30 - O Melhor Amigo do Meu Irmão

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"E-Eu estou com medo..."- Falei baixo, segurando em sua camiseta.

"S/n, espíritos não existem."- Mark revirou os olhos.

"Existem sim!"- Falei baixo- "Eu tenho muito medo deles, Mark."

Mark  era o melhor amigo do meu irmão. Apesar de ser da minha idade, ele se dava muito bem com o meu appa e minha mãe confiava nele, mais do que em meu irmão e eu.

Quando meu irmão tinha treze anos e Mark  nove, eles viraram amigos e desde então eram inseparáveis. Eu logo me apaixonei quando vi Mark  pela primeira vez, mas nunca disse isso a ele, nem a ninguém.

"A culpa é sua, Mark  ! Você quem trouxe o filme de terror."- Olhei para os lados com medo.- "Você vai ter que dormir comigo!"

"Eu? De novo? Pede para o seu irmão."- Ele disse.

"Eu não vou dormir com aquele idiota!"- Falei soltando a camiseta de Mark  e ele riu.

"Tudo bem, vamos logo dormir."- Ele se levantou do sofá.

Mark  foi para o meu quarto e eu o segui.

Meus pais haviam viajado e como eu mencionei antes, minha omma confiava mais em Mark  do que em meu irmão e eu, então ela pediu para que Mark  cuidasse de nós dois enquanto ela e appa estavam fora.

Graças à sua exagerada confiança em Mark  , eu estava prestes a chorar de medo.

"Aqui está tão calor."- Mark  tirou a camiseta e eu fiquei encarando o seu corpo por um tempo.- "O que foi, S/n? Gostou do que viu?"

"U-Uh? I-Idiota!"- Senti as minhas bochechas queimarem.- "M-Mark? O q-ue está fazendo?"

"Espero que não se importe. Eu não vou conseguir dormir direito com esse calor."- Ele se deitou na cama.- "Mas se você quiser, eu posso vestir a camiseta novamente."

"N-Não... Tudo bem."- Me deitei ao seu lado e me cobri com um lençol fino.

Olhei para a porta do banheiro que estava entreaberta e me encolhi na cama. Mark  acariciou os meus cabelos e me puxou para deitar mais perto.

"Não precisa ter medo, S/n. Eu já disse que espíritos não existem."- Ele disse baixo.

"E-Eu vou tentar."- Falei.

Meu coração estava disparado e não era por causa do medo. Mark  estava tão próximo de mim... Era tão bom sentir o seu toque...

Ouvi um barulho vindo de fora do quarto e cheguei mais perto de Mark  . Passos se eram ouvidos e o barulho de ranger de dentes ficava a cada vez mais próximo do meu quarto. A porta do quarto se abriu uns dois centímetros e o barulho ficou um pouco mais alto.

"Que palhaçada é essa?"- Mark  se levantou.

"M-Mark  ... O que você vai fazer?"- Perguntei assustada.

"Eu vou ver quem é que está fazendo essa brincadeira."- Ele disse e eu segurei em seu pulso.

"Não vai. Os espíritos vão te pegar."- Falei baixo.

"Não vão não!"- Ele disse indo em direção à porta.- "Fica quietinha aí que eu já volto."

"Mark  você não pode morrer antes de se casar comigo!"- Falei um pouco alto e Mark  me encarou.

Arregalei os olhos percebendo o que eu acabara de fazer. Ele sorriu de canto me encarando.

"O que disse, S/n?"- Ele perguntou.

"E-Eu não disse nada..."- Eu disse corando violentamente.

Mark  se aproximou e deixou um selinho suave em meus lábios. Ele sorriu e saiu pela porta do quarto me deixando sozinha olhando para a porta, paralisada. O medo voltou e eu cobri a minha cabeça com o lençol, torcendo para que Mark  voltasse vivo de lá.

De repente os barulhos cessaram e eu ouvi alguns cochichos, acompanhados de risos. Tirei o lençol da cabeça e encarei a porta. Mark  entra por ela rindo e se senta na cama.

"Mark  !"- Abracei ele- "Os espíritos não fizeram nada de mal com você."

"Que espíritos?"- Ele riu mais ainda. - "Era o seu irmão querendo te assustar. E ele conseguiu."

"O QUÊ?"- Gritei indignada.- "EU VOU MATAR AQUELE IDIOTA!"

"Calma, calma."- Ele sorriu para mim. Me calei no mesmo instante.- "Agora eu quero que você repita o que disse antes de eu sair."

"U-Uh? E-Eu não d-disse nada."- Gaguejei ficando vermelha- "Eu só disse que você não poderia morrer..."

"Não foi isso que eu ouvi."- Ele sorriu.

"Se você ouviu, então por que quer que eu repita?"- Perguntei indignada."

"Porque eu quero ouvir de novo."- Ele disse.

"Não vou dizer."- Me deitei de costas para ele.

"Então eu vou te fazer falar de outro jeito."- Ele me abraçou por trás e mordiscou o meu pescoço.

"M-Mark  ... P-Para com isso."- Falei baixo.

"Então fala."- Ele sussurrou em meu ouvido.

"E-Eu não disse n-nada."- Insisti. Mark  me virou para ele e roçou os seus lábios nos meus.

"Ah... Que pena."- Ele se afastou e sorriu. -"Eu queria tanto poder te beijar.

"O quê?"- Perguntei desejando os seus lábios nos meus.

"Se você não me disser, então eu não vou poder te beijar."- Ele disse passando o polegar pelos meus lábios.- "Eu queria tanto um beijo seu..."

"E-Eu disse q-ue... Você n-não pode morrer antes d-de se casar comigo..."- Falei baixo, quase em um sussurro.- "E-Eu não estou te pedindo p-pra casar comigo ou... E-Eu só... Só...

"Ya! Eu já entendi."- Ele riu.- "Você merece um beijo por ter falado. Ou melhor, dois beijos!"

Mark  beijou a minha bochecha esquerda e a minha testa, depois se deitou na cama, virando para o outro lado.

"Boa noite, S/n."- Sua voz soou. Ele parecia estar segurando o riso.

"Ya! O que foi isso?"- Perguntei indignada.

"Beijos?"- Ele respondeu em forma de pergunta, ainda sem me olhar.

"E-Eu... Quero um beijo de verdade..."- Falei baixo, sentindo as minhas bochechas queimarem.

"Quantos beijos de verdade você quer?"- Ele perguntou se virando para mim. Mark  estava sorrindo, com cara de quem estava se divertindo.

"Um monte..."- Falei ainda mais baixo.- "E-Esquece. Boa noite Mark  ."- Me deitei, virando de costas para ele.

"Ya, S/n..."- Ele me cutucou.

"O que foi?"- Perguntei me virando para ele e Mark  me beijou.

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