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(Leia com a música)

Acordei mais uma vez nesse inferno, e cada vez mais no fundo do poço. Acho que sou capaz de chorar só de alguém falar oi comigo.

Mal consigo tocar na comida, algo prende na minha garganta, e eu só consigo beber água, meus olhos estão cada vez mais fundo, e os ossos perto do meu ombro já estão aparecendo, minha pele está ressecada, meu cabelo está quebrando, estou realmente na minha pior fase.

Tenho crises de choro a noite, e as meninas na minha sela já até se acostumaram. Pensamentos ruins Me invadem o tempo todo, já pensei até em me matar, mas lembro do Bryan. uma das poucas coisas que me distrai aqui, é o futebol, que eu nem sabia que sabia jogar.

_ Para de pensar, meu, você pensa demais - Josy me sacudiu.
_ Não consigo Josy, vou enlouquecer - Apertei minha cabeça em sinal desesperador.

_ Valesca. - Uma das agente chamou.
_ Oi - Respondi num Sussurro.

Ela abriu a sela e eu me levantei.
_ Pra onde vou ? - A olhei.
_ Consulta, com a Dr.Simone - Começou a caminhar do meu lado.
_ Quem é essa?
_ A nossa Psicologa - Respondeu.

Andamos alguns corredores, ela abriu aquele portão barulhento e logo damos de cara com a portaria, onde estive assim que cheguei aqui. Ela abriu a porta de uma sala e apontou. Apenas entrei.

Era uma sala toda branca, tinha um enorme sofá branco, com umas almofadas, uma cadeira de frente pra este sofá. A sala era bem ventilada, tinha um quadro bem chamativo e colorido, e alguns vasos com flores, uma mesa central na cor preta e uma esfera branca de louça no centro.

_ Bom dia Valesca - Ouvi uma voz tranquila falar atrás de mim.
_ Bom dia - Respondi assim que me virei e me deparei com uma mulher de estatura média, cabelos longos ruivo, uma calça branca, jaleco e um salto marrom, ela aparentava ter uns 35 anos.

_ Simone - Esticou a  mão.
_ Valesca - Peguei na mão dela e sorri gentilmente.
_ Pode sentar - Apontou pro sofá e me sentei no mesmo, ela se assentou na cadeira de frente pra mim.

Ela anotou algumas coisas em uma folha, e depois me olhou profundamente, como se aquele olhar ela enxergasse minha alma, e por fim deu um sorriso como se fosse algo natural pra ela.
_ Tudo bem com você ? - me olhou atentamente.
_ Sim - Assenti.
_ Tem certeza ? - Apoiou o queixo
Apenas assenti.

_ Você quer me falar um pouco sobre a sua vida ? Me dá um resumo, digamos assim - Permanecia com aquele olhar profundo.
_ Sou casada e tenho um filho de dois anos - Respondi óbvia.
_ Só isso ? - Olhou seu papel.
_ Sim, só isso - Sorri sem mostra os dentes.

_ Diz aqui que você foi responsável por uma fuga, e que este mesmo fugitivo é seu marido, e que vocês comandavam juntos uma comunidade, e que você foi presa por um mandato de prisão, com vários índices, entre ele o tráfico de drogas, aliciamento de menores e porte ilegal de armas. - Leu a folha.

_ Tudo isso ? - Arregalei os olhos.
_ Sim, tudo isso - Assentiu. - Você pode me contar um pouco, como foi o seu envolvimento ? A nossa conversa é secreta, é apenas uma consulta e tudo que for Dito aqui não sairá daqui por segurança do paciente.

Respirei fundo, levei meu pensamento a tudo que aconteceu e logo senti meus olhos marejando.
_ Se você não se sentir à vontade, podemos tentar em outras consultas - Disse a Simone.
_ Eu prefiro - Tentava parar de chorar.
_ Irei te encaminhar pra um clínico geral ainda está semana, mas já vou prescrever um fluoxetina de 20mg, tomar pela manhã e pela noite - Ela anotava em um papel Menor.

_ O que é fluoxetina ?
_ Um antidepressivo - Me olhou. - Esta receita vou deixar com a agente, e ela irá mostrar pro clínico geral antes de tudo - Me mostrou o papel.

Conversamos mais um pouco sobre o remédio e ela me liberou, a agente me levou de novo pra sela e eu me deitei novamente no mesmo lugar de sempre, hoje devia esta fazendo um calor de 35° , mas me cobri até a cabeça, pois não queria que ninguém olhasse o meu sofrimento.

A fiel mandou avisar 2 🎶Onde histórias criam vida. Descubra agora