A Princesa dos Mares

Capítulo 2

O jantar de ontem tinha sido incrível,Aspien foi uma companhia fantástica.
Minha mãe tinha me mandado acordar à cinco minutos atrás,ordenando que assim que eu acordasse,caminhasse imediatamente para a sala de refeições.
Visto um vestido branco,com ombros caídos e detalhes azuis e uma sapatilha preta.Prendo meus cabelos lisos e longos em uma trança espinha de peixe e coloco uma pequena coroa de cristais simples.
Depois de pronta me olho no espelho garantindo que estava apresentável para ver minha mãe.Minha mãe era a rainha e querendo ou não para ela as aparências contavam.E muito.
De acordo com ela uma princesa devia estar sempre arrumada,não interessa se ela vai tomar um simples café da manhã,ou se vai em um baile.
Lembro de uma vez que estava com muita fome,eu tinha acabado de acordar então eu simplesmente andei até o salão de refeições,quando eu cheguei lá despenteada,de pijama e com mal-hálito,dei de cara com o rei do reino vizinho,a cara da minha mãe formou uma carranca,e eu pedi inúmeras desculpas,mas por dentro tudo que eu queria fazer era rir da cara feia da minha mãe.
O salão de refeições era composto por uma enorme mesa de madeira branca e cadeiras combinando,um lustre com diamantes azuis e rosa enfeitava o teto pintado de um tom de azul-água,vasos de orquídeas enfeitavam as bancadas,criadas e cozinheiros caminhavam com bandejas de ouro cheias de comidas e taças de água e suco.
Os criados e cozinheiros se abaixaram em uma reverência quando minha mãe entrou segundos depois de mim,ela usava um vestido de alças,um pouco justo,abaixo dos joelhos da tonalidade de vermelho sangue,seus cabelos loiros se destacando pelo vermelho do vestido e dos lábios.
Minha mãe caminha como se estivesse flutuando até mim e beija minha testa,enquanto me guiava até a mesa que estava repleta de croissants,bolos,uma variedade enorme de pães,ovos mexidos com bacon,tudo isso acompanhado de sucos e água.
Uma música clássica tocava aos fundos,o Söns do violino e piano invadiam a sala.
Minha mãe senta na cadeira da ponta e eu sento na cadeira ao seu lado,involuntariamente olho para a outra cadeira da ponta pensando em encontrar meu pai,mas a única coisa que vejo é um nada,desfaço meu sorriso olhando para a cadeira vazia.
-Minha querida,eu estive pensado...Você não tem amigos da sua idade e quase não se socializa com ninguém
Minha mãe diz isso em tom próximo a tristeza e preocupação.
Junto as sobrancelhas em preocupação é sem entender aonde essa conversa ia levar.
-Então por isso eu decidi colocar você em um internato
Diz ela com relutância,como se estivesse com medo da minha reação.
Minha boca forma um O perfeito,as únicas pessoas que eu conhecia na vida,o único lugar que eu conhecia,as únicas lembranças que eu tinha,estava tudo nesse castelo...E agora minha mãe quer me tirar dele ?
Meus olhos se encheram de lágrimas,mas eu mordi o interior da bochecha me recusando a deixar as lágrimas caírem,a verdade é que eu não queria ir embora,eu queria ficar aqui.
Eu queria gritar e jogar todas coisas que estavam em cima da mesa no chão até que se espatifassem no chão em mil pedacinho,mas eu me dei conta de que era exatamente isso que uma garota mimada faria,então a única coisa que eu fiz foi :
-Quando eu começo às aulas ?
Foi vez da minha mãe ficar confusa,ela me olhou como se esperasse que eu tivesse corrido para meu quarto enquanto gritava ofensas que dariam para serem escutadas do outro lado do mundo.
-Daqui a três dias,eu estou fazendo isso pensando no seu melhor minha querida,um dia você vai me agradecer por isso.
Até parece...
Apenas faço que sim com a cabeça,e depois de comer meus croissants com suco de laranja escutando sobre o quanto o internato me faria bem,eu vou até a biblioteca do palácio.
A nossa biblioteca era considerado a biblioteca mais completa e antiga de todos os reinos.
O cheiro de livros era algo extremamente agradável para mim,as várias estantes de livros de diferentes gêneros era algo lindo de se ver.
Pego um livro aleatório na seção de romance,e sento no chão coberto por um tapete e várias almofadas começando a ler o livro.
Meu nome é Leigh,e talvez isso seja a coisa mais errada e estúpida da minha vida,mas vou fazer antes que eu perca a coragem...
Pelo menos isso era o que eu pensava,antes de morrer...
Eu sei,ficaram curiosos não é ?
Provavelmente estão se perguntando quem ou o quê me matou...
Eu te digo quem me matou...
O amor,
Isso mesmo o amor me matou,ele destruiu meus sonhos tão coloridos e inocentes.
Meu amor por você Clark me matou,e talvez você nunca saiba disso mas eu te amei,profundamente,como nunca tinha amado ninguém na minha vida,e você me matou,cada dia um mais,até que não sobrasse nada.
Porque afinal o amor não passa de um conto de fadas.
Quanto mais rápido você entender que amar é destruir e ser amado é ser destruído,mas feliz é poupado de ilusões você será.
O livro era interessante,embora fosse do gênero romance,isso não se adequava muito ao tema.
Fico assim até a noite quando relógio da biblioteca toca anunciando que eram nove em ponto,é meu estômago ronca de fome,fiquei tão entretida com o livro que acabei esquecendo que não tinha almoçado.
Minhas criadas avisam que minha mãe tinha ido jantar na casa de Tessa,então eu peço que elas levem meu jantar para o quarto.
Ligo a banheira e espero pacientemente ela encher,assim que enche eu coloco espuma de banho e sais.
Coloco uma música relaxante e entro na banheira,deixando que assim como a sujeira a água levasse também minhas preocupações.
Talvez o internato não fosse tão ruim assim,talvez fosse uma nova experiência repleta de pessoas incríveis que também tinha mães super ocupadas como a minha e pais ausentes como eu.
Mas isso tudo era somente um grande talvez,que poderia estar certo,ou poderia estar errado.
Me seco e deixo a água escorrer pelo ralo,coloco um pijama de seda rosa claro que ganhei da minha avó de presente de aniversário.
Fazia dois anos que eu não via minha avó.
Eu sentia falta dela,ela sempre falava mais comigo que a minha mãe.
Jenny entra no quarto iluminado pelos meus abajures com uma bandeja com macarronada e almôndegas com suco de morango.
Convido Jenny para me fazer companhia que aceita com um sorriso meigo nos lábios.
-Você já sabe do internato ?
-Sei...
-Eu vou sentir tanto sua falta- Digo e era verdade,Jenny era minha melhor amiga.E melhores amigas fazem muita falta.
-Na verdade não vai não-Diz Jenny sorrindo meigamente
Paro de comer a macarronada e olho para Jenny com cara de interrogação
-Sua mãe já acertou todas as coisas do internato ,e eu vou ficar junto com você como aluna do internato e Aspien vai junto- Diz Jenny animada e eu dou um pulinho de felicidade
Jenny e Aspien estariam juntos comigo,como dois estudantes normais do internato.
Talvez não fosse tão ruim assim.