07- Continuação- O filho do meu padrasto.

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#Romance
#Drama

"O que faremos agora?"- Pergunto com a respiração descompassada e só então percebo ter vestido a camiseta de BamBam, que já não estava tão molhada.

"Eu não sei. Mas eu não vou te deixar."- Ele me abraça.- "Nunca."

Escondo o rosto em meio ao seu peito nu tentando acalmar a respiração. Eu podia ouvir as batidas aceleradas do coração de BamBam que não desviava os olhos da porta.

Alguns passos e então batidas fortes na porta foram ouvidas. BamBam me aperta mais em seus braços e o medo toma conta do meu corpo.

" BamBam , (s/n) abram a porta. Precisamos conversar."- A voz do meu padrasto soa firme.

Eu poderia jurar que meu coração iria saltar pela boca a qualquer momento. Como eu vou encarar a minha mãe depois de tudo isso?

Olho para BamBam como se perguntasse a ele o que fazer. BamBam se afasta de mim e entrelaça nossos dedos. Caminhamos lentamente até a porta e a abrimos vendo meu padrasto furioso e minha mãe decepcionada.

Meu coração estava aos pedaços. Eu não queria magoar minha mãe, mas não iria deixar BamBam . Não agora que sei que ele também está apaixonado por mim. Eu tentei, juro que tentei resistir todo esse tempo e guardar esse sentimento apenas para mim, mas agora eu não quero mais escondê-lo.

"Estou decepcionado com vocês."- O homem a minha frente balança a cabeça negativamente.- "Então era por isso que insistia em dizer que não eram irmãos, (s/n)?"

Eu queria dizer algo. Queria dizer que não era bem assim, mas eu me esqueci como se fazia para falar. Eu ainda estava em choque.

Minha mãe estava quieta, abraçada ao braço do meu padrasto que ainda aguardava a resposta, de braços cruzados em nossa frente.

"Eu..."- Começo a falar.- "Eu sinto muito."

BamBam aperta mais sua mão à minha quando minha mãe encara nossas mãos. Ela balança a cabeça negativamente.

"Eu não esperava isso de vocês."- Ela finalmente diz- "(s/n), vá para o seu quarto. Eu os proíbo de manterem essa relação."

Olho para ela indignada sentindo meus olhos encherem de lágrimas. BamBam me encara decidido e balança a cabeça afirmando.

"Acho melhor você ir."- Ele diz baixo e eu o olho.

BamBam estava calmo, mas decidido. Eu sabia que ele tinha alguma idéia, sabia que ele daria um jeito. Eu confiava em BamBam , mesmo que fosse orgulhosa de mais para admitir.

Afirmo com a cabeça e saio do seu quarto, indo para o meu que ficava no fim do corredor. Tranco a porta e vou para o banheiro. Tomo um banho demorado, deixando sair todas as minhas lágrimas de frustração e de medo.

Assim que saio do banheiro avisto um papel bem dobrado no chão, em frente a minha porta. Pego-o e o leio.

"Meu pai quer me mandar para casa da minha mãe em Gwancheon, então vamos ter que ficar separados por um tempo. Mas eu não quero ir, não quero ficar longe de você. Eu te disse que nunca iria te deixar, então para ficarmos juntos teremos que fazer uma loucura. Eu não devia estar fazendo isso, mas meu irmão mais velho morava sozinho em Seul, mas voltou para Gwancheon para ficar com a mamãe. Ele me ofereceu seu apartamento para passar as férias de verão, então podemos ir para lá por algumas semanas e quando voltarmos nossos pais já terão pensado melhor.
Se estiver disposta a fugir comigo me dê um sinal durante o jantar. Bata com o hachi duas vezes na mesa e às três da manhã arrume suas malas e pule a janela do quarto. Se não quiser fugir eu vou entender, mas peço que me espere até eu voltar.

                    - BamBam "

Engulo em seco. Eu não poderia simplesmente fugir de casa em meio a madrugada e ir para Seul com BamBam . Mas também não poderia simplesmente deixá-lo ir embora. BamBam poderia se apaixonar por outra pessoa em Gwancheon e eu estaria o esperando em vão. Mas também poderia me deixar em Seul.

"(S/n)"- Uma voz soa em meio a batidas fracas na porta.- "Desça para jantar para se se despedir de BamBam . Ele irá partir amanhã cedo."

Após essas palavras o desespero toma conta de mim. Eu poderia me arrepender se fosse com BamBam , mas eu sei que me arrependeria mais ainda se desistisse sem ao menos tentar.

Respiro fundo e desço para a sala de jantar. BamBam estava quieto à mesa com a cabeça baixa, minha mãe e meu padrasto me encararam com uma cara nada boa.

Como era de se esperar o jantar foi desagradável e silencioso, mas consegui fazer BamBam perceber minhas batidas na mesa. Seus olhos brilharam e todo o resto de dúvida que havia em mim sumiu. Eu não poderia mais viver sem ele.

"(S/n)..."- BamBam me chama triste assim que o jantar acaba.

Nossos pais nos encaravam atentos. BamBam parecia realmente triste e eu segui com o seu jogo. Valeu a pena termos feito aulas de teatro. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e os de BamBam também. Nossos pais pareciam se sentir culpados por tudo aquilo, mas não iriam dar o braço a torcer.

"Eu estou indo embora essa manhã."- Ele me abraça forte.- "Se cuida."

Balanço a cabeça afirmando. BamBam me solta e sobe as escadas correndo. Minha mãe tenta me abraçar, mas eu também subo as escadas rumo ao meu quarto.

Limpo as lágrimas e começo a arrumar as malas. Me sentia culpada, mas eu já havia me decidido. Deixo uma pequena carta à minha mãe, dizendo o quanto a amava e explicando o porque da minha decisão.

Abro minha janela com cuidado e pulo a mesma junto com minha mala. BamBam já estava me esperando. Guardamos as malas e entramos dentro do carro rapidamente.

"Não se preocupe com eles."- BamBam olha para nossa casa e limpa uma lágrima que desceu pelo canto do meu olho antes de dirigir- "Eles vão entender. Nós não fizemos nada errado. Não somos irmãos, lembra?"

"Lembro, bebê."- Sorrio para ele que tinha o olhar fixo na estrada.

"Ya! Não me chama assim!"

Imagines Got7Onde histórias criam vida. Descubra agora