Wanted | AFEOH

•20: Credence, Grindelwald e Modesty•

Apartamento do Scamander/Local indeterminado...

26/08/1927 - manhã do dia seguinte

A manhã se iniciara nublada, da mesma forma que o dia havia se encerrado na tarde anterior, nuvens acinzentadas tomavam o céu por completo.

Leta se encontrava em pé, mesmo que o relógio não houvesse badalado as seis horas ainda, vestia-se com trajes de inverno e portava o cordão que lhe pertencia, o qual escondia por debaixo das vestes, ostentava o símbolo das relíquias. Ele a chamava, deveria ouvi-lo, ele a levaria ao mestre, a levaria a Grindelwald.

Tomou o pinjente nas mãos e apertou-o, instantaneamente foi transportada a um lugar desconhecido. Um cômodo vazio — aparentemente — piso de tacos, paredes que outrora eram brancas, agora estavam cobertas por uma camada acinzentada de mofo, grandes janelas de vitrais coloridas encobertas por cortinas velhas, gastas e desbotadas, se supunha terem sido — quando novas — verde-esmeralda, o forro de madeira, e de arremate, um tapete estampado com vermelho, dourado e verde cobria boa parte do chão, não havia um seuqer móvel no cômodo.

De um canto escuro, ouviu-se passos, e viu-se uma silhueta, era um homem, consideravelmente alto. A voz soou áspera quando ele falou.

_ Por que demorou tanto?_ a interrogação era filme, sabia-se quem ele era.

_ Precisei esperar a hora certa..._ a moça começou guardando o pinjente de volta as vestes _ não poderia deixar que alguém percebesse alguma estranheza, tal como desaparecer em horários nos quais eu deveria estar ajudando-os...

_ Sem mais delongas_ o homem a cortou _ Você é minha serva mais leal agora que...

_ Agora que?_ a morena indagou vendo a relutância do homem em prosseguir.

_ Agora que Picquery foi presa e que Caroline foi morta. _ ele finalizou.

A expressão da Lestrange transpassou de temerosa a espantada, o que acontecera a Dolohov para esta ser morta?

_ Não me importa _ ele finalizou, mas logo começou um novo assunto _ a Goldstein, como ela está?

Leta estranhou a pergunta, mas não hesitou em respondê-la prontamente.

_ Está morta, senhor.

Um sorriso se fez no rosto dele, parecia que acima de tudo, Grindelwald tinha sentimentos, dos piores possíveis, mas tinha.

_ Eu disse... Não disse?_ ele se virou para o canto escuro de onde viera _ que ela seria vingada. Não disse?

Não obteve resposta. Mas a morena notou uma nova silhueta ao canto da sala, talvez ele estivesse aí o tempo todo, mas ela não o havia visto, pois mantivera silêncio, se escondera nas sombras.

_ Eu disse que vingaria a morte dela, matando aquela que lhe causou isso Credence, eu disse à você _ ele começou com a voz um tanto alterada _ agora é a sua vez de me cumprir o que me prometeu. Estamos aqui, neste fim de mundo, mas você me ajudará... Credence.

O garoto não proferiu palavra alguma, mas se notou alguns ruídos vindos de si, como um choro reprimido.

A porta foi aberta subitamente, e por ela passou um Grindelwald triunfante. Em instantes a porta bateu atrás dele, onde mais uma vez, a Lestrange encarava o cômodo quase vazio.