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Um mês e meio se passou, e nesse tempo algumas coisas aconteceram. Eu e Renan estamos namorando, e no geral estou feliz, mas algo em mim insiste em achar que ele esconde alguma coisa. Bryan continua indo na casa do pai aos fins de semana e até hoje nenhum problema. Passei mais duas vezes no psiquiatra e ela disse que eu estava super bem, diminuiu os medicamentos e pediu pra que eu fizesse algo pra ocupar meu tempo, então comecei a trabalhar em uma loja de roupas. Bryan está na creche em período integral.

Já está quase chegando o seu aniversário de três anos, então já estou organizando as coisas.
Bryan vai ter uma festinha lá no pai dele e uma outra no sítio do Renan, onde ele disse que eu conheceria todos seus amigos.

Neste momento estou no salão fazendo minhas unhas, enquanto é o meu horário de almoço.
_ Qual cor você vai passar? – A manicure me olhou.
_ Pode ser francesinha. - Respondi mexendo no meu celular com a mão livre.
_ E a festa do Bryan, tudo pronto já ? – Ela perguntou.
_ Quase tudo, só falta provar os sabores do bolo, mais quero ninho com Nutella e pedaços de morango. – Falei.

_ Que delícia, eu fiz esse pra minha filha com a moça aqui do shopping. – Ela falou.
_ Ah então depois você me passa o número dela. – Respondi olhando em volta.

O salão estava lotado, como de costume, sexta-feira todo mundo quer se produzir. Terminei as unhas, fui na praça de alimentação, comi alguma coisa e voltei pra loja.

O movimento estava tão grande que eu quase não estava dando conta, as roupas da loja tinha um precinho bem em conta, então todo mundo ama né.

Ranieli Narrando:

Acordei cedinho já com planos de pegar o Bryan na creche. Isso mesmo, nunca vou esquecer o que a piranha da mãe dele fez comigo. Mas agora as coisas mudaram, eu sou a mulher de Pom, assumida pra geral, se ela vier de gracinha vai ficar careca.

Então resolvi pegar o Bryan na creche pra ela vim fazer barraco aqui, e levar o dela, porque se tocar em mim o Pom vai acabar com ela.
Tomei banho, me troquei e fui lavar umas roupas, coloquei no varal, fiz um miojo, lavei oque sujei, escovei os dentes e desci até o pé do morro, peguei um uber e segui pra creche do Bryan.

Não demorou muito e cheguei, paguei a corrida e entrei na creche, as funcionárias já me conheciam, pois vim aqui buscar ele umas duas vezes com Pom.
_ Vim buscar o Bryan – Dei um sorriso.
_ Ah sim, só um  momento. – Falou e ligou pra sala do Bryan pedindo pra traze-lo.

Me sentei aguardando, bebi uma água oferecida por ela e então ele apareceu.
_ Oi Tia. - Ele Sorriu pra mim.
_ Oi pequeno, vamos passear um pouquinho? – Abaixei perto.
_ Ebaaaa – Pulou e bateu palma.

Nos despedimos da recepcionista e fomos. Resolvi ir andando mesmo, no caminho comprei um picolé pra ele e fomos pro shopping.
Levei Bryan ao parque, comprei umas coisas pra ele e pra Antonela, fomos na praça de alimentação, lanchamos e logo começou a escurecer.
Pegamos um uber e fomos pro morro.

Valesca Narrando:

Sai da loja, passei na lanchonete e peguei uns pães, iogurte e mussarela.
Avisei pro Renan que estava indo embora e fui buscar Bryan.
Apressei o passo pois estava um pouco atrasada, e então depois de caminhar uma vida, cheguei.

_ Oi – Sorri pra moça da portaria.
_ Oi – Ela Sorriu sem  graça. _ Bryan já foi embora.
_ Já? Como assim ? – Levei a mão no peito que no mesmo momento começou a bater acelerado.
_ Sim, a esposa do pai dele o buscou, bem cedo – Respondeu.
_ Não acredito - Respirei pesado.
_  Mil desculpas Valesca, eu não sabia que não podia liberar pra ela. – Tentou me acalmar.
_ Tudo bem, amanhã à gente conversa – Falei saindo as pressas.

Mandei uma mensagem pro Renan explicando o que tinha acontecido, ele ficou puto e mais do que nunca queria saber quem era o pai de Bryan e a mulher dele.
Peguei um uber e segui pro morro de Pablo, minha raiva era  imensa, se tiver acontecido alguma coisa com meu filho, eu não respondo por mim.

Chegamos em frente ao morro, paguei a corrida e fui subindo igual uma bala, já estava escurecendo, meu peito subia e descia, meus punhos já estavam cerrados.

Cheguei em frente à casa de Pablo, fechei os olhos e pedi " Deus, me dê muita sabedoria, paciência e maturidade pra lidar com esse momento"

Bati na porta, e então Pablo abriu.
_ Cadê o Bryan ? – Tentei parecer o mais serena possível
_ Tá assistindo desenho no quarto dele – Deu espaço pra eu passar e a mulher dele apareceu logo atrás, com um Sorriso de orelha a orelha.

Então é jogar que você quer né vagabunda? Vamos jogar.

_ Deixa eu te falar, quando você for buscar meu filho, me avisa com antecedência pra eu não ficar preocupada. – Sorri sínica.

_ Querida, até onde eu sei, ele também é filho do Pom – Cruzou os braços.
_ Exatamente, do Pablo. Não tenta me colocar na tua neurose amor. Aqui não cola, se você trata bem meu filho, você está fazendo bem a mim e a ele, é questão de maturidade, mas isso acho que você não aprendeu. – Arqueei a sobrancelha.

_ Coitada, dor de cotovelo porque não tem o boy mais fofa? – Debochou.
_ Tenho pena de você com essa sisma do afronta, tá afrontando sozinha, porque ninguém nem sabe que você existes – Virei os olhos.

_ Quem faz trabalho lindo merece lugar de Fiel – Gargalhou.
_ O controle pode até ser ele, mas a pilha sou eu, e sem a pilha o controle não funciona. Ou seja, Adianta nada fazer trabalho lindo em boy que ama outra  – Pisquei.

_ Já deu né ? – Pablo falou impaciente.
_ Busca meu filho pra mim por favor – O olhei e ele foi.

Logo Bryan apareceu correndo, contando tudo que tinha feito durante o dia.
_ Que legal meu amor, agradece a tia Rani – Peguei a mochila dele.
_ Bligado tia – Abraçou ela e abraçou Pablo.
_ Obrigada querida, por ter levado meu filho pra se divertir – Pisque e saí saindo com Bryan.

A fiel mandou avisar 2 🎶Onde histórias criam vida. Descubra agora