•4: O Convite•

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Londres - (05/10/1927)
dois dias depois

A tarde já dava lugar a noite, o céu alaranjado e que por incrível que se parecesse, Newt estava na varanda de seu apartamento observando-o:

_ Não é bonito Pickett?_ ele pergunta ao tronquilho que como sempre estava em seu bolso.

Recebe a resposta em seja lá qual a língua que os tronquilhos falem – tronquilhonês talvez.

Continuou observando o céu, até reparar numa ave que voava e ficava cada vez mais perto, e quando próxima o suficiente, ele pode ver que se tratava de uma coruja, uma coruja que trazia uma carta, continou observando para ver a quem pertencia o recado e não se espantou quando a coruja pousou em sua varanda, deixando a carta sobre uma cadeira de repouso que lá havia e por ali permaneceu até que o Magizoologista lhe desse algo para comer, e assim que satisfeita vôo novamente.

Ele pegou a carta e a leu.

Por motivos incompreendidos pelo bruxo, sentiu um nervosismo, talvez um nó no estômago ao pensar em ver Tina pessoalmente mais uma vez, além do mais, não conhecia nenhuma pensão, o que lhe diria? Queria lhe retribuir o favor que o fizera quando fôra a Nova York.

Resolveu então à escrever a resposta, era óbvio, a convidaria para ficar no apartamento dele, seja lá por quanto tempo ela precisasse, seria a forma perfeita de retribuir-lhe o favor de tê-lo acolhido em seu apartamento.

Mas como faria isso sem parecer com segunda intenções?

Afinal, que homem em pleno século XX, convida uma mulher para passar uns dias em seu apartamento? Sem contar que morava sozinho, tinha vizinhos e poderiam comentar, além do mais, o que Tina iria pensar?

De incio espantou esses pensamentos, tornou a ver o pôr do sol, que agora o laranja já dava lugar a um tom mais escuro, um castanho, uma mistura do azul noturno e o laranja do por do sol, uma cor que lhe trazia novamente Nova York a mente, a agitada Nova York, onde conhecera seus poucos amigos humanos, mas por que este tom tão peculiar e tão comum ao mesmo tempo lhe traziam a cidade a cabeça?

Era simplesmente, o mero fato de ser um tom tão aproximado ao olhos da auror, sua amiga Porpentina.

Ele só se perguntava então, por que tanto ela ia e vinha a seus pensamentos tantas vezes durante o dia?

Balançou a cabeça espantando tantas perguntas que fazia a si mesmo e foi para dentro, fechando atrás de si a porta para a pequena sacada, na sala, olhou em volta e se viu sozinho, como sempre, mas era um sozinho diferente, outrora ficar só era sua melhor companhia, tinha sua maleta, com seus animais, mas agora, estar ali sem companhia humana lhe trazia a má solidão e lhe fazia querer adiantar o tempo para ter sua amiga como companhia o mais breve possível.

O fogo da lareira crepitava, e este simples ruído o trouxe de volta a realidade, lembrando-se de logo escrever a resposta a Tina, pegou um pedaço de pergaminho jogado em cima da mesinha ao lado da poltrona na sala e andou até seu quarto, sentou-se na banqueta a frente da escrivaninha, onde blocos de papel e rolos de pergaminhos se encontravam espalhados, jogando todos na gaveta, abriu espaço e pegando a pena. Pôs-se a encarar o pedaço de papel pardo, pensando como começar a carta a sua amiga.

"04 de outubro de 1927...

_ Querida Tina?_ se perguntou em voz baixa, teve como resposta Pickett que ralhava no bolso.

...Querida Tina,...

_ Oras Pickett, o que eu devo escrever?_ ele pergunta ao tronquilho que agora pulava do bolso para a escrivaninha.

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