Capítulo 3

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"Era como se dissesse,

sem dizer,

eu sei que já faz tempo,

mas ainda amo você".

-(Tati Bernardi.)

❤️...

Já perdi a noção de quanto tempo estou sentada na mesma posição. Encarando a televisão como se ela fosse tirar essa angustia dentro do meu peito. O delegado responsável deu mais informações sobre o atentado contra o Nicolas. O motorista infelizmente foi baleado e morreu, como um herói. O mesmo conseguiu fazer de tudo para fugir dos atiradores, ligou para polícia e salvou seu patrão e filho, antes de partir. Clark deve estar sofrendo, meu Deus não pode ser Otavio, aquele senhor é tão gente boa, não merece ter um fim assim, e é tão amado por Clark, como se fosse seu pai. Não que outro mereça uma morte desta, isso jamais. Meu celular começa a tocar me tirando do choque, e corro para apanhá-lo, e encarando a tela, vejo que é Sarah e atendo-a imediatamente.

—Sarah, estou sabendo de tudo.

—Ava minha amiga, você também viu? Nossa, ficamos tão preocupadas. -Minha amiga fala nervosa, tudo junto, e rápido. Respira fundo e continua a falar sem parar. —Estamos indo agora para o hospital, queríamos pedir desculpas, por não podermos ir hoje jantar com você.

—Tudo bem, avisa ela, para não se preocupar. Qual hospital Clark foi levado?

—O hospital Mount Sinai, vou precisar desligar amiga. Obrigada por entender.

—Me diga amiga, como ele está?

—Pelo o que Alberto, nos falou ao telefone. Ele ficará bem. Sentimos muito amiga, por estragar seu jantar.

—Não pense nisso, desejo melhoras a Clark, espero que ele fique bem. -Digo, e aperto o telefone em minhas mãos, meu peito aperta só em pensar que algo pior poderia ter acontecido a ele.

—Obrigada amiga. Tchau, amo você!

—Também, fiquem com Deus! -E assim desligamos. Fiquei ali encarando a tevê como se ela fosse me dar mais notícias, sobre Clark... mas nada acontece, e fico ansiosa. Droga!

Eu sei onde é o hospital, e dona Melissa e Sarah não iriam achar mal se eu fosse até lá, mais aparecer assim do nada depois de tantos anos, não será bom para ninguém. Clark nestas condições, talvez seja ríspido comigo, e eu não suportaria. Encaro meu telefone, e tinho uma ideia.

Pego o cartão que estava descansando na mesinha da sala, e digito os números, um de cada vez, nervosa.

—Alô? -Escuto, a voz, penetrante de Alberto.

—Oi, sou eu Ava. -Tento agir o mais normal possível.

—Oi, aconteceu algo? -Sua voz fica rouca. Seu tom, é de preocupação.

—Oh, comigo não, só queria saber uma coisa.

—Desculpe-me Ava, mas preciso desligar. Estou muito ocupado, no momento.

—Eu sei que estás ocupado, estas com o Clark, certo?

—Sim, como sabes? -Ele pergunta confuso.

—Eu lhe vi na televisão.

—Abutres, droga! Pode dizer, o que queres querida?

—Claro é simples, queria saber como ele estar? -Pergunto por Clark, já que não posso ir até lá, tentarei me manter informada por Alberto.

Ainda te amo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora