(n/a : Imagem relacionada com o final)
A situação estava muito além de estranha e o silêncio era mortal, eu podia sentir uma nuvem negra pairando sobre nós 3, eu girava um canudo do meu dedo, Kuroo olhava as pessoas passando com a bochecha apoiada na mão, e Fídio parecia estar bem mais interessado na mesa do que qualquer outra coisa.
Foi quando eu percebi um grupo de garotas paradas atrás do menino olhando pra ele e dando gritinhos.
-Parece que você está chamando atenção Fídio – falei e indiquei com a cabeça as meninas atrás dele.
-Hum...? – ele desviou da mesa e virou pra olhar as garotas num gesto nada discreto, mas logo virou o pescoço – Nenhuma faz meu tipo.
-Péssimo pra você elas estão vindo nessa direção – apoiei o queixo na mão e apenas esperei elas chegarem perto.
Ela com certeza era mais nova, ela de pé era um pouco mais alta que Fídio sentado, estava com um uma camisa de botões branca e uma saia rodada creme, na cabeça tinha uma laço também branco prendendo os cabelos longos e castanhos. Não era feia, era bonitinha.
-Hum... Será... Bem... – ela começou a gaguejar e ficou com o rosto mais vermelho – Será que você poderia me dar o seu número?
Fídio olhou pra ela e sorriu – Claro.
A menina ficou ainda mais vermelha e eu pude ver que ela se segurou pra não soltar um grito.
-Eu tenho 1,96 de altura – ele respondeu e eu mordi a língua pra não rir, até Kuroo pareceu ligeiramente interessado na conversa deles, porém só olhou de canto de olho.
-Não... É o numero de –
-Sapato? Eu calço...
-CELULAR – ela acabou gritando e chamou a atenção de bastante gente se ela já estava vermelha antes agora ela tinha conseguido o tom mais carmim possível.
-Oh? – Fídio exclamou e pegou o celular da mão dela – Porque não disse antes.
Ele digitou alguns números e devolveu o celular – É um número de um amigo você faz muito mais o tipo dele do que o meu.
A menina ficou com cara de choro e saiu correndo. Eu olhei desacreditada pra ele. – Porque fez isso?
-Ela não faz meu tipo – ele disse pela segunda vez e riu voltando a se apoiar na mesa – Então pra que dar esperanças?
-É você tem um ponto – comentei – Mas não precisa fazer ela passar pela vergonha.
Ele riu, de novo – Ela vai ficar bem, um pouco de vergonha não mata. Além disso, estávamos no tédio aqui, eu sou esperto o suficiente pra saber que o senhor emburrado ali não gosta de mim. – ele apontou pro Kuroo.
Oh, vai começar.
-Talvez eu não tenha um motivo pra gostar de você – Kuroo virou o rosto pela primeira vez.
-A claro... Afinal você supôs que eu estaria dando em cima dela, e como um bom namorado ciumento veio ao resgate – ele balançou a mão – Compreensível afinal [Nome] tem a própria beleza dela mas... – ele me olhou de canto de olho – Ela não faz meu tipo.
-Não sei se eu me sinto ofendida ou grata – resmunguei e ele gargalhou.
-Oe KUROO-SAN, [NOME]-SENPAI – era Lev e o restante do primeiro ano, eles se aproximaram de nós e sentaram nos espaços vazios da mesa.
-Quem é você? – Lev perguntou pro Fídio.
-Fídio – ele respondeu sem muito ânimo. Mas acabou engatando uma conversa com eles, felizmente já estava próximo do horário que devíamos ir embora isso iria me poupar algumas coisas. Não demorou muito pra todo mundo se encontrar.
-Bem acho que já estão todos aqui – falei – Acho que podemos ir, acredito que já terminaram de ver o que queriam.
-Sim – Yaku concordou – Podemos ir embora.
Seguimos com o grupo pra saída e posteriormente pra estação Fídio andava do meu lado direito enquanto Kuroo segurava a minha mão do lado esquerdo, soltei o ar devagar realmente não tinha o que fazer. Boa coisa é que o time parecia achar Fídio interessante então ele não estava excluído.
Kuroo parecia mais tranqüilo também já que a atenção do italiano estava totalmente voltada pros garotos, até que a viajem de volta foi tranqüila bem melhor do que eu esperava e finalmente quando chegamos na estação que ficava perto da minha casa meu pai estava ali pronto pra salvar o dia.
-Pai, não precisava vir até aqui – falei, mas meus olhos com certeza diziam "precisava sim".
-Vim recepcionar nosso convidado, como vai Fídio? – ele estendeu a mão na direção do loiro.
-Muito bem senhor, obrigado por me deixar ficar – ele respondeu e pareceu se lembrar de algo, ele jogou a mochila pra frente e pegou um envelope – Meu pai pediu pra eu entregar isso assim que chegasse.
Meu pai pegou o envelope e analisou pra logo depois guardar no bolso da blusa – Muito obrigado. Kuroo, Kenma tudo bem com vocês?
Eles responderam que sim educadamente, meu pai foi conversando com o hospede na frente enquanto eu Kenma e Kuroo ficamos pra trás. Esse dia demorou demais para acabar, Kuroo parou de andar e me chamou.
-Hum...? – virei pra encarar o rosto dele – Algum problema?
Num piscar de olhos ele tinha me envolvido nos braços sem falar uma palavra – Kuroo?
-Só me dá um tempo – ele murmurou – Prometo que vou tentar me... "Dar bem" com ele, só preciso de um tempo.
Afastei meu rosto e coloquei a mão no rosto dele – Obrigada.
***
Depois de um longo dia ficar sozinha me parecia uma ótima opção, e minha cama parecia bem convidativa. Kuroo tinha se despedido e dito que ia pra casa, podíamos nos encontrar no dia seguinte no parque, e eu concordei.
Duas batidas na porta me tirou dos pensamentos – Entra.
-Tem uns minutos? – era Fidio.
-Claro – me sentei na cama e ele entrou se sentando no tapete que tinha estava no chão na minha frente.
Ele suspirou e apoiou o braço no joelho – Me desculpe pelos problemas.
-Não foi culpa sua – falei e balancei a cabeça – Acho que foi um conjunto de coisas que fizeram ele explodir.
-Algo que eu possa ajudar? – ele perguntou.
-Bom se você souber assassinar alguém sem deixar rastros, podemos conversar... – eu ri da cara de espanto que ele fez. E continuei – Tem uma garota na escola que fica atrás do Kuroo, ela estava pegando no meu pé um tempo atrás.
-Hum? Vocês são o casal popular da escola por acaso? – ele perguntou e eu balancei a cabeça respondendo com um "Longe disso".
Contei pra ele toda a história, não sei porque mas agora ele tinha algo que me fazia sentir confortável o suficiente pra conversar, diferente da outra vez.
-Parece uma história inventada – ele concordou – Está explicado o porque dele ser protetor com você, significa que ele realmente te ama. Apesar de ter se mostrado um pouco possessivo chega a ser, como eles falam... "kawaii".
Ali ouvindo ele comentar isso, sentado com as pernas cruzadas que nem índio e com o cotovelo apoiado na perna, eu tive um pensamento. E o mesmo passou pela minha boca antes mesmo de eu poder me segurar.
-Fídio... Você é gay?
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CF [2017] - (Kuroo x [Nome])
FanfictionLeia a Nova Versão - Disponível no Perfil Você é uma ex-jogadora da seleção Italiana de vôlei que é forçada a mudar para Tokyo por causa do trabalho do seu pai e uma lesão séria, não querendo se afastar do esporte que tanto adora entra como ajudante...