham, perguntei como era possível em tão pouco tempo eles terem conseguido tudo aquilo. Dagur me falou que o vilarejo do leste fabrica armas já faz um bom tempo, eles vendem geralmente a caçadores, lenhadores e até para pessoas que gostam de fazer justiça com as próprias mãos. Mas todo esse comércio sempre foi escondido já que não era permitido que os vilarejos produzissem suas próprias armas, todas deveriam ser compradas no mercado do reino.

Descansamos apenas por pouco mais de uma hora. Os que não iriam conosco, como os mais velhos, ficaram com as crianças e se prontificaram a ajudar em alguma necessidade.Com mais números em nossa grande marcha, prosseguimos pela estrada.

Ao anoitecer, já nos encontrávamos localizados a poucos metros da grande entrada, muitos guardas se encontravam lá, isso iria dificultar um pouco as coisas. Precisamos invadir o reino como planejado. Soluço e heather iriam atrás de thord e eu iria as masmorras para tentar salvar o rei.

Sabia que iria perder tempo naquela batalha na entrada para o reino. Então disse a soluço que enquanto eles atacariam a frente, eu iria dar a volta e tentar invadir pelo sul do reino, tentaria no ultimo muro do lado esquerdo que ficava mais próximo do castelo. Mesmo não gostando da ideia ele sabia que eu estava certa, então nos despedimos naquele instante, desejamos boa sorte um ao outro e o prometi que tudo iria ficar bem com seu pai, já que durante toda a viagem até aqui, sua feição era de pura preocupação e tenho certeza que não era apenas com a invasão.

Com as ordens de Dagur, que para sorte de todos havia aprendido a lutar e a se defender com seu pai que fora antigamente um dos guardas do castelo, todos se prepararam para atacar. Eles me deram apenas alguns minutos, teria que ser o tempo suficiente para chegar até o outro lado. Com um breve beijo eu me despedi de soluço.  

Minha deixa havia chegado, comecei a correr o mais rápido que pude mas ainda me escondendo onde podia para não ser vista por nenhum dos guardas que caminhavam ao lado do castelo fazendo sua ronda. Quando estava a poucos metros do muro em que eu teria que escalar, um grande estrondo se propagou por todo o reino, era o ataque começando. Todos os gurdas saíram correndo na direção do barulho, aquela era minha chance.

Fui em direção ao muro e comecei a subir. Agradeci mentalmente ao meu pai por ter me ensinado a escalar quando era criança e na verdade não era a primeira vez que eu escalava aquele lugar. Quando era pequena, eu subia algumas vezes aqui para saber como era o castelo, eu gostava de observar uma realidade que era completamente contraria a minha, meu pai ficava enfurecido, mas eu não ligava. A subida sempre e a parte mais fácil pois agora teria que pular daquela altura e se eu não fizesse da maneira correta, acabaria me machucando muito.

A queda não foi das mais leves que já levei porém não foi das piores, apenas arranhei um pouco da minha perna. Estava dentro do reino mas por minha sorte, não via ninguém na parte de trás do castelo. Corri para a lembrança que eu tinha da entrada para as masmorras tive que dar quase uma volta completa quando enfim a encontrei. Mesmo sabendo que boa parte dos guardas estavam batalhando na entrada do reino, achei estranho não ter encontrado ninguém ali.

Entrei pelos corredores das masmorras, ouvi um barulho de pessoas chegando e me escondi rapidamente em uma cela vazia. Dois guardas passaram por mim e seguiram para um outro corredor que ficava de frente a cela em que eu estava. Mais dois guardas retornaram, diferente daqueles que foram ''Estão trocando de lugar'' pensei. Assim que percebi que os dois guardas que retornaram foram embora eu sai de dentro da cela e fui caminhando pelo corredor que eles haviam passado.

O Nascer de uma nova vida ( Hiccstrid )Onde histórias criam vida. Descubra agora