13- Anjo Caído.

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#Sobrenatural 

"OMMA? APPA?"- Grito olhando ao redor do quarto escuro iluminado apenas por um pequeno abajur- "SÃO VOCÊS? ESTÁ TUDO BEM?"

O quarto continua silencioso, ouvindo-se apenas o barulho do vento à janela. Me encolho mais ainda em meio às cobertas tentando voltar a dormir, mas o medo não deixava.

Novamente ouço barulhos no quarto ao lado. Dessa vez acompanhados dos gritos da minha mãe. Me sento rapidamente, com a respiração acelerada. Pensei em ir até o quarto de meus pais para ajudá-los, mas o que uma garotinha de sete anos poderia fazer?

"Omma... Appa..."- Sussurro sentindo lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

Um barulho estridente soa, uma, duas três vezes. Os gritos pararam. Os barulhos pararam. Agora tudo o que ouço são passos vagarosos se aproximando do meu quarto, torço para que seja appa e omma.

"O que faremos com a criança? Ela não tem culpa de tê-los como pais."- Ouço uma voz feminina cheia de pena.

"Como assim? Essa garota é a herdeira de tudo. Ela será uma criminosa como os pais!"- A voz de um homem soa áspera e com raiva.

Como assim? Meus pais são pessoas maravilhosas! Eles não são criminosos. Meus pais são amáveis e gentis, eles nunca cometeriam algum crime e eu sei disso.

"Vamos matar a garotinha, se fizermos isso, nosso trabalho estará completo."- Sua voz soa fria me causando arrepios de medo.

Volto a chorar ainda mais do que antes enquanto pensava em algum lugar para me esconder. Meu quarto era grande e tinha uma passagem secreta mas eu não sabia como iria abrir a mesma.

Do canto mais escuro do quarto sai um garoto de pele muito clara e cabelos brancos. Me assusto ao vê-lo aparecer do nada e corro para o outro canto do quarto, mas o mesmo me lança um sorriso doce me acalmando.

"Não! Vamos embora! Logo a polícia estará aqui."- A mulher volta a falar.- "Ela é só uma criança!"

"Vai ficar tudo bem, (s/n)."- O garoto sussurra para mim com sua voz áspera e abre a passagem secreta.- "Quando sair, corra o mais depressa para a delegacia e informe a polícia."

"M-Mas... Omma e appa, eles..."- Tento dizer mas sou interrompida pelo garoto.

"Eles estão mortos."- Ele diz friamente.- "Vá! Agora."

Entro dentro da passagem ainda em choque e começo a chorar ainda mais do que antes. Ando agachada pela passagem estreita até chegar a rua.

14 anos depois

Depois de tudo o que aconteceu, vim morar com uma tia em Daegu. Nunca mais vi o tal garoto que me ajudou a fugir, mas eu passei a chamá-lo de White, por causa da sua pele branca e o sorriso que ele me deu.

"Hoje faz 14 anos."- Meu tio comenta.- "Não é, (s/n)?"

O dia da morte dos meus pais era um dia de festa para o meu tio. Ele tinha a voz incrivelmente parecida com a do homem que matou os meus pais e eu não me surpreenderia se ele fosse o tal homem, pois meus pais mataram os seus pais.

"Para com isso!"- Minha tia bate com a revista na cabeça dele e eu rio.

Minha tia é tão doce quanto a minha mãe, mas ao contrário dela, minha tia não é uma criminosa. Eu sempre pensei que meu pais fossem amáveis, quando na verdade eram chefes de uma máfia. Eram assassinos impiedosos. A princípio eu não queria acreditar nisso, mas essa é a verdade.

Seria o meu dever dar continuidade ao trabalho deles, mas decidi optar por ser uma garota comum.

"Férias de verão! Até que enfim!"- Minha tia muda o assunto.- "O que pretende fazer, (s/n)?"

"Procurar White."- Falo sem pensar.

"Você faz isso todos os dias."- Minha tia suspira- "Esse garoto já não deve ser mais um garoto. Ele te salvou e sumiu, ele deve estar diferente agora. Não tem como encontrá-lo, ainda mais, como irá encontrá-lo se você não sai daquele quarto?"

"Ele não é um garoto. E é no meu quarto que ele está."- Me levanto sorrindo e subo as escadas. Entro no quarto e fecho a porta.- "Ele é um anjo."

Rio comigo mesma e me jogo de costas na cama. Eu iria achá-lo, não importa como. Talvez eu estivesse apaixonada por alguém que eu poderia nunca encontrar, mas não importa. Eu não iria desistir.

"White!"- Chamo me sentando e olhando para o canto mais escuro do quarto.- "Para de se esconder! Eu sei que está aí!"

Aquele canto do quarto nunca ficou iluminado, não importa o quanto eu tentasse iluminá-lo, a sombra mudava de lugar quando atingida pela luz. Essa sombra era de White, eu tinha certeza.

"White!"- Suspiro.

A sombra se mexe um pouco para o lado e eu arregalo os olhos encarrando-a fixamente. Meu coração acelera e eu suava frio.

"White?"- Volto a chamá-lo.

"Você não desiste?"- Uma voz áspera soa vinda do canto do quarto.

"Não!"- Sorrio grande. "Sai daí, por favor! Eu quero vê-lo."

"Por que insiste tanto?"- Sua voz soa mais baixa.

"Por que me segue?"- Devolvo a pergunta.

"Eu não sei..."- Ele sai lentamente do canto escuro do quarto.- "Apenas quero te proteger."

Vejo novamente seus olhos castanhos que encaravam os meus, sua pele branca, seus lábios finos e rosados e seus cabelos brancos. Estranhas sensações percorrem meu corpo inteiro causando alguns arrepios e um friozinho na barriga.

"Qual é o seu nome? O que você é?"- Pergunto a primeira coisa que me vem à cabeça.

"Meu nome é Jackson Wang e eu sou um anjo."- Ele diz e sua expressão era indecifrável, até que ele sorri doce. Os sorriso que esperei quatorze anos para ver.

"Então... Por que vive nas sombras?"- Presto atenção em cada movimento seu, ou seja, nada pois o garoto não se movia. Continuava parado, mexendo apenas a boca.

"Talvez eu não seja tão puro."- Seu sorriso doce se torna malicioso.

"O que quer dizer com isso?"- Pergunto confusa e ele se aproxima, me empurrando na cama e se deitando por cima de mim.- "J-Jackson o que está fazendo?"

"Eu vou responder à sua pergunta."- Ele acaricia meu rosto e me beija com desejo.

Imagines Got7Onde histórias criam vida. Descubra agora