-Anda Ren – eu ri vendo a menina se enroscar no pano vermelho.
-Temos que esconder isso – falei enrolando a minha parte – Só vamos mostrar antes do jogo.
-Certo – ela terminou de enrolar a parte dela e nós escondemos o pano, assim que terminamos demos um high Five.
-[Nome], Akira – Naoi nos chamou – Temos uma reunião.
-Já estamos indo – fechamos o deposito e voltamos pro ginásio.
-Bem como todos já sabem as eliminatórias do intercolegial estão chegando, e é de suma importância que passemos para conseguirmos chegar ao torneio nacional. A primeira faze é no dia 7 de Agosto ainda temos um mês, mas não é hora pra relaxar. E [Nome]... Tem algo pra falar.
-Sim – me levantei – A partir de hoje Ren é oficialmente uma gerente do clube de vôlei masculino da escola Nekoma.
Peguei a jaqueta do time e entreguei pra ela. Ela agradeceu, Kuroo tomou a frente.
-Nós somos como o sangue em nossas veias – ele fechou a mão em punho e colocou na sua frente, eu fechei a minha mão e encostei na dele sorrindo – Devemos circular sem parar – eu continuei a frase dele. Inuoka, Kai, Yaku juntaram as mãos. Assim como o resto do time e assim que Ren colocou a mão do lado na minha nós terminamos – Transportar o oxigênio e manter o cérebro funcionando.
Tora e Inuoka foram os únicos que gritaram depois.
-Bem, podem arrumar o ginásio e ir embora – o treinador disse, ajudamos com as bolas e Naoi fechou o ginásio. Ren foi embora junto com Shibayama e o Kai e eu fiquei esperando os garotos.
-[Nome] – Kuroo cantou o meu nome de dentro do clube.
-Está vestido? Não vou entrar enquanto tiver pele demais a mostra – respondi.
-Hum... – ele resmungou – Porque não descobre por si própria?
Revirei os olhos – Kenma? – chamei ele e ele respondeu com pode entrar.
-O que você quer? – puxei a porta para abrir e me apoiei no batente, esperando ele falar.
-Yaku deixou isso comigo – ele levantou um caderninho azul e eu gelei, era aquele que eu tinha rabiscado um certo par de olhos.
-Ah... Hum... Obrigada – eu disse tentando pegar mas ele se encostou na parede e abriu o caderno.
-O interessante é que tem um desenho... – ele começou e eu gelei, isso não ia terminar bem.
-Que parece muito comigo – ele abri na pagina e me mostrou sorrindo, estava ferrada – Alguma declaração?
-Sim... Que você me atormenta dia e noite – avancei e tomei o caderno da mão dele – E anda logo ou vamos perder o trem.
-Ah negação... – ele passou a mão no cabelo e colocou a bolsa no ombro sorrindo – Você não precisa me desenhar pode me olhar o quanto quiser. - Ele alcançou meu pulso segurando de leve.
-Tira a mão de mim – eu bati na mão dele e me escondi atrás de Kenma. Kenma não costumava ligar muito pra gente mas hoje ele pareceu lembrar de alguma coisa.
-Hum... [Nome]... O Bokuto veio perguntar de você pra mim... – ele disse e eu arregalei meus olhos.
-Pra você? Porque pra você – perguntei e sai de trás dele – Porque ele não perguntou pro Kuroo?
-Ele perguntou, mas parece que o Kuroo "o ignorou e se recusou a responder qualquer pergunta sobre a italiana" - ele levantou a cabeça por 2 segundos pra encarar o Kuroo antes de voltar a jogar - foi isso que ele disse pelo menos.
Olhei pro Kuroo, e parecia um leve rosado na maça do rosto dele – Alguma declaração? - eu perguntei usando o mesmo tom que ele tinha usado comigo.
-Você é da Nekoma ele não tem nada que ficar perguntando, e vamos ou como você disse vamos perder o trem. – ele empurrou as minhas costas e a do Kenma.
-Então agora você quer ir pro trem? – eu falei – Não se preocupe não vou trocar a Nekoma pela Fukurodani. Mas isso não me impede de conversar com o Bokuto não?
Vi a raiva na cara do Kuroo – Anda Kenma vamos perder o trem.
Sai correndo na direção da estação sem virar pra trás, só parei quando estava dentro do trem e por pouco eles não perderam. Me sentei e suspirei.
-[Nome]... – Kenma me chamou sem tirar os olhos do video game – Porque você foi afastada da seleção italiana?
A pergunta me pegou de surpresa e Kuroo ficou me olhando esperando uma resposta.
-Bem... – suspirei – Durante um torneio no ano passado eu sofri uma contusão grave, levaria meses até eu me recuperar e a única condição pra eu conseguir jogar novamente é não jogar com tanta freqüência... O que é impossível numa seleção... Eu tive que abandonar a carreira pra continuar jogando de vez em quando.
Depois dessa pergunta ficamos o tempo todo em silêncio.
A dor era insuportável, eu apertava os lençóis e mordia a minha língua para não gritar. Parecia que meu corpo queria expelir aquele metal estranho a força.
Era o jogo da semi-final, estávamos perdendo o terceiro set era tudo ou nada, eu estava mais atrás não tinha como levantar só podia cortar, dei meu melhor impulso e saltei, meu braço acertou a bola e não teve chance pro outro time pegar, mas eu tinha pego a bola torta quando voltei ao chão o som de algo estalando se fez presente.
2 segundos depois eu estava no chão, tínhamos ganhado a partida mas eu tinha perdido a minha mobilidade. Aquela cicatriz e os pinos de titanium ficariam embaixo da minha pele até eu morrer pra me lembrar disso.
Discretamente passei a mão aonde tinha a minha cicatriz, agora já tinha acostumado mas nos primeiros meses a dor era exorbitante e eu podia sentir os pinos por debaixo da minha pele. O trem parou e eu desci fomos conversando banalidades até chegar no ponto onde nos separávamos, logo cheguei em casa e minha mãe me avisou que o jantar estaria pronto em breve. Subi pro meu quarto e resolvi tomar um banho.
Tirei a saia e por fim a camisa, minha corrente balançava conforme eu estava apoiada na pia, ficar me encarando semi nua no reflexo do espelho não era uma coisa que eu fazia com freqüência. Mas eu não me achava feia apenas comum, talvez um pouco definida por causa dos anos treinando.
Virei de lado e pegando uns três dedos acima da linha da minha calcinha e indo um palmo pra baixo no sentido da minha coxa tinha a minha cicatriz, saliente e bem visível. Suspirei e terminei de me despir a água corria livremente e eu esperava honestamente que levasse embora as lembranças daquele dia.
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CF [2017] - (Kuroo x [Nome])
FanfictionLeia a Nova Versão - Disponível no Perfil Você é uma ex-jogadora da seleção Italiana de vôlei que é forçada a mudar para Tokyo por causa do trabalho do seu pai e uma lesão séria, não querendo se afastar do esporte que tanto adora entra como ajudante...