23- De onde você saiu?

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#Romance

#Ficção Científica

#Drama

"Mark!"- Exclamo assim que abro a porta do quarto e corro até a minha cama, pulando na mesma e me sentando de frente para ele.- "Hoje no colégio todos me zoaram de novo. É sempre assim! Eles disseram que sou feia, ridícula e maluca por isso ainda não beijei ninguém. Você também acha isso de mim, Mark ?"

Suspiro encarando o garoto que permanecia imóvel na minha frente. Eu não me cansava de olhar para ele. Fazia isso todos os dias, mas nunca me cansava de ver aquele rostinho angelical. Claro, eu já sabia que Mark não era nenhum santo. Mesmo assim, seu rosto insistia em dizer o contrário.

"Eu devo ser mesmo tudo isso que eles dizem. Além do mais, que outra idiota conversa com um pôster?"- Limpo uma lágrima que caiu do meu olho direito.- "Um dia nós vamos nos encontrar, Mark . Eu tenho certeza que sim. Não me importo se você não me conhece, ou se eu me iludo de mais. Não me importo com o que os outros dizem. Eu só quero conhecê-lo. Nem que seja apenas uma vez, nós vamos nos encontrar. Prometo."

"S/n?"- Minha bate à porta.- "Está novamente conversando com esse pôster?"

"Não, omma. Eu estou conversando com um amigo que mora na Coréia pelo telefone."- Falo tentando esconder a voz de choro.

"Você não tem amigos."- Ouço a voz do meu irmão- "Ninguém quer ser seu amigo."

"CALA A BOCA, IDIOTA!"- Grito e abraço o travesseiro deixando as lágrimas caírem.

"Não seja tão mal com a sua irmã."- Ouço a voz da minha mãe dizendo baixo- "Eu estou providenciando um psicólogo pra ela. Você sabe... Ela está assim depois que eu e seu pai nos separamos."

Ouço os passos dos dois se afastando e soluço baixinho abafando o choro no travesseiro. Eu realmente não sei qual é o problema comigo. Eu nunca conversei sozinha no colégio e nunca fiz nada que possa me envergonhar na frente das pessoas do colégio. Eu me pareço com meu irmão, mas todos dizem que sou feia e ele é o popular-garoto-desejado-do-colégio. Eu gosto de ficar sozinha, mas não gosto de ser zoada por isso. Já tentei fazer amizades, mas é praticamente impossível para mim.

"Não chora S/n."- Ouço a voz suave de Mark e olho rapidamente para os lados.

"Eu estou ouvindo coisas."- Balanço a cabeça negativamente tentando afastar o pensamento de que Mark realmente teria falado aquilo.

Limpo minhas bochechas molhadas pelas lágrimas e vou até meu guarda roupas. Troco de roupa e me sento na escrivaninha tentando me concentrar em fazer o meu dever.

"Você parou de chorar. Isso é bom."- Ouço novamente a voz de Mark .

Me viro rapidamente, acabando por derrubar meu caderno e estojo no chão, mas eu não me importei, porque ali na minha frente estava ele. Mark sentado em minha cama sorrindo. Sorrindo para mim.

Fecho os olhos com força e balanço a cabeça negativamente tentando voltar ao normal, mas quando abro os olhos, Mark ainda estava lá e me encarava com uma expressão confusa.

"De onde você saiu?"- Pergunto o encarando.

"Eu sai dali!"- Ele aponta para o meu pôster, que estava branco.

Abro a boca para dizer mais alguma coisa, mas nada sai. Mordo o lábio inferior pensando seriamente em aceitar a proposta de ir para uma consulta com o psicólogo que omma mencionara.

"O quê foi, S/n?"- Ele pergunta ainda com a expressão confusa no rosto.

"É-é que... V-você saiu..."- Aponto para o pôster e Mark ri.

Confesso que se eu não estivesse tão preocupada em como isso era possível, eu estaria o abraçando agora.

"Eu já vim outras vezes quando você estava dormindo."- Ele diz calmamente, como se fosse normal.

"Mark ..."- Me levanto lentamente sentindo lágrimas caírem dos meus olhos e escorrerem pela minha bochecha e corro até ele, o abraçando.

Por um instante pensei que fosse atravessá-lo, ou algo assim, mas ele estava ali. Ele era real. Mark acariciou meus cabelos enquanto eu escondia o rosto na curva do seu pescoço e sentia o cheiro doce do seu perfume.

Mark se afasta um pouco e deixa um beijo demorado no topo da minha cabeça me fazendo sorrir.

"Oh, então você sabe sorrir."- Ele brinca enrolando uma mecha do meu cabelo no dedo.

"É claro que eu sei."- Fungo e mordo os lábios tentando conter as lágrimas.- "Mark eu te amo."

"Eu também te amo, S/n."- Ele diz secando as minhas lágrimas.- "Por isso, eu não quero te ver chorando. Entendeu?"- Ele segura meu rosto com as duas mãos.

"Sim."- Assinto olhando em seus olhos castanhos claros.

Abraço Mark com força. Ele cai para trás, na cama e eu fico por cima dele. Eu estava mais feliz do que algum dia já tinha estado. Isso tudo poderia ser apenas um sonho, Mark pode até morar do outro lado do mundo, mas não importa. Porque pra mim ele é real. Ele está aqui comigo.

"Mark ... Eu estou ficando louca, não estou?"- Pergunto ainda abraçada à ele.

"Não. Se você estiver, então eu também estou."- Ele ri.

"Espero que isso seja verdade."- Falo.

"Ya! Onde aprendeu a falar coreano?"- Ele pergunta me surpreendendo.

"Er... Sozinha. Quer dizer, com a internet."- Respondo.

"Acho que eu deveria aprender a falar português pra conversar com minha sogra?"- Ele pergunta e eu ergo o rosto para o encarar.

"Sogra?"- Franzo a testa.- "Você está namorando alguém?"

"Você quer namorar comigo?"- Ele devolve a pergunta e se senta na cama, de modo que eu fique sentada no colo dele.

"O quê? Quer dizer, sim! Claro!"- Abraço ele.

"Então, eu deveria aprender?"- Ele volta a perguntar.

"Acho que não precisa."- Dou de ombros e Mark sorri.

"Eu vou tentar pelo menos dizer annyeong direito."- Ele ri me fazendo rir também.

"Você vai voltar pra Coréia, não vai?"- Pergunto acariciando seu rosto.

"Aish, é verdade, tenho voltar. Mas eu prometo te visitar sempre que eu puder."- Ele sela nossos lábios suavemente.- "E um dia, eu vou voltar com os meninos e te levar comigo pra Coréia. É uma promessa."

Imagines Got7Onde histórias criam vida. Descubra agora